Los amantes pasajeros


Os Amantes Passageiros (Los amantes pasajeros), dirigido e roteirizado pelo ícone Pedro Almodóvar, Espanha, 2013. Certamente é o filme mais gay do diretor, assim como ele mesmo afirma e deixa escancarado sua opção sexual nas entrelinhas ou “entrecenas” (se é que alguém ainda não sabia ). A comédia tem sátiras ocultas em várias questões desde a falida Espanha ( que agora quer mandar seus médicos desempregados ao Brasil ), até aos tratamentos que nos são dados em uma aeronave, passando por fim os segredos da vida sexual do rei espanhol. Sexo: isso sim é tratado sem pudor nem preconceito no filme. Só para termos uma noção de tal “despudoramento” sexual a fita é protagonizada por três boiolas comissários de bordo com um humor ácido que só mesmo Pedro Almodóvar poderia criá-los. Os três dão o tom do humor e a conotação sexual do filme, que é quase que absoluta, como uma "neura" do diretor. Em terra firme e com uma atuação de quase atores-figurantes Penélope Cruz e Antônio Bandeiras fazem uma ponta no inicio do filme como um casal que trabalha em um aeroporto espanhol que estão prestes a ter um filho. Fato e personagens estes que nada dizem sobre a continuação do filme. Presumo que os dois premiados e famosos atores fizeram essa “ponta” mais como um ato de agradecimento ao diretor que os lançou do que qualquer outra coisa, pois o papel deles fora de um mico total não fazendo diferença nenhuma no filme, como já fora mencionado. Pois bem, o filme começa de fato quando um Boeing saí da Espanha rumo ao México. O desenrolar da descontraída comédia acontece nas alturas com os três comissários de padrões sexuadamente alternativos juntamente com os dois comandantes: um bissexual casado com dois filhos de 11 e 13 anos (e por isso com idades complicadas segundo ele ) que ainda tinha um caso com um dos comissários, e o outro comandante que se julgava heterossexual até perceber que não era. No Boeing existia a classe executiva e a econômica, porém Almodóvar se propõe a contar a estória da classe executiva deixando a classe econômica dopada no decorrer da viagem ou do filme misturando comprimidos para dores musculares em altas doses a seus drinks, de modo que só os acordados estariam na classe executiva e por isso e nada mais as tramas e diálogos são feitas ali, com aqueles personagens (estes quase todos sempre presentes nas obras do diretor espanhol ). Alguns fatores que foram levantados no filme me chamaram atenção, tal como que para Almodóvar entre o diabo e os latinos ele sem titubear preferiria o primeiro. Sem titubear também este em que vos escreve afirma que apesar de não ser nem de longe a melhor obra de Almodóvar, talvez a pior, mas ainda assim é o melhor filme em cartaz em nossos cinemas, pois o diretor espanhol mesmo com sua pior obra feita anda ainda "anos-luz" à frente dos outros diretores. Em tempos de Feliciano e a cura gay ( ainda bem que há tempo foi excluído de votação tão estúpido projeto do pastor maluco) o  despretensioso filme, porém que acaba discutindo algumas coisas importantes acaba vindo bem a calhar.  

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