O lado bom da vida

O lado bom da vida, David O. Russell, EUA, 2012. Por abordar um tema que ainda é tabu, que é a bipolaridade, a comédia dramática tem seus méritos não pela escolha desse tema, mas como este foi abordado e explorado. A fita é mais uma selecionada ao prêmio de melhor filme ao Oscar. Não sei se é pra tanto, e possivelmente não ganhará a estatueta, porém a estória como foi contada, essa sim vale alguns aplausos. De todas as críticas que li a respeito do filme: todas são unânimes em concordar que a pessoa depois de ver a fita sai mais leve do cinema, e isto é fato. O filme cativa porque apesar de termos todos os ingredientes para um filme pesado e triste assistimos justamente o contrário, ou seja, um cara com bipolaridade que com seu otimismo e disciplina consegue se redescobrir depois de uma traição da esposa quando o mesmo surta matando o amante e parando em um hospital psiquiátrico. De alta do manicômio o protagonista tem de começar do zero e provar para todos e para ele mesmo que é um ser sociável, e medicamentado não daria problemas a ninguém. Remédios era uma coisa que ele realmente não gostava, pois o deixava lento e sem racioncio e por isso até agredir a mãe com seu destemperamento ele o fez, com direito a um tabefe no pai de saída. Fato é que com todas as dúvidas perante ao seu juízo o cara segue em frente literalmente correndo como um lunático para não precisar de tomar os remédios. Numa dessas corridas diárias o bipolar encontra a outra protagonista do filme: uma mulher amargurada pelo fato de perder seu marido atropelado enquanto este ajudava a um terceiro a trocar o pneu do carro. Pode soar como sujo esse ditado, mas é a pura verdade, que é: “ pimenta no cú dos outros é refresco”. E assim a mulher depressiva e estourada que dava pra todo mundo quando ainda tinha um trabalho consegue entender a situação daquele ser ,altamente sensível a tudo, que corria aleatoriamente para qualquer lugar todo dia para fugir de uma doença sem cura e que aos poucos ele vai aprendendo a conviver com isso. A relação dos dois “loucos” foram começando, eles começaram a se ver, ela queria sexo, ele por sua vez não, pois tinha uma missão: recuperar a sua esposa. Nesse jogo de sensibilidade, bipolaridade e amizade constroe-se um romance que só nos antenamos a ele no final do filme com o cara se ligando quem era a mulher certa para ele no final das contas. Se vai ganhar o Oscar já é outra estória, mas o filme é bom e coloca em debate uma doença tão antiga e marginalizada que já estava na hora de alguém colocar aos holofotes.Outro fato interresante da fita é que a única a concorrer aos quatro principais prêmios para atores das estatuetas do Oscar: Bradley Cooper, Jennifer Lawrence, Julia Stiles e Robert De Niro.

Se algum deles vai ganhar já é outra estória também.

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