O exercício do poder
O exercício do poder, Pierre
Schoeller, França, 2012. Imagine ter mais de 500 contatos e nenhum amigo? Com esta frase
proferida pelo protagonista dessa fita é que adentraremos no mundo pessoal de
um político de alto-escalão. O tal era o ministro dos transportes francês e
posteriormente ministro do trabalho. Já aviso aos interessados na película que
trata-se de uma fita complexa e cheia de detalhes que se não estiverem ligados passarão
“batidos” e acharão o roteiro longo e pouco agradável. Mas não o é, esses
pequenos detalhes desse homem poderoso, porém humano fazem toda a diferença.
Aquele ditado em que diz que todo homem carrega o peso da cruz que consegue
carregar é totalmente pertinente à estória do nosso político protagonista, pois
as situações em que ele passa e vive realmente não é para qualquer um. Outro
simples mortal no lugar dele já teria infartado. Atravessar o poder e
contradizer os poderosos é para bem poucos e deve ser valorizado. O “humano,
demasiadamente humano” de fato é uma antítese ao poder e a política, pois nesta
área com essas pessoas a última coisa que temos de ser é humano, ou seja,
emocional e sim deveras racional para não se dar mal, e é exatamente o
contrário que nosso protagonista faz, ou seja, bate de frente com as principais
autoridades políticas por não abrir mão da sua natureza “humana, demasiadamente
humana”. Um filme que nos apresenta os jogos do poder, suas nuances e seus
limites. Sem dúvidas um belo filme.
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