Para poucos
Para
poucos, do alemão Antony Cordier, 2010. É possível viver novas
experiências sexuais sem cometer adultério? O desejo consegue sobreviver à rotina?
Pode-se ter tudo? E quando os limites do que se considera normal em famílias e
relacionamentos forem quebrados, como se encontrar no meio disso? Todas esses
perguntas são respondidas na fita de forma direta ( com diálogos dos
personagens ) ou indireta (de forma subjetiva, deixando os seus valores morais
responderem tais indagações ). Para
os mais tradicionais o filme se classificaria como um puro descaradamento. Para
os poucos tradicionais o filme se classifica como uma forma moderna de seus
casamentos não se adentrarem no comodismo, no distanciamento, no marasmo da
rotina. Para poucos é de suma para só aqueles que têm mentes abertas para novos
tipos de relações, até mesmo porque uma pessoa não é dona de outra, por mais
que possessiva seja uma e “capanga” ou mandada que seja a outra. A estória do
filme se passa numa densa relação de troca de casais. A carga dramática da fita
é tão deveras visceral que em alguns momentos, nós espectadores, assim como os
próprios atores ficamos com a mesma duvida, tais como: o casal original é o
mais completo no sentido de se entenderem ou o vulgo casal “trocado” é o melhor
para ambas as quatro partes que se envolviam em um jogo perigoso de sedução,
riscos, independência afetiva e senso de aventura. Até aí o jogo era meio que
“controlado” pelas partes envolvidas, porém com o passar das brincadeiras e os
seus convívios com prazerosas aventuras este controle fica desgovernado, dando
espaço agora para surgimento de sentimentos como paixões. Como mencionei um
jogo definidamente resumido pelo seu título: Para poucos, pois brincar com
sentimentos: esticá-los e puxá-los assim como o fizeram é de um misto de
coragem, paixão, loucura e aventura regrada e a posteriori desregrada pelo
motivo de fugir do controle tal transgressor e frenético jogo. Bela
fita alemã, poucos filmes que estão no cinema são tão bons quanto este
resenhado.
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