O palhaço
O palhaço do Selton Mello, 2011, Brasil; é de uma doçura
tão singela que nos emociona. Com um
protagonista ( Benjamin )vivido por um palhaço triste e principalmente sem saber que rumo
tomar, Selton dá um banho de interpretação vivendo um palhaço com uma puta de
uma insônia, que faz com o que viva em seu mundo de delírios, feitiços, calabouços
que uma pessoa insone pode viver, ou seja, vendo ou tendo outras percepções das
coisas pelo seu estado de falência de lucidez em enxergar as coisas do mundo
real, de modo que via as coisas e pessoas de forma sempre turva, esquisita e
por vezes repetitiva porquausa de sua insônia crônica. Esta por sua vez acaba
por colocar em xeque toda e qualquer dúvida existêncial, profissional e de
homem até. Sei que, O Palhaço é um presente para o Brasil: um país desprovido de
filmes inteligentes. A toada do filme acompanha seu protagonista insone: sempre
com diálogos abertos ( leia-se : sem respostas), ambientes sem nexos ( aqueles
que dizemos: estamos no fim do mundo, um lugar que não liga nada a lugar nenhum
), e personagens vivendo em um mundo cigano circense, ou seja,
com a insônia do seu palhaço principal sendo tratada de forma quase que comum
na medida do possível pela sensibilidade do mundo circense. Façam-se mais filmes desse
tipo: inteligentes, e que se tenham mais diretores do mesmo gênero.
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