Adorável Pivellina

A gastronomia, a cultura, o bom humor fanfarrão desse povo e as suas belas mulheres: todos esses itens serão sempre bem vindos a qualquer outra nação, porém sobre sétima arte contemporânea esse país passa longe de ser bom. O país referido é a Itália e o filme a ser comentado a partir de agora é Adorável Pivellina (La Pivellina, Itália, Áustria). Quando escrevo filmes italianos contemporâneos não sou louco de colocar no mesmo balaio Felinni que fez Ladrões de bicicleta, um dos filmes mais bonitos de toda estória cinematográfica na década de 40 do século passado ou Baaria – A porta do vento, que emocionou multidões do diretor Giuseppe Tornatore de 1988, mostrando que vez por outra os cineastas italianos dos nossos tempos conseguem acertar a mão. Mas de fato isso realmente não acontece com Adorável Pivellina. Um longa literalmente “longa” por ser 100 minutos de puro marasmo e pouco inspirador não arrebatando em minuto algum a atenção de quem assisti e principalmente a admiração pela obra. Tenho apenas uma resalva positiva sobre o filme que é mostrar um bebê atuando como um bebê, e é desse bebê em que a estória começa quando esse é achado em um parque. O filme estaciona literalmente nas precárias e mal feitas investidas em achar a mãe do bebê. Investidas essas de uma família circense que não consegue em todo filme apresentar um mísero espetáculo. E o filme acaba como começou, ou seja, sem graça e sem nexo. Não vou contar o final para não estragar, mas já de antemão comunico que filmes bons italianos contam-se nos dedos. O mais impressionante é que essa obra acabou sendo selecionada para o festival de Cannes em 2009. Das duas uma: ou estamos vivendo em planetas opostos no: “o que é bom lá não é aqui”, ou em 2009 a seleção de Cannes pisou na bola total.

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