Quebrando o tabu, Nossa vida sem Grace, Namorados pra sempre

Quebrando o tabu, o comentado documentário do Fernando Grostein Andrade. Bra., EUA, Por., Hol., Col., Sui., Fra. e Arg./2011 ,acho que por tanta preocupação em querer explicar tantos países e seus sistemas anti-drogas para liberalização ou legalização ou nada disso perdeu o foco com muitas estatísticas e personalidades, que ao ver assistir acabou comprometendo o entendimento e clareza do documentário, virando o feitiço contra o feiticeiro. Se o objetivo da película bem produzida era o de debater a legalização ou liberalização das drogas, o tiro saiu pela culatra, e cuidado com o pé FHC, PSDB. Lula deve estar agradecendo ou o PT. Se o filme teve de algum modo, víeis político, então não foi bom para o FHC, e eu acho que teve. Afinal de contas ou no final das contas sempre tem política e poder no meio, e saúde pública vem em segundo lugar nesse filme, Se o documentário foi feito pra ser plataforma de campanha política do FHC, acho que ele se deu mal nessa.
Nossa vida sem Grace, do James C. Strouse USA 2007, é um drama, mas poderia bem ser enquadrado como documentário por um único aspecto: contar o sofrimento que as famílias de soldados norte - americanos passam com a perda deles. Esse foi o roteiro do filme: o marido, um ex-soldado frustrado por um problema de visão e agora como um agressivo trabalhador no ramo industrial que transforma seus funcionários em verdadeiros vikings para competir no mercado de trabalho: uma coisa de capitalismo descabido, mas dessa forma conseguia se sustentar e suas duas filhas sozinho já que a sua esposa estava na guerra do Bush no Iraque. Esse filme de telecine touch, ou seja, “mamão com açúcar”, teve a sensibilidade direta de mexer com o pior e mais escandaloso período político da recente era presidencial norte-americana, liderada pelo fuck Bush filho. Com críticas que tinham como escudo o lado da perda de uma soldada por sua família, mostra o quanto de absurdo foi à guerra do Iraque, e uma pergunta me pairou no final: Como pessoas elegem um Bush ou um Berlusconi, não consigo entender por melhor que seja a propaganda política.
O “Berlu” está em mal-lençois hoje em seu país, mas não deve cair, assim como o Bush em sua época também. Pelo visto temos muitos “Bushs” e “Berluscolinis” escondidos, aliados e poderosos.
Namorados pra sempre do Derek Cianfrance 2011 USA, é um romance, que na verdade poderia se encaixar como um drama denso, e que mexe bastante no sentido dos acontecimentos cotidianos e afetivos que estamos esperando, intuindo ou não necessariamente, ou seja, por pura surpresa. Não sei por que colocam esse filmes como romance, se é uma bela estória de vida, que poderia ser a de qualquer um. A Atriz protagonista foi indicada ao Oscar esse ano, mas não levou, e se levasse estaria em boas mãos devida “a incorporação” da atriz que até então não o conhecia seu enorme talento e envergadura dramática da Michelle Williams. A estória poderia ser de qualquer cidadão, pois abrange temas como: casamento em crise, choros existenciais, filhos como desculpas para uma separação, e alcoolismo. Aí a mulher agredida e casada com o alcoólatra vagabundo consegue arrumar um menos pior , que pelo menos trabalha. Na real, já fui ao cinema não esperando ver nada de extraordinário, mas de certa maneira valeu a pena: pela bela atuação da atriz, pelo roteiro, e pelas cutucadas implícitas em valores da igreja católica como aborto, separação e acima de tudo liberdade de escolha pra viver como e da forma que lhe convier, sem medo por parte da protagonista de opiniões da sociedade e de próximos. Nesse ponto de vista, enxerguei uma “transgressalidade” dela e por isso o filme valeu. Imagens, atores bonitos, propaganda, tudo isso se apaga se o filme não tem o que dizer, e esse de certo modo tímido teve.

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