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17 Festival de cinema de Ouro Preto

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  Aconteceu de forma remota e presencial , de 22 a 27 de junho, o   17 festival de cinema de Ouro Preto, onde a temática indígena foi o tema central, tanto como cineastas como também os seus temas, tais como: suas ancestralidades desde as suas angústias atuais , que é o roubo das suas terras e recursos por madeireiros, traficantes de armas e drogas, grileiros entre vários outros oportunistas, basta só lermos algo sobre a floresta amazônica para termos uma noção do que está acontecendo com eles. Acompanhei o festival de forma remota, porém nem por isso deixei de assistir a belíssimos filmes, entre curtas, longas e documentários. Todavia destacarei dois documentários : um longa e outro curta-metragem, ambos direcionados ao nosso maior diretor de todos os tempos: Glauber Rocha. Os filmes são : Glauber, Claro   e Carta para Glauber. Pois bem , primeiro vamos ao longa : Glauber, Claro , dirigido e roteirizado por Cesar Meneghetti, SP/2021. Rodado praticamente em toda sua total...

Eduardo e Mônica

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  Eduardo e Mônica , dirigido por René Sampaio, Brasil/2020. Vender direitos autorais é sempre um risco: pode dar mais certo do que o original, se manter no mesmo patamar do mesmo, ou ficar pior.  O filme pertence a terceira opção. Não diria que faria uma versão melhor, mas também pior seria impossível. Quando se pega um símbolo de uma geração, que é o caso da letra da música do Renato Russo , não dá para ter desmedido desleixo na descrição de Eduardo, e principalmente de Mônica. Do Edu esperávamos um adolescente como era, talvez um pouco melhor, todavia a Mônica ( Alice Braga ), sendo o fio condutor da relação, é que o filme se perde no seu excesso. O roteirista , e também o diretor, quis colocar todo o “gênio” na estudante de medicina que falava alemão; o resultado: ficou uma persona inchada por egos, onde a atriz Alice Braga danifica uma personagem que simbolizava toda uma geração feminina ( escrevo isso porque tenho uma irmã de 42 anos ), e masculina também por imaginar um...

Jesus Kid

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  Jesus Kid , dirigido e roteirizado pelo baiano radicado em Curitiba, Aly Muritiba, Brasil/2022. “ Barton Flink de cú é rola!” . A frase sintetiza a obra fílmica. Um escritor é chamado para escrever, em três meses preso num quarto de hotel, a biografia do presidente, este bem descrito como o atual. No filme Nos Bastidores de Hollywood, o Barton Flink é um escritor e roteirista da indústria cinética norte-americana que passa por um momento de crise criativa, onde não consegue entregar seu trabalho a tempo estabelecido por contrato assinado. O nosso protagonista, o sempre Titãs Paulo Miklos, passa pelo mesmo processo de escassez de criação quando lhe é pedido e pago para escrever a tal biografia presidencial, sobretudo esta sob um formato ou uma intenção em reeleger o atual mandatário do executivo nacional: o Bolsonaro, no caso. Os meses e dias vão se passando no luxuoso hotel de Curitiba e a ojeriza por colocar em linhas a biografia de um crápula , só vem com a contrapartida em anu...

Um País Que Sabe Se Comportar

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  Um País Que Sabe Se Comportar ( Un Pays Qui Se Tient Sage ), França/2020, dirigido por David Dufresne.  A obra ficcional tem alguns elementos narrativos que permitem que saiamos da realidade, e por isso tem o nome: ficção.   No documentário a realidade já está lá , nos limitando em contar um fato ou ocorrido, ainda que com se tenha a liberdade do diretor escolher que lado abordará esta “realidade”. Por conta do documentário exprimir mais a vida que nós vivemos em relação a ficção, tal gênero nos aproxima um pouco mais das nossas vivências reais, não imaginárias, e logicamente o seu eco é latente quando nos identificamos o que tem uma relação particular com sua vida. Dei essa volta toda para explicar como este documentário “bateu” em minha pessoa. Em 2007, estava em Paris com meu pai, já falecido, e neste outono vivemos de forma intensa como nunca nos tínhamos nos permitido. Com 10 pra 11 anos perdi o contato com ele devido a separação com a minha mãe e logo a distância ...

As Faces do Mao

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   As Faces do Mao , dirigido por Dellani Lima e Lucas Barbi, SP-2021. "Somos todos filhos da miséria", afirma nosso protagonista logo de inicio de Doc. A frase é dita num contexto que é surgido a sociedade brasileira, ou seja, sendo descendente de espanhol, que era o caso do galiciano protagonista, ou descendente italiano, ou do continente africano, somos todos fugidos da "terra natal" pela miséria, buscando vida melhor em solo tupiniquim. A frase é dita pelo vocalista da emblemática e lendária banda de punk rock nacional:  Garotos Podres; onde o Mao, que além de músico, é professor de história da rede estadual paulista de ensino desde 1988 até os dias atuais. Sindicalista e ferenho apoiador do PT, José Rodrigues Mao Jr. defende seus ideais , estes que se misturam e se confundem com a origem do movimento punk e com o partido político citado, pois ambos defendem, ou defendiam o proletariado contra a opressão do estado e do sistema capitalista. O documentário se fech...

Crítico

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  CRÍTICO Documentário | Cor | Digital | 76 min | PE | 2007 Direção: Kleber Mendonça Filho Segue sinopse: 70 críticos e cineastas discutem o cinema a partir do sempre interessante conflito que existe entre o artista e o observador, o criador e o crítico. Entre 1998 e 2007, Kleber Mendonça Filho registrou depoimentos sobre esta relação no Brasil, Estados Unidos e Europa, a partir da sua experiência como crítico. Com depoimentos reveladores de criadores como Gus Van Sant, Tom Tykwer, Eduardo Coutinho, Curtis Hanson, Carlos Reichenbach, Walter Salles e Carlos Saura, Crítico abre uma janela para uma arte cada vez mais julgada por mecanismos de mercado, e que luta para permanecer humana tanto no fazer, como no observar. A mente humana, ou seja, a capacidade de termos de pensar nos distingue dos demais animais, nos tornando assim racionais. A profissão crítico de arte, e aí englobo todas as artes, tem a missão em ser o mais racional possível, tarefa que, por vezes, fica impossíve...

Palhaços do Rio Vermelho - O curta

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    Palhaços do Rio Vermelho – O Curta , dirigido por Lilih Cury e produzido por Gorete Randan, Brasil-Bahia/2021. Desde criança tive medo de palhaços e quando comecei a adultecer o medo parou e surgiu algo pior, a indiferença:uma das piores característica do ser humano. Tal modo de pensar mudara quando um palhaço, camuflado de DJ, me pregara uma peça. Não a toa este palhaço é o sócio fundador do clube carnavalesco de palhaços do Rio Vermelho, bairro boêmio de Salvador. Quem mora na cidade sabe que o bairro é o ponto de encontro de pessoas interessadas e interessantes. Pois bem, em uma noite na Borracharia , Rui , que além de palhaço é artista plástico, pega a sonora da boate. Beleza até aí: um DJ novo na balada. A noite começou e trocamos olhares, creio eu. O tempo se esvaía e o divertimento surgia, e Rui então agira: de uma pra outra, de um Dire Strites foi colocado um Pablo, e lógico que achei super estranho; então em sequencia ela coloca um Arnaldo Antunes e quando achamos...