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Pegadinha

Relendo meus escritos, achei um de julho de 2019 em que abordava pegadinhas como tema central. Durante quase estes onze meses passados acabei me aprofundando no assunto. Com o auxílio do Youtube, revi todas as melhores pegadinhas em que laurearam Ivo Holanda como o precursor deste tipo de entretenimento no Brasil. É incrível a capacidade deste paulista octogenário, de origem circense e talvez por causa desta origem, é que Ivo faz de uma pegadinha uma coisa tão natural, como uma extensão da sua personalidade, de fato trata-se de um dom. O que me pergunto é porque durante os últimos onze meses estou mergulhado neste universo das pegadinhas, e a resposta veio hoje: é porque estamos dentro de uma pegadinha com a eleição de Bolsonaro. Este bufão, assim como Ivo Holanda, não sabe medir suas ações, de modo que o sentimento que passamos no Brasil é de uma pegadinha. Bolsonaro está no campo do humor, e tal campo é cruel , pois para acontecer necessita criar, e para criar sempre tem que es...

Percepção

Bolsonaro cresce na raiva da discórdia que ele estrategicamente planta com suas falas pirracentas e engenhosamente disléxicas. Ele quer holofotes e parece que tem conseguido: quantos mais holofotes tiver, melhor é pra ele. Óbvio que um presidente precisa ser seguido e não perseguido como o grupo Globo de Comunicação e a Folha SP e o Estadão fazem. Assim ele só faz se inflar mais ainda com seu manto pessoal e político de vida , que é: falem mau de mim , mas falem! Então o povo "percebe" que ele está sendo supostamente perseguido por suas colocações e se faz de coitadinho, e se tem uma coisa que brasileiro adora é ver alguém sendo injustiçado para tomar suas dores. Bolsonaro, desta forma, ganha a queda de braços com a imprensa brasileira . Isso pra mim é tão claro que fico estarrecido quando não enxergam uma coisa tão nítida.

BBB 20

Planejava este texto ao final de abril, quando o programa acaba, mas achei por bem antecipar. Pois bem: são vinte realities shows durante vinte anos seguidos, trocando em miúdos, desde 2000 temos o programa no ar. A minha geração, dos quarentões, começou a ver com vinte anos, e tem a geração que começou a acompanhar antes dos 20 e bem depois disso também: com trinta , quarenta e cinquenta anos; isto significa que eles estão agora com cinquenta, sessenta e setenta anos respectivamente, ( e duvido que alguém com essas idades avançadas ainda tenham saco para assistir ao BBB ). Admito que acompanhei no máximo aos 5 primeiros anos , ou seja de 2000 à 2005; após isso não vi mais nada, inclusive tomei tanta raiva do programa que fazia campanha contra no finado Orkut e depois, Facebook. Até 2019 continuei não vendo nada a respeito, contudo este ano de 2020, em especifico, me fisgou porque achei  e ainda acho que a seleção dos participantes deste ano teve um “quê” à mais no sentido políti...

Novos Ares

Aos 42 anos sai da casa da minha mãe e fui morar sozinho. Verdade que já tinha tido esta experiência aos 29, morando em outra cidade maior, São Paulo; todavia acabei voltando após hum ano; e porque então essa experiência seria diferente agora? Porque aos 42 sei que não dá mais pra voltar a morar com mamãe ou papai: agora sou só eu comigo mesmo   e só saí da casa da minha mãe quando tive absoluta certeza de que não voltaria mais. Demorou um pouco? Sim, já que a maioria sai bem antes, ainda na casa dos vinte e nos mais tardá com trinta e poucos, entretanto cada qual tem sua “ficha caindo” no seu devido tempo e procuro não julgar pra não ser julgado, já que a decisão é intransferivelmente pessoal e tal mudança só ocorre quando a certeza é certa de que a mudança será ou seria necessária para o bem sempre, porque quem anda para trás é caranguejo. Quando a ficha cai surge a pergunta: porque não fiz isso antes ! Pegar o lixo, lavar a louça, fazer a faxina, preparar o almoço, fazer o c...

Storyline Manga Chupada

Apresentação/primeiro ato Conhecemos os dois primeiros personagens, e principais: Diogo e João. Ambos fumam maconha e beiram seus dezessete anos. Estão na praia paquerando e passando parafina em suas pranchas para uma sessão de surfe. Diogo está enérgico com a vida, enquanto João brisa mais contemplativo vendo todo o entusiasmo do amigo. Os dois aparentam serem mais maduros  que a maioria da sua idade. Gatilho Após um dia de surf e sol forte, João e Diogo saem da praia em direção as suas respectivas casas, cortando o caminho longo da orla marítima de Salvador, por uma floresta fechada. Bem no meio deste caminho se deparam com um assaltante, que tira a prancha de Diogo: a manga chupada. Segundo ato Em meio a uma discussão entre Diogo e João acerca fidelidade, companheirismo e amizade verdadeira, o assaltante reaparece sorrateiramente e chama Diogo para devolver a prancha. Clímax dramático/emocional Após convencimento de João, Diogo parte para o enco...

Gestão estratégica

No competitivo mundo corporativo a comunicação, alinhada a um planejamento estratégico eficiente, faz com que a empresa logre ou não êxito no atual cenário econômico mundial. Óbvio que se o produto ou o serviço for de qualidade duvidosa, nesse caso não tem comunicação estratégica que o salve, que faça milagres, mas como todo e qualquer produto/serviço nunca foi e nunca será perfeito, ou seja, não suscetível há erros ou deformidades, cabe então ao gestor estratégico da área de comunicação da empresa fazer a sua parte para melhorar a imagem do serviço/produto, exponencialmente. Não que venderemos outro produto/serviço do que foi mostrado, mas cabe ao profissional da comunicação estratégica dar o “acabamento” ou a maquiagem que o produto/serviço precisa para alavancar-se no mercado de trabalho. Não é possível enganar o consumidor por tanto tempo. O produto/serviço tem seu próprio público-alvo, e cabe então ao comunicador estratégico a função de transformar a sua imagem, mas jamais menti...

Chico

Adoro ser brasileiro e ser nordestino, e baiano principalmente. Ter essa miscigenação de um Antônio Conselheiro com italiano e espanhol ao mesmo tempo, sem esquecer-se do laço indígena e lusitano: enfim ser brasileiro é o que fortalece: é o que nos faz ser múltiplos e diferentes dos demais. Por vezes ofusca e confunde, mas na soma geral vale mais que menos e a complexidade humana tende a agradecer, embora seja a maioria dos momentos complexos de entender tamanhas misturas. Para um amante de cinema, tudo isso é muito proveitoso: existem muitos universos a explorar, todavia a via racional tende a ser menos proveitosa, e racionalidade é necessária para a criação, também. O ser humano é bastante vasto, e cabe a ele, não ligar para o senso do ridículo se quiser criar, porque criar é se livrar de tudo racional: é mergulhar entre a loucura com a mínima sensatez para que aquilo que se cria torne agradável e útil para si e para os outros.  Tenho lido Chico Buarque de Holanda ultimamente e...