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"Waldick - Sempre no Meu Coração"

"Waldick - Sempre no Meu Coração", documentário da atriz Patrícia Pillar, Brasil, 2007. A poesia te escolhe e não o contrário. Precocemente fui adentrado, por vontade ou necessidade própria, ao mundo brega, ou melhor, ao universo brega que se consistia em noites regadas a bebedeira, som brega com a poesia crua popular circundando as letras e melodias. Hoje percebo que toda aquelas vivências que tive conhecendo praticamente o estado da Bahia inteiro a fim de continuar nesse ar ou nessa pegada boemia, tinha de fato “incentivos” e/ou causas ocultas que para um piralho de 15,16 anos era impossível de se enxergar, apenas ia sobrevivendo e tentando me manter de pé das coisas que não entendia, mas que era preciso “tocar o barco” ou tocar a vida, assim como os poemas das músicas bregas que nos estimulavam. Hoje o que eu sou, é fruto desse passado, dessas viagens aos interiores baianos e as farras no boêmio bairro de itapuã, onde este que voz escreve burlava a identidade , pois era...

Homem de Ferro 3

Homem de Ferro 3, Dirigido e ainda por cima roteirizado pelo infeliz Shane Black, ( e veja que co-produção esquisita )EUA / China, 2013. O ofício do crítico da arte nobre ou a sétima, como assim preferirem, por vezes é deveras sacrificante pela justa causa de fitas que são estrondorrosamente sucessos de bilheteria, mas que todavia quando nos prestamos ( eu, no caso ) a ver outros filmes bem mais interessantes estes vulgos blockbooster se tornam em sua esmagadora maioria um martírio em resenhá-los. Porém como nem tudo são flores na vida e o nosso ganha-pão têm de prevalecer as nossas preferências, vamos entregar uma resenha não mal-humorada, mas compatível com o filme Homem de Ferro 3. Quero começar, sem medo de entrar de supetão no tema, com uma suspeita que tive ao ver os dois primeiros filmes: que o personagem do seu protagonista(Robert Downey Jr) é um gay enrustido. Isso fica nítido no terceiro filme da Marvel com o seu ego de ser maior que o seu próprio corpo: ser superior a dor d...

O Quarteto

O Quarteto , dirigido por Dustin Hoffman  ( um dos atores mais atuantes dos anos 80 e 90 do século passado e que agora se envereda na direção do seu primeiro filme ), com o suporte de um elenco maduro e fantástico com nomes de peso como : Maggie Smith , Tom Courtenay , Billy Connolly e Pauline Collins , Reino Unido, 2013; O filme é um drama romântico que conta a estória de dois senhores e duas senhoras com um vinculo afetivo forte e cujo seus destinos estão entrecortados pelas memórias de vidas, bem vividas por sinal. Todavia o momento agora é tenso, pois todos são de certa forma esquecidos por seus parentes de modo que voltam a reencontrar-se em um asilo. Mas eles foram enviados não para um asilo qualquer, mas um asilo para artistas. Por lá já se tinha músicos, músicas, tenores de ópera, pintores, escultores, escritores, ou seja, um pouco de tudo do ramo artístico. O asilo não lembra nem de longe a um asilo normal e seus funcionários tratam seus hóspedes como se fo...

Amor é tudo que você precisa

Amor é tudo que você precisa, Susanne Bier, Dinamarca / Suécia / Itália / França / Alemanha, 2013 (falado em dinamarquês, inglês e por raras vezes em italiano ). Pois é, o ditado em que diz “acontece nas melhores famílias” é adequado ao filme. O mais relevante, ao menos a esse em vos escreve, é a beleza estupenda de uma das suas atrizes coadjuvantes ( Molly Blixt Egelind ) que parece mais uma mulher de cera pela perfeição de seus traços e pele. Ademais disso o filme é uma comédia romântica e na maioria ou totalidade das vezes não podemos esperar muito de filme do gênero, e esse também não foge da regra, aliais por um detalhe ele se torna diferente dos outros que é a exposição de uma mulher de meia idade, casada e com dois filhos que soube de resultados médicos que fizera e detectara um câncer. Por esse personagem ser a protagonista da comédia romântica, essa tem um víeis diferente das outras, isso é fato, porém o tal víeis não foge muito do pragmatismo do gênero, colocando o film...

Oblivion

Oblivion, Joseph Kosinski, EUA, 2013 . O ano é futurista no mundo em que acontecera uma estupenda e sanguinária guerra entre nós e extraterrestres. Ganhamos a parada ou o conflito, mas conseqüências drásticas surgem como a total inadaptabilidade de vida humana em nosso planeta destruído pela guerra extragaláctica. Desta maneira os humanos sobreviventes ficam na agência espacial da NASA para posteriormente serem enviados a um planeta em uma galáxia até então desconhecida que tem as condições necessárias para a vida humana terrestre, pois a Terra agora existia “ homens não- terrestres” no pós-guerra a fim da captura ou manutenção dos bens naturais do planeta devastado. Militarmente ganhamos a guerra, porém perdemos o nosso lar: a nossa Terra amada. Para a manutenção das máquinas que se encontravam em nosso planeta devastado a fim de pegar nossos últimos recursos que dependíamos para viver no tal novo planeta desconhecido e aparentemente parecido, ao menos física e geologicamente com a “...

A caça

A caça , Thomas Vinterberg, Dinamarca, 2013. Do romance Crime e Castigo, do escritor russo Fiódor Dostoiévski, se vê inúmeras situações nesse filme pelo único e exclusivo motivo, porém com peso que é a mente humana, onde esta é capaz de criar coisas incríveis e terríveis, ora ao mesmo tempo ora separadas. Na introdução fiz questão de sublinhar “ a mente humana” para de certo modo comentar e/ou explanar sobre a produção dinamarquesa, pois o desencadear da história tem surgimento em um suposto abuso sexual em uma menininha que vira supostamente o pênis do seu professor. De hipótese por supótese a vida de um pacato, divorciado professor de jardim de infância de 42 anos vai se transformando em um verdadeiro calvário “infernífico”, afinal de contas como um personagem da trama afirma: “ crianças não mentem”. De fato as crianças não têm a nossa malícia em arquitetar idéias transformando em estórias, mas estas já têm a capacidade de imaginar ou linkar uma suposta imagem ou fala de outros, e s...

Meu pé de laranja lima

Meu pé de laranja lima, dirigido e roteirizado por Marcos Bernstein , 2013, Brasil. Depois de duas telenovelas e um filme, o mais vendido livro nacional volta em sua segunda edição para as telonas. A estória é comovente, mas acima de tudo instigante no sentido de nos colocarmos na posição do menino que falava com uma arvore e tinha uma vida bastante hostil, tanto de sentimentos incompreendidos como também pela sua aguçada sensibilidade, o que o faz sofrer e passar por perrengues existências que só pessoas com sensibilidade têm.   O filme tem um ar dejavú, já que o livro é antigo, ao menos a esse em vos escreve fora meu primeiro livro lido antes mesmo do pequeno príncipe. Muitos conhecidos meus não optaram por não ver o filme por ser tratar de um filme triste. Não é bem assim, o filme não é triste, ele é emocional e isso é completamente diferente. A tristeza está na realidade de um garoto sapeca que carrega emocionalmente uma família aos pedaços com um pai violento, bêbado e desemp...