Caminho da liberdade

Espremendo o bagaço da laranja pra pegar só o caldinho, alguns bons filmes a serem discutidos. A sétima arte é mesmo envolvedora. Por mais que queira ignorá-la por vezes estúpidas, ela volta e se revolta como um liquidificador nos meus “ticos e tecos”, espremendo e enrolando assim como meias em uma máquina de lavar. Tive a concretização da consciência de que não posso ignorá-la, pois estaria ignorando a mim mesmo, mas deixo pra quem sabe fazer isso, e desisto da pretensão, se é que um dia já tive, de enveredar-me como participante do processo do cinema.
Falando em paixão, assisti uma coisa extraordinária hoje, onde temos a noção te tanto de gente ordinária que nos rodeia, sem trocadilhos, apenas uma constatação. O filme é o Caminho da liberdade, do Peter Weir, USA 2010, onde prisioneiros migram da Sibéria até a Índia. Isso mesmo, uma puta de uma caminhada que cativa do começo ao fim, e por isso a constatação de hoje, estarmos ao redor de pessoas ordinárias, sem pudores, sem valores e principalmente com medo de ultrapassar as coisas ditas não – ultrapassáveis. Por isso a maioria das pessoas de hoje em dia se tornam ordinárias, pelo medo da perda das vulgo conquistas materiais, não sabendo a maioria que esse medo paralisa coisas bem mais importantes do que uma coisa palpável. Esse filme tem como tema a fuga do regime Stalinista na primeira guerra mundial, mas pelos fatores abordados, total e integralmente atuais. Me arrisco a escrever que é isso que falta no século XXI, integridade em todos os sentidos , como sentimentos, e setores como: Economia, política, o falar direto com os vizinhos, a associação do seu bairro fazendo as coisas sem interesses de terceiros, etc.
Rodando a bobina do retroprojetor temos o Monâco-Francês Como arrasar um coração, do Pascal Chaumeil 2010, que é uma comédia que tem seu valor, pois quando se vai assistir a um filme desse gênero, pressupõe que a pessoa se divirta e ria, e isso aconteceu pelo humor inteligente, muito diferente de um filme de um Bruno Mazzeo da vida. Se for pra recomendar, recomendo. Envolve sedução, inteligência, enfim vale ser visto e acompanhado então: melhor ainda.
Temos ainda alguns como: Os piratas do Caribe- navegando em mares profundos, do Rob Marshall USA 2011, que mostra uma coisa legal e velada: As duas personalidades de temperamentos entre os povos Espanhóis e Ingleses. Enquanto os latinos de sangue quente usam isso para expandir seus lares conquistados, que foi o caso das colônias na America do sul e latina, os ingleses usam a racionalidade para enfrentar os mares e conquistar lares também, como o USA. Na verdade, o filme não aborda nada disso, eu é que fiquei com essas comparações na cabeça. O filme é puro entretenimento chato e comprovou uma coisa que desconfiava desde o primeiro filme da saga; o tal do Jack Sparrow é gay. Em momento algum em todos os filmes pegou de verdade uma mulher, é gay enrustido, tai o grande mistério dessa saga que espero que tenha acabado.
O que mais? Ah sim, o melhor de todos, e o legal que nem paguei pra ver, baixei. Só meio tabaréu nesse ramo, mais ando progredindo. Poesia, um filme sul-coreano super interessante.
Continuo com minha tese de que os melhores filmes saem dos lugares menos inesperados, pois não existe a tal cultura de fazer filmes bons e bem remunerados, aí o que o caras fazem? Metem o pau na criatividade e saí coisa de prima. Poesia é uma lindíssima estória cotidiana de uma mulher que vai perdendo a memória e por isso se matricula em um curso de poesia, pra entender o que está acontecendo com sua memória, e paralelo a esse barril de problema, o neto que ela cria se vê dentro de um suposto estupro e assassinato de uma garota em sua escola. Uma película realmente tocante. Dessas todas citadas, a melhor. É que quando o filme é muito bom fico sem ar pra comentar. Se isso pode ser como referência, Poesia está na seleção oficial do festival de Veneza. O festival de melhor qualidade pra mim. Vou deixar de falar o nome do diretor da película, pois não iriam conhecer mesmo e também pra instigá-los a assisti-lo. Good Movies Friends of my hearty!