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Anticristo

No calor da fita assistida Anticristo, Lars von Trier , Dinamarca / Alemanha / França / Suécia / Itália / Polônia, 2009 ,   é uma porrada de bom. O polêmico e genial diretor dessa vez ou daquela vez, visto que o filme foi feito há algum tempo, discute, polemiza, aborda, instiga, mitiga em todas nuances possíveis à existência humana. Com um roteiro onde um casal (interpretado por Willem Dafoe e Charlotte Gainsbourg) se refugia pela perda de um filho em um chalezinho com mato selvagem por todos os lados. O casal era formado por um psicanalista e uma escritora “interrompida”. As aspas na palavra interrompida tem sua razão: pois a tal escritora para com seu oficio pela trágica perda do seu único filho. Para destraumatizar a escritora, o psicanalista e seu marido oferece a ela um tratamento de choque, deixando se esvair os melindres dos sentimentos que tanto a incomodava, ou seja, seu marido tenta curá-la do trauma do filho perdido com um método mais moderno e ousado do que o tra...

Porcos raivosos

Porcos raivosos , Brasil, 2012; É um curta metragem ficcional feito por índios. Segundo os “diretores” do curta ( Isabel Penoni e Leonardo Sette ) , os índios já estavam de saco cheio de cineastas irem lá nas suas aldeias e só fazerem documentários. Sentiam-se instrumentos ou pessoas sem mãos. O curta é muito simples e tem como tema uma lenda da tribo, na qual quando os homens vão caçar por vezes alguns voltam diferentes: mais selvagens e menos carinhosos com elas: suas esposas, que aparecem nuazinhas nesse misto de ficção com lenda feita pelas próprias índias. A diversão das índias foi geral, isso resplendia em suas faces, sempre alegres e risonhas, criando e brincando ao mesmo tempo e o principal: da forma lúdica delas. A brincadeira se baseava essencialmente num rito onde elas faziam uma roda e falavam-se entre si. Um curta a primeiro olhar: torto, sem muito que dizer ou entender, porém o que vale ser resaltado foi a generosidade dos diretores de deixarem o processo criativo com ...

007- Operação Skyfall

Não sei se é porque estou assistindo a uma caralhada de filmes em um festival, filmes independentes e geniais em sua maioria, escreva-se de passagem, que as fitas ditas ou descritas como comerciais passam mal por minhas íris. Se fosse pra comparar fitas comerciais com independentes seria o mesmo de medir forças dos EUA com o Irã, ou comparar um pato ao molho francês a um PF da esquina da sua rua. É com esse “instigamento” é que vim “aquá” escrever e afirmar que o principal filme holiwodiano do momento é uma tremenda babaquice. Refiro-me ao James Bond e seu 007 - Operação Skyfall , Sam Mendes, 2012, EUA . A fita antes de tudo tem a dura missão de homenagear o cinquentenário do filme e ao mesmo tempo tenta salvar a estória pra lá de batida. Desta vez ainda vemos um James Bond comedor, mas também amargurado pela traição de sua fiel e escudeira chefona. Ademais percebemos um protagonista procurando uma figura materna, pois afinal de contas cinquenta anos de “comilança” não foi brincadeir...

A anti-performance

A anti-performance , Daniel Lisboa, BA, 2012. Com uma idéia na mão e uma câmera na cabeça ou vice versa, Daniel apresenta aos que não são da capital baiana, o multi-artista Jaime Figura. Jaime é um cara sem rosto que vive no Pelourinho. Há quarenta   anos o artista decidiu viver assim por discordar da sociedade e dos jogos dela. Famoso por aqui, porém desconhecido em outros locais, Daniel decide documentar a viagem que faz com Jaime Figura em um vôo de Salvador a São Paulo. O espanto da tripulação é instantâneo vendo aquela figura toda coberta dos pés a cabeça a adentrar na aeronave com seus truculentos, insensíveis e desagradáveis comandantes de vôo. Porém, enfim e por fim, Jaime figura consegue chegar à terra da garoa.   Lá faz suas performances   na avenida paulista, onde muitos param: aprovam ou desaprovam e o curta acaba.   Daniel tem a característica de fazer curtas premiados com temas ou personagens que de alguma forma dão um tapa na cara da sociedade, e esse ...

Histórias só existem quando lembradas

Histórias só existem quando lembradas , de Julia Murat, 2012, Brasil/ Argentina/ França. Realmente uma obra-prima, onde infelizmente só pode ser conferida em festivais, pois em salas comerciais tamanha genialidade não tem espaço. A Julia Murat brinca com temas como: velhice, morte, vida, jovialidade, experiência, falta dela, alegria, tristeza como estivesse brincando com bolas de gude. Com locações em casa antigas de um interior brasileiro, a fita nos faz repensarmos em nossas vidas, em que rumos darmos a ela e como seguir com elas mais levemente, sem culpas e com mais convicção. A simples, porém bela fita conta a estória de uma jovem andarilha que decide passar alguns dias em uma cidadezinha do interior de algum canto desse Brasil, apostaria que seria em Minas Gerais, mas como a fita não divulgou tal informação, fiquemos no achismo mesmo. Porém isso é o que menos importa. As relações pessoais e sóciais dessa andarilha com a população local é que nos faz mitigarmos sobre a fita nada c...

Relação explosiva (Hit and run )

Relação explosiva (Hit and run ) , dos diretores, no mínimo sem inspirações David Palmer / Dax Shepard, EUA, 2012. Não sei se minha censura anda alta no sentido em classificar películas como assistísseis, mas a que vou resenhar neste momento não tem como classificar com outro adjetivo negativo como pífio. Destinada a um público vidrado em adrenalina com seus vinte e poucos anos, mas com cérebros de no máximo dezesseis para quem de fato curtiu a fita. De tão inclassificável por ser tão ruim não sei se tal filme se encaixa no gênero da comédia, do drama, do policial ou da ação, mas sinceramente pode ser qualquer desses gêneros citados acrescentado ao final à palavra trash, ou seja, comédia trash, drama trash, etc., onde os filmes do querido cineasta Zé do Caixão se tornam clássicos de alto padrão comparando com o horrível movie. No seu roteiro além de gírias em ocasiões não oportunas, é como um todo e seu final de uma caganeira considerável, pois são tantas desconexões no sentido d...

Paris-Mahhatan

  ·          Paris-Mahhatan, da Sophie Lellouche , França, 2012.   É de ficar perplexo que o Woody Allen tenha feito uma ponta nesse catastrófico filme. A bizarrice da fita não se limita a uma área, mas de uma realmente forma desastrosa a película consegue ser péssima em todas as áreas, desde o seu caótico roteiro, produção, direção de arte, de som e atores pífios por fim. O enredo é uma puta “maluquice”, onde uma já mulher com os seus trinta e muitos anos se encontra encalhada e sem perspectiva alguma para algum pretendente. Com a tal situação vivida pela protagonista da fita ( Alice Taglioni ), os amigos tentam salvá-la da solidão   ( mesmo ela não estando muito de acordo com isso ), pois com o tempo aprendera a conviver sozinha e de modo que seria antes de tudo um tremendo sacrifício morar e conviver com alguém a beira dos seus quarentinhas anos de existência. A protagonista tinha uma paixão sim; Essa única e inaba...