Crisântemos Tardios



Crisântemos Tardios, de Kenji Mizoguchi, Japão, 1939. Frequentar festivais internacionais de cinema é bom e proveitoso porque tem-se a possibilidade de conhecer a fundo a história da sétima arte, e não superficialmente. Esta é mais uma obra que fica “ad eternum” em nossos corações e mentes por seu grau de significância e profundidade onde só o cinema tem a capacidade de aprofundamento para que captemos em detalhes determinados momentos e aspectos de alguma cultura de um determinado país. O cinema encurta barreiras e nos permite conhecer aquilo em que nem sequer por hipótese acharíamos que existiu, e isto decorre não somente por vossa preguiça em buscar fontes mais rejuvenescedoras, mas sim em um bloqueio das grandes massas corporativas que não permitem que tal história ou determinada informação longínqua chegue a nós. Escrito isto temos mais uma bela obra do Cine BH International Film Festival em sua décima edição. Esta que grita ou explicita que o show tem de continuar a qualquer custo, até mesmo da morte. Alias a morte é fator fundamental para que a arte respire. Trocando em miúdos a arte só consegue chegar até nós quando esta, marginal e anarquicamente “fura” com algo que já se encontra estabelecido e “intrísicado” como duradouro e confiável. A arte vem pra derrubar o velho e valorar o novo, pois como sabemos: o novo sempre vem, quer queiramos, desejamos ou não. Acho que a essência da obra japonesa do importante diretor de olhos puxados está descrita, ou ao menos foi tentada ser descrita já que o filme não é muito fácil de compreender por inúmeros aspectos que vão desde a sua época assim como a forma de filmar atípica do diretor, e também o tema do enredo do filme. A história fala de uma determinada família japonesa de artistas respeitados em Nagoya e Tóquio, onde o seu símbolo familiar seria um Crisântemos, que é uma espécie de flor japonesa  popular na cultura oriental. A passada de bastão é a ideia central do roteiro. Ou seja: o pai, que era um ator veterano, teria que passar o “bastão” artístico para o filho. Entretanto isso não ocorre pelo filho se apaixonar por uma serviçal e com isso as estruturas familiares, mesmo sendo uma família artística, balança-se a tal ponto de pai e filho romperem relações por vaidades dos atores e pelo nome da família, principalmente. A sessão teve o privilégio de um debate com o crítico italiano Adriano Aprà, este que teve a gentileza de nos iluminar sobre a  difícil , porem encantadora, obra peculiar, por vossas ignorâncias acreca da história do cinema, pois quem pensa que é só pegar uma câmera e filmar, estar redondamente enganado por a sétima arte ser quase uma ciência exata por tantos processos que passou até chegar aos dias de hoje parecendo que é tudo fácil e autoexplicativo em rodar um filme: coitados de quem pensa assim, vais ser eternamente um zumbi que pensa que sabe fazer cinema. Cinema é estudo e os filmes estão aí pra isso, então metas a bunda na cadeira e vai a estudar!

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