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Tateio-me

  Tateio-me , de Lis Schwabacher, um filme selecionado para o festival de Praga/República Tcheca, 2021. Neste especifico curta, abrimos o texto de uma maneira incomum, o chamando de experiência fílmica, não obra fílmica como de costume, devido à característica peculiar do seu tema: a pandemia e o isolamento social. Formada em artes cênicas, Lis faz da sua sala, um palco de poesia, expressões corporais, e principalmente sentimentos. 137 dias de enclausura mento a faz perceber ruídos que dantes ela não ouvira, e por vezes desconfortáveis, por sua situação de solidão. Lis sugere, ou melhor, diz que o melhor que temos de fazer neste momento é ouvir-nos: mergulhar pra dentro de nós mesmos, embora tal mergulho seja extremamente perigoso, todavia nas circunstâncias atuais, nada pode ficar pior. Entretanto o que Lis argumenta é extremamente o contrário ou quase isso: que mergulhamos em nós mesmos, e isto com o direito ao “caos” que nos é cabido e carregado, e a partir da experiência do sen...

Bergman

   Das suas 52 obras cinematográficas, 18 encontram-se gratuitamente disponíveis e legendadas no Youtube. Sueco, nascido em 1918 e falecido em 2007, Ernst Ingmar Bergman é o maior cineasta de todos os tempos, ao menos na opinião deste blog cinematográfico; e olha que já achava isso só tendo visto 4 obras dele ( as mais famosas: Personna, Morangos Silvestres, Sétimo Selo e Sonata de Outono ), todavia agora vendo 18 tenho absoluta certeza de que estava certo como cinéfilo e critico de cinema. O maior trunfo do sueco é conseguir translucidar as principais questões humanas, desde sempre, com uma linguagem cinematográfica disponível a quem, obviamente estiver preparado a presenciar vivenciando o ser humano e suas nuances. Sua  filmografia começa em 1945 e tem fim em 2003. Além dos 52 filmes, escreveu também 6 livros, isto sem contar os 52 roteiros. Seus temas favoritos eram a morte, a solidão e a fé ou a falta dela, fazendo com que seus personagens se tangenciassem para o am...

Biden

  A maioria ainda não está dando conta do que está acontecendo no mundo, e não me refiro à pandemia, mas sim as eleições norte-americanas. Com a saída de Trump da Casa Branca a economia mundial tomará outro rumo a partir de janeiro de 2021. Qualquer que fosse o democrata eleito tal mudança ocorreria inevitavelmente. O cenário político também mudará a partir de então. No Brasil Bolsonaro dificilmente se reelegerá após a vitória de Biden nem mesmo que os partidos políticos tradicionais sejam muito incompetentes, como aconteceu em 2018. Entretanto fusões políticas ainda serão importantes para a consolidação “da volta da democracia”. O descrédito dos partidos políticos ainda sangrará em 2022, por isso a união das forças será de suma importância. Todavia o fato da eleição do Baden já muda todas as peças do tabuleiro; agora perder seria muita arrogância e incompetência tanto de PT como de PSDB, acho que é o momento de união dos dois grandes partidos políticos brasileiros, fato este que n...

Cine BH

  O tempo é de aproveitar se atualizando pelos festivais de cinema on-line Brasil e mundo afora. Este blog vem acompanhando exclusivamente os festivais do Brasil por nosso editorial achar de suma importância focar nossas íris para o momento atual do país, onde temos uma real ameaça do governo federal em querer a todo custo exterminar a nossa memória, seja desmantelando a cinemateca ou não dando recursos aos festivais de cinema, música e toda e qualquer tipo de arte, e uma nação sem arte, meus caros, não existe. Pois bem, nesta linha de resistência tenho acompanhado em especial aos festivais de Minas Gerais, por as curadorias ter este cuidado especial com a memória do cinema, e consequentemente da história do Brasil. Neste blog você encontra as obras que mais chamaram nossa atenção do festival de Ouro Preto, e agora destacaremos os melhores filmes, em nossa opinião, do festival de cinema de Belo Horizonte, acontecido entre os dias 29 de outubro a 02 de novembro de 2020; entre eles e...

Festivais de Cinema 2020

  Para a sétima arte, que não é Streaming em hipóteses nenhuma, os festivais de cinema ganharam e perderam ao mesmo tempo. Enquanto podemos conferir a inúmeros festivais via online devido à pandemia, todavia perdemos o tato a tato nos que íamos, enfim agora é o momento de atualizar e ver o copo meio cheio. O primeiro festival a ser visto está sendo o de Ouro Preto/MG , cujo site é www.cineop.com.br , de 3 a 7 de setembro: tudo gratuito. Já vi documentários incríveis, como o Dorivando Saravá: O Preto Que Virou Mar, do amigo Henrique Dantas, onde temos oportunidade mais uma vez em vermos uma obra dedicada a Dorival Caymmi, mas uma vez porque no festival de Salvador de novembro passado tinha visto outro doc. também bem interessante chamado Caymmi : Um Homem de Afetos. Conferi outros títulos: Seres, Coisas, Lugares, de Suzana Macedo, o ótimo Avenida Brasil Formosa , de Gabriel Mascaro, Dela, do também amigo Bernard Attal, Até Que a Morte os Separe, da Júlia Arantes entre outros. Os fes...

Amadurecimento

 Trata-se de um relato: o primeiro festival de cinema que fui convidado a cobrir foi o de Curitiba, o Olhar de Cinema em 2015. Em 2016 eles não me chamaram mais, e eu fiquei muito puto com eles: afinal tinha conseguido dois sábados consecutivos de matérias exclusivas para o festival do segundo site mais acessado da Bahia: o Bahia Já. Enfim, fiquei puto e não engoli tal despautério e cobri meus custos e rumei a Curitiba em um típico junho frio. Óbvio que tive de achar o albergue mais em conta. No dia anterior a viagem a Curitiba fui curtir uma noite no Rio Vermelho, a fim de conseguir cobrir um festival denso com sete dias , e praticamente dez horas diárias na sala escura. Peguei o avião ainda com os resquícios da noite do boêmio Rio Vermelho, de modo que quando cheguei a Curitiba , fiquei aguardando o dono do hostel me pegar no aeroporto, afinal ele disse que ia. Passaram três horas num frio desgraçado e o cara aparece. O aeroporto de Curitiba fica em outra cidade, São José dos Pin...

Gestão de crise e reputação empresarial

  No filme, uma explosão numa plataforma de petróleo de uma grande petrolífera norte-americana no golfo do México causa a maior tragédia ambiental dos EUA: Cerca de 20 milhões de galões de petróleo foram vazados e 11 pessoas ficaram desaparecidas. Após isso, uma série de acontecimentos se desenvolvem em torno da figura particular e pública do congressista Collins, interpretado pelo ator Nicolas Cage. O derramamento do petróleo, considerada uma crise repentina causada por desastre natural, parece ser o maior problema a ser enfrentado pelo protagonista como um político responsável. Porém, em meio a situação de calamidade pública, ocorre também uma superexposição na mídia de um vídeo gravado num hotel onde Collins manteve um relacionamento extraconjugal. Situação esta que dá origem a principal crise envolvendo o protagonista, sendo dessa vez, uma crise de reputação. Para além da exposição de uma postura infiel, que abala a confiança na ética do político, a situação é agravada pelo fat...