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Gestão de crise e reputação empresarial

  No filme, uma explosão numa plataforma de petróleo de uma grande petrolífera norte-americana no golfo do México causa a maior tragédia ambiental dos EUA: Cerca de 20 milhões de galões de petróleo foram vazados e 11 pessoas ficaram desaparecidas. Após isso, uma série de acontecimentos se desenvolvem em torno da figura particular e pública do congressista Collins, interpretado pelo ator Nicolas Cage. O derramamento do petróleo, considerada uma crise repentina causada por desastre natural, parece ser o maior problema a ser enfrentado pelo protagonista como um político responsável. Porém, em meio a situação de calamidade pública, ocorre também uma superexposição na mídia de um vídeo gravado num hotel onde Collins manteve um relacionamento extraconjugal. Situação esta que dá origem a principal crise envolvendo o protagonista, sendo dessa vez, uma crise de reputação. Para além da exposição de uma postura infiel, que abala a confiança na ética do político, a situação é agravada pelo fat...

Adoniran, Meu Nome é João Rubinato

Adoniran, Meu Nome é João Rubinato , com distribuição da Pandora filmes e com direção de Pedro Serrano, Brasil/2020. Estreiando hoje pelo Canal Brasil, e logo quando inicia o filme , no primeiro take perguntam ao ilustre artista o que é a cidade de São Paulo, e ele responde efusiva e genialmente: “ É o inferno que anda!”. Filho de pai italiano, nascido em capital paulistana em 1910, Adoniran teve a antena em captar a essência humana, e por tal motivo o achavam cômico, conseguindo fazer quatro novelas e inúmeros programas de rádio como humorista, mas na verdade narrava à tragédia, esta que sempre teve, e tem, uma linha tênue com a comédia. Quando me refiro à tragédia, não é aquela grega antiga, mas a nossa do dia-a-dia: a da tristeza. Já no final do final do excelente documentário perguntam a Adoniran quem é o Adoniran Barbosa; e ele responde com a velocidade habitual: “ sou uma pessoa triste, alias sempre ,desde garotinho, era triste e as experiências da vida me fizeram colocar no pa...

Peguei

26/06: vou a emergência tendo dificuldades em respirar. As únicas palavras que disse a médica foram a mesma de George Floyd: Não consigo respirar. Ela veio medindo a pressão e em seguida chama a enfermeira para me acompanhar até a sala de testes da Covid19. Após uma hora a enfermeira me chama e mete um cotonetão em minhas narinas, me dá um papelzinho e diz: daqui a oito dias pegue o resultado. Hoje peguei: estou infectado há doze dias, teoricamente, embora ache que esteja bem mais. Antes até este período tive dores de garganta , coriza, tosse e uma diarreia bem tímida. Não liguei achando que era uma gripezinha. Liguei para um médico do plano de saúde e ele me confirmou o diagnóstico, porque até então é difícil achar que o exame estivesse certo por um atendimento tão chulo, que tive. Estou na fase final, entretanto durante todo o processo (devo ter me contaminado no inicio de junho ) nunca deixei de fazer o de sempre: cozinhar, faxina, ir ao mercado, farmácia, dar uma volta de carro, ...

Covid's

Por mais que não admitidos, estamos vivendo em tempos nada comuns. Passamos por uma das maiores pandemias sanitárias de todos os tempos da história da humanidade, e óbvio que isso não passa batido por ninguém. Até mesmos os profissionais que tem o costume de trabalharem sozinhos, como escritores e editores, sentem a pandemia, pois a energia é outra, e isto respinga em suas criações ou a falta delas. Alguns são céticos da afirmação que nada será como antes, que as pessoas vão mudar, que o mundo será um lugar melhor, que o capitalismo irá se enfraquecer. Particularmente não acredito que muita coisa mude a longo prazo; no inicio teremos aquela sensação de que estamos devendo algo a alguma coisa meio que divina, mas que com o passar dos meses pós-pandemia o que irá voltar a reinar será o umbigo de cada um. Já passamos por guerras mundiais, gripe espanhola, peste bubônica e logo em seguida o mundo seguiu seu rumo sem que nada tivesse acontecido, então por qual motivo temos que acreditar...

Black Lives Matter in Brazil

Nascer e se criar em Salvador, para muitos norte-americanos uma Nova Orleans melhorada, tem-se algumas peculiaridades, alias como em todo lugar, todavia por Salvador ser a cidade mais negra fora do continente africano, experiências vividas aqui só poderiam ter sido nesta cidade por este aspecto racial, que como é sabido está em pauta no mundo inteiro após a morte de um norte-americano negro por um policial branco nos EUA. Não posso dizer que sei o que George Floyd sentiu quando estava em seus últimos suspiros, dizendo ao policial branco que não conseguia respirar com um joelho em sua garganta, de fato só outro negro poderia se colocar no seu lugar pelo histórico de racismo que temos desde os tempos tenebrosos da escravidão. O que posso mencionar são fatos que sofri de racismo invertido em Salvador. Por ser branco de classe média, a maioria dos meus amigos eram negros , e para me enturmar tentava de todas as formas pegar as gírias, os remelexos quando dançavam, seus estilos de músicas...

Pegadinha

Relendo meus escritos, achei um de julho de 2019 em que abordava pegadinhas como tema central. Durante quase estes onze meses passados acabei me aprofundando no assunto. Com o auxílio do Youtube, revi todas as melhores pegadinhas em que laurearam Ivo Holanda como o precursor deste tipo de entretenimento no Brasil. É incrível a capacidade deste paulista octogenário, de origem circense e talvez por causa desta origem, é que Ivo faz de uma pegadinha uma coisa tão natural, como uma extensão da sua personalidade, de fato trata-se de um dom. O que me pergunto é porque durante os últimos onze meses estou mergulhado neste universo das pegadinhas, e a resposta veio hoje: é porque estamos dentro de uma pegadinha com a eleição de Bolsonaro. Este bufão, assim como Ivo Holanda, não sabe medir suas ações, de modo que o sentimento que passamos no Brasil é de uma pegadinha. Bolsonaro está no campo do humor, e tal campo é cruel , pois para acontecer necessita criar, e para criar sempre tem que es...

Percepção

Bolsonaro cresce na raiva da discórdia que ele estrategicamente planta com suas falas pirracentas e engenhosamente disléxicas. Ele quer holofotes e parece que tem conseguido: quantos mais holofotes tiver, melhor é pra ele. Óbvio que um presidente precisa ser seguido e não perseguido como o grupo Globo de Comunicação e a Folha SP e o Estadão fazem. Assim ele só faz se inflar mais ainda com seu manto pessoal e político de vida , que é: falem mau de mim , mas falem! Então o povo "percebe" que ele está sendo supostamente perseguido por suas colocações e se faz de coitadinho, e se tem uma coisa que brasileiro adora é ver alguém sendo injustiçado para tomar suas dores. Bolsonaro, desta forma, ganha a queda de braços com a imprensa brasileira . Isso pra mim é tão claro que fico estarrecido quando não enxergam uma coisa tão nítida.