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Covid's

Por mais que não admitidos, estamos vivendo em tempos nada comuns. Passamos por uma das maiores pandemias sanitárias de todos os tempos da história da humanidade, e óbvio que isso não passa batido por ninguém. Até mesmos os profissionais que tem o costume de trabalharem sozinhos, como escritores e editores, sentem a pandemia, pois a energia é outra, e isto respinga em suas criações ou a falta delas. Alguns são céticos da afirmação que nada será como antes, que as pessoas vão mudar, que o mundo será um lugar melhor, que o capitalismo irá se enfraquecer. Particularmente não acredito que muita coisa mude a longo prazo; no inicio teremos aquela sensação de que estamos devendo algo a alguma coisa meio que divina, mas que com o passar dos meses pós-pandemia o que irá voltar a reinar será o umbigo de cada um. Já passamos por guerras mundiais, gripe espanhola, peste bubônica e logo em seguida o mundo seguiu seu rumo sem que nada tivesse acontecido, então por qual motivo temos que acreditar...

Black Lives Matter in Brazil

Nascer e se criar em Salvador, para muitos norte-americanos uma Nova Orleans melhorada, tem-se algumas peculiaridades, alias como em todo lugar, todavia por Salvador ser a cidade mais negra fora do continente africano, experiências vividas aqui só poderiam ter sido nesta cidade por este aspecto racial, que como é sabido está em pauta no mundo inteiro após a morte de um norte-americano negro por um policial branco nos EUA. Não posso dizer que sei o que George Floyd sentiu quando estava em seus últimos suspiros, dizendo ao policial branco que não conseguia respirar com um joelho em sua garganta, de fato só outro negro poderia se colocar no seu lugar pelo histórico de racismo que temos desde os tempos tenebrosos da escravidão. O que posso mencionar são fatos que sofri de racismo invertido em Salvador. Por ser branco de classe média, a maioria dos meus amigos eram negros , e para me enturmar tentava de todas as formas pegar as gírias, os remelexos quando dançavam, seus estilos de músicas...

Pegadinha

Relendo meus escritos, achei um de julho de 2019 em que abordava pegadinhas como tema central. Durante quase estes onze meses passados acabei me aprofundando no assunto. Com o auxílio do Youtube, revi todas as melhores pegadinhas em que laurearam Ivo Holanda como o precursor deste tipo de entretenimento no Brasil. É incrível a capacidade deste paulista octogenário, de origem circense e talvez por causa desta origem, é que Ivo faz de uma pegadinha uma coisa tão natural, como uma extensão da sua personalidade, de fato trata-se de um dom. O que me pergunto é porque durante os últimos onze meses estou mergulhado neste universo das pegadinhas, e a resposta veio hoje: é porque estamos dentro de uma pegadinha com a eleição de Bolsonaro. Este bufão, assim como Ivo Holanda, não sabe medir suas ações, de modo que o sentimento que passamos no Brasil é de uma pegadinha. Bolsonaro está no campo do humor, e tal campo é cruel , pois para acontecer necessita criar, e para criar sempre tem que es...

Percepção

Bolsonaro cresce na raiva da discórdia que ele estrategicamente planta com suas falas pirracentas e engenhosamente disléxicas. Ele quer holofotes e parece que tem conseguido: quantos mais holofotes tiver, melhor é pra ele. Óbvio que um presidente precisa ser seguido e não perseguido como o grupo Globo de Comunicação e a Folha SP e o Estadão fazem. Assim ele só faz se inflar mais ainda com seu manto pessoal e político de vida , que é: falem mau de mim , mas falem! Então o povo "percebe" que ele está sendo supostamente perseguido por suas colocações e se faz de coitadinho, e se tem uma coisa que brasileiro adora é ver alguém sendo injustiçado para tomar suas dores. Bolsonaro, desta forma, ganha a queda de braços com a imprensa brasileira . Isso pra mim é tão claro que fico estarrecido quando não enxergam uma coisa tão nítida.

BBB 20

Planejava este texto ao final de abril, quando o programa acaba, mas achei por bem antecipar. Pois bem: são vinte realities shows durante vinte anos seguidos, trocando em miúdos, desde 2000 temos o programa no ar. A minha geração, dos quarentões, começou a ver com vinte anos, e tem a geração que começou a acompanhar antes dos 20 e bem depois disso também: com trinta , quarenta e cinquenta anos; isto significa que eles estão agora com cinquenta, sessenta e setenta anos respectivamente, ( e duvido que alguém com essas idades avançadas ainda tenham saco para assistir ao BBB ). Admito que acompanhei no máximo aos 5 primeiros anos , ou seja de 2000 à 2005; após isso não vi mais nada, inclusive tomei tanta raiva do programa que fazia campanha contra no finado Orkut e depois, Facebook. Até 2019 continuei não vendo nada a respeito, contudo este ano de 2020, em especifico, me fisgou porque achei  e ainda acho que a seleção dos participantes deste ano teve um “quê” à mais no sentido políti...

Novos Ares

Aos 42 anos sai da casa da minha mãe e fui morar sozinho. Verdade que já tinha tido esta experiência aos 29, morando em outra cidade maior, São Paulo; todavia acabei voltando após hum ano; e porque então essa experiência seria diferente agora? Porque aos 42 sei que não dá mais pra voltar a morar com mamãe ou papai: agora sou só eu comigo mesmo   e só saí da casa da minha mãe quando tive absoluta certeza de que não voltaria mais. Demorou um pouco? Sim, já que a maioria sai bem antes, ainda na casa dos vinte e nos mais tardá com trinta e poucos, entretanto cada qual tem sua “ficha caindo” no seu devido tempo e procuro não julgar pra não ser julgado, já que a decisão é intransferivelmente pessoal e tal mudança só ocorre quando a certeza é certa de que a mudança será ou seria necessária para o bem sempre, porque quem anda para trás é caranguejo. Quando a ficha cai surge a pergunta: porque não fiz isso antes ! Pegar o lixo, lavar a louça, fazer a faxina, preparar o almoço, fazer o c...

Storyline Manga Chupada

Apresentação/primeiro ato Conhecemos os dois primeiros personagens, e principais: Diogo e João. Ambos fumam maconha e beiram seus dezessete anos. Estão na praia paquerando e passando parafina em suas pranchas para uma sessão de surfe. Diogo está enérgico com a vida, enquanto João brisa mais contemplativo vendo todo o entusiasmo do amigo. Os dois aparentam serem mais maduros  que a maioria da sua idade. Gatilho Após um dia de surf e sol forte, João e Diogo saem da praia em direção as suas respectivas casas, cortando o caminho longo da orla marítima de Salvador, por uma floresta fechada. Bem no meio deste caminho se deparam com um assaltante, que tira a prancha de Diogo: a manga chupada. Segundo ato Em meio a uma discussão entre Diogo e João acerca fidelidade, companheirismo e amizade verdadeira, o assaltante reaparece sorrateiramente e chama Diogo para devolver a prancha. Clímax dramático/emocional Após convencimento de João, Diogo parte para o enco...