Jesus Kid
Jesus Kid, dirigido e
roteirizado pelo baiano radicado em Curitiba, Aly Muritiba, Brasil/2022. “
Barton Flink de cú é rola!” . A frase sintetiza a obra fílmica. Um escritor é
chamado para escrever, em três meses preso num quarto de hotel, a biografia do
presidente, este bem descrito como o atual. No filme Nos Bastidores de Hollywood,
o Barton Flink é um escritor e roteirista da indústria cinética norte-americana
que passa por um momento de crise criativa, onde não consegue entregar seu
trabalho a tempo estabelecido por contrato assinado. O nosso protagonista, o
sempre Titãs Paulo Miklos, passa pelo mesmo processo de escassez de criação
quando lhe é pedido e pago para escrever a tal biografia presidencial,
sobretudo esta sob um formato ou uma intenção em reeleger o atual mandatário do
executivo nacional: o Bolsonaro, no caso. Os meses e dias vão se passando no
luxuoso hotel de Curitiba e a ojeriza por colocar em linhas a biografia de um
crápula , só vem com a contrapartida em anular tal ofício mentalmente, e anulando-se
este , vem naturalmente à tona a vontade de continuar a sequência do western
que o fez ser chamado a fazer o ofício nacional pedido, inclusive sob a vontade
e égide dele: Jesus; que no livro do escritor era apenas um cangaceiro que não
aceitava injustiças, ou seja, o oposto do que ele teria que escrever: o atual
presidente. Existem diretores que, vendo menos de cinco minutos suas obras, já
sabemos que é dele, mesmo sem saber que o fez: é a chamada marca registrada : a
sua assinatura , por prezar pela excelência em seus detalhes, e cinema sempre
mora neste quesito e morrerá nela, pois são eles que nos fazem distinguir, e sim,
selecionar de certo modo as espécies mais evoluídas na cadeia criativa de
qualquer área profissional que estejamos pensando, e o Aly, sem dúvidas é um
dos melhores diretores e roteiristas do Brasil na atualidade; nao a toa o seu penúltimo longa fora pré- indicado para representar o Brasil no Oscar ano passado, com o seu Deserto Particular.
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