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Mostrando postagens de maio, 2014

Caçada humana

Caçada humana , dirigido e roteirizado por Marcin Krzysztalowicz, Alemanha e Polônia, 2012. A obra fora premiada no sexagésimo oitavo festival de Berlim; A traição tem muitas caras: esta frase é o subtítulo ou chamariz do estratégico filme, frase esta que é atrelada ou posta em baixo do título do filme em seus folders de divulgação. A trama original é de origem estadunidense da década de sessenta do século passado. Em nosso Remake de 2012, o roteiro permanece impecavelmente igual ao original, e inclusive com o “ar de guerra” mixada ao mistério de cacoetes ( as ) que fazia o elemento instigante e nervoso do denso filme, e ainda com uma atmosfera literalmente fria em um rigoroso inverno europeu. Mas vamos aos fatos ou elementos que fizeram deste filme ser premiado em Berlim. Em primeiríssimo lugar tenho de ser honesto convosco: Tal filme não triunfou em nenhum outro festival a não ser o principal da Alemanha, o de Berlim. E não precisa ser nenhum gênio para compreender o porquê disso. O

Baixio das Bestas

Baixio das Bestas , dirigido por nada menos que Cláudio Assis e ainda com o roteiro de Hilton Lacerda, 2007, Brasil. Quando tecemos opiniões sobre diretores de cinema que se encontram aquém do seu tempo, ou seja, que estão vivendo em um período ou geração que não dá devido valor ao seu trabalho por puro; Primeiro: preconceito de mudar o já estabelecido; E em segundo lugar: pela ignorância, tanto da critica como a do público, por ambos não conseguirem entender ou captar a essência dos filmes e a genialidade visceral de um tal pernambucano mais conhecido como Cláudio Assis: o diretor - poeta. Já mencionei na crítica que fiz em seu outro genial filme: A febre do rato, que de tão profundo e poético, se pudesse ter poderes para isso, e somente por esse filme ( nem precisava usar como exemplo sua vasta e rica obra cinematográfica), já achava que desde aquela época que não existiria um homem melhor, mais preparado intelectualmente e, com culhões, para assumir o posto de ministro da cultura do

Durval discos

Durval discos , de Anna Muylaerte,com Ary França, Brasil, 2007. Em alguns filmes as gírias e os comportamentos das pessoas que vivem em determinadas cidades fazem com que esse mesmo filme tenha suas personagens guiadas através do ritmo da cidade, ou seja, do cotidiano da cidade em questão. Por o filme ter sido rodado em São Paulo, fica claro a influência da cidade na tomada de decisões das personagens e ainda no que aconteceria na história do próprio filme. Porém o filme Durval discos, além de seus personagens terem um ritmo frenético por viverem em uma cidade que nunca para, leva consigo uma simplicidade inteligente em seu roteiro, principalmente a do seu protagonista, que era um vendedor de discos de vinil, onde essa tecnologia em consumir musica já se encontrava ultrapassada com os CDs, DVDs, Ipods, etc. A vida do Durval era pacata e ele, apesar de pobre, era feliz por trabalhar no que gostava: Vender "bolachões "e ficar ouvindo música o dia todo, e por vezes vezes conse

Venus in fur ( a pele de Venus )

Venus in fur ( a pele de Venus ), com direção de nada menos que Roman Polaski, França, 2014. O filme tem apenas duas personagens e um cenário, que é um teatro. As personagens são: Thomas, um estreante diretor de teatro, interpretado por Mathiel Amalric, que pretende ensaiar a peça A Pele de Vênus,que é uma adaptação literária homônima do escritor Sacher Masoch, e uma atriz chamada Vanda, interpretada pela bela esposa do Polaski, Emmanuelle Seigner, que chega atrasada para o teste da peça, de modo que quando ela chega ao teatro todas as outras pretendentes ao posto já tinham sido dispensadas pelo exigente director estreante. A história se inicia com as desculpas da atriz pelo seu atraso. A tal desculpa é tão convicente que a conversa vai fluindo até que os dois entram no roteiro da peça e começam a ensaiar. De fato a peça é tão intrigante e visceral porque não temos a nítida certeza quando o diretor e a atriz estão discutindo suas vidas pessoais ou da lida do roteiro da peça. O clima, a

O Guarani

O Guarani , dirigido e produzido por Norma Bengell, Brasil,1996. O filme é uma livre adaptação da obra literária homônima de um dos maiores romancistas brasileiros de todos os tempos: José de Alencar. Autor este que se confunde com a própria história do Brasil colonial. Embalsamado pela linguagem poética do livro, a diretora do filme tenta, na medida do possível, “impregnar” o filme com a poesia alencariana; Poesia ou livro aliais que sustenta a tese de que o homem europeu colonizador consegue se “entender” com os índios, representados na obra literária e no filme pela valente tribo dos Aimorés. Como protagonistas temos o índio Peri, interpretado por Márcio Garcia, e Ceci, a filha portuguesa do seu “patrão”, interpretada pela atriz Tatiana Issa. Peri, índio, se apaixona por Ceci, branca. Entretanto Peri tem alma e não permite se cristianizar a pedido de sua amada. Peri tinha sede por liberdade, mas seu coração andava dividido. Peri salvara Ceci da morte três vezes e atendia a todos os

A música nunca parou

A música nunca parou , dirigido por Jim Kohlberg, EUA, 2014. Confesso que de tanto ouvir de amigos críticos da área e de músicos, que esperava mais do filme. Ansiedade e cinema nunca se combinaram e não seria esse filme que iria mudar isso. A história é tocante, o roteiro do filme é inteligente em tocar no assunto de pai e filho com relações rompidas. Continua tendo êxito o roteiro por mostrar a reaproximação de pai e filho através da música devido a uma doença cerebral degenerativa, ou a amnésia do filho; Este que não via o pai durante vinte anos quando saiu brigado com ele por discordar de valores de rumos de vida e profissões em um período complicado dos EUA com a guerra no Vietnã estourada. Após vinte anos o filho é encontrado vagando nas ruas em um estado lastimável pela família ou ex-familia. Pela situação ou pelo fato do filho se encontrar em “outro mundo” a família, que na real era constituída somente pelo pai e a mãe, começam a ter a chance de cuidar pela primeira e única vez

Scarface

Scarface , dirigido por Brian de Palma, Com Al Pacino, EUA, 1983. Agora sei da onde vem todo aquele sangaréu que Tarantino imprime em suas obras. Ele bebera na fonte do Brian de Palma e aprimorou mais as mortes sangrentas, sabendo que estas chamariam muito público, o que de fato acontecera, ou seja, “Bingo” para Tarantino; “Descobriu” uma maneira de mostrar algo diferente para Hollywood, “maneira” ou estilo copiado que conquistou o público, mas não a maioria da critica especializada da “maneira” avassadora que imaginara que iria conquistar também . Porém não troquemos de diretor e paremos de comentar sobre seus “ ordinários discípulos”, que não reconhecem uma das suas fontes mais originais tanto em roteiro, por se basear sempre em histórias de vingança ou ascensão social; Mas como principalmente em direção fotográfica, onde existe ainda a máxima em vigor com o Tarantino, que é: “ Quanto mais sangue e violência melhor, e maior o público que vai pagar para assistir". Entretanto vamo

Michael Kohlhaas

Michael Kohlhaas , dirigido e co-roteirizado por Arnaud des Palliérres, França, 2013. O seu novo filme é uma bela adaptação da obra homônima do escritor Heinrich Von Kleist; Livro este como o favorito de Franz Kafka, que o faz posteriormente se tornar um escritor, então posso deduzir de que não se trata de um mero livro. O ator dinamarquês Mads Mikkelsen incorpora moralmente, segundo o diretor, a personagem que dá nome ao seu novo filme. Trata-se de um comerciante de cavalos que leva uma vida prospera e feliz junto com sua família, a esposa e uma filha de treze anos, no século XVI na Cévennes. As coisas começam a mudar quando um senhor que tinha parentes da nobreza o trata injustamente em um negócio ferindo sua honra, a coisa mais valiosa que o negociador de cavalos tinha. A partir dessa “rixa” o filme se desenrola por injustiça sobre injustiças quando aquele que não quer obedecer ao mais influente, e por isso paga caro. O ponto ou o êxito do filme está na construção moral do seu prota

Old Boy- Dias de vingança

Old Boy- Dias de vingança , do Spike Lee, EUA, 2013. Aviso aos mais sensíveis que trata-se de um filme com cenas fortes de violência. A história é a seguinte: um publicitário que tinha uma vida aparentemente normal, após uma bebedeira, se vê acordado dentro de um quarto de motel levado por uma “peguete” vendo seu estado latismável que o homem se encontrava deitado na rua em quase um coma alcóolico. Todavia o que se pensava que era um quarto de motel, na verdade era um quarto-prisão. Este publicitário então e sem saber o porquê é aprisionado por longos vinte anos nesse quarticúlo, e depois surpreendentemente é solto. O filme é tão assertivo no sentido de por em cheque o ser humano que carece de horas para digeri-lo. Mas voltemos ao filme já digerido, pois bem é importante salientar algumas peculiaridades em que esse suposto inocente homem ficou preso por vinte anos. Durante esse período ele era alimentado por uma única comida: a chinesa. E também era servido vodka ao cara , de modo que

Só Deus Perdoa

Só Deus Perdoa , dirigido por Nicolas Winding Refn, França, EUA, Dinamarca, 2013. O titulo é forte assim como é o filme. Esta produção foi selecionada para a competitiva de longas-metragens no festival de Cannes em 2013, e não por acaso. O acaso, esse sim, pode abrir nossa resenha. Podemos escrever que fora o acaso com o destino juntos que determinou os caminhos percorridos por seus personagens dessa humana, demasiada humana, obra audiovisual. O filme é ambientando numa violenta Bangkok dos dias atuais, capital da Tailândia, e falado em inglês e tailandês. O submundo das drogas é tema principal no filme, e este se submete as consequências e insanidades do tráfico internacional da cocaína e heroína, liderados por dois norte-americanos que tinham uma academia de boxe tailandês como fachada para esconder seus negócios ilícitos. A coisa pega de fato quando o americano mais velho acaba estuprando e matando uma garota de programa, não sabendo ele que estaria comprando uma briga com um polici

Prenda-me se for capaz

Prenda-me se for capaz , de Steve Sbilberg, com Leonardo DiCaprio e Tom Hanks, EUA, 2002. Tudo começa sobre uma dificuldade: a falência do pai do protagonista. Por isso, a falência, vem a separação da esposa. O filho, que na época era um "miradinho" garoto via sua família desmoronar e promete ao pai, e principalmente a ele mesmo, que quando ficasse maiorzinho , quitaria a vida do seu maior ídolo, seu fraco e otimista pai. O ostracismo do pai serve como uma mola propulsora para que o garoto começasse a falsificar cheque da Panair, a principal agencia de viagens aéreas dos EUA e do mundo. Agora já com dezoito anos e com a boa interpretação de Leonardo DiCaprio, o garoto consegue através de falsificações de crachás dos pilotos e informações sigilosas da Panair através do seu charme jogado nas funcionárias dos check-ins dos aeroportos da empresa, conseguir o posto de copiloto de aeronave. Cada funcionário deste gabarito recebia seus honorários através de um cheque calção que pode

Expedição Kon Tiki

Expedição Kon Tiki , dirigido por Roachim Roonning, Noruega, 2013. O filme narra o feito de um cientista em mostrar que os primeiros habitantes da Polinésia no período pré-colombiano foram os peruanos e não os chineses, como a maioria pensa. Baseado na história real de Thor Heyerdahl , esse norueguês refaz o trajeto dos peruanos da América do Sul até a Polinésia, ou seja, mais de quatro mil milhas náuticas no oceano entupido de tubarões e tempestades ,mostrando ao mundo que os Incas enxergavam o oceano como um meio de transporte viável e seguro, tese essa que era até 1947, desmentida pelo mundo científico. Para ser acreditado o “maluco” norueguês chama outros doidos ( Cinco, mais especificamente) para embarcar com ele em um barco exatamente igual ao dos maias, ou seja, feito somente de cordas, madeiras e uma vela ( uma Jangada ), sem nenhum artifício tecnológico como arames, aços ou coisas do tipo que assegurassem que a tripulação chegasse viva na polinésia. O filme é super tocante e c

Amor Bandido

Amor Bandido , escrito e dirigido por Jeff Nichos, com estupenda atuação de dois garotos desconhecidos que roubam a cena e Matthew McConaughey no elenco, EUA, 2013. Correrei o risco em ser piegas , mas ainda acho que o amor é a coisa mais profunda e poderosa que existe. Como ele, esse sentimento que tem “pés e mãos próprias” pode mudar o rumo das pessoas. E o que falar da generosidade humana sem falar de amor? Pois esta, a generosidade humana, é fruto desse sentimento que vem do coração, do dar e não esperar nada para receber. O amor verdadeiro por vezes não pode ser leve, às vezes e dependendo do gênio da pessoa este nobre sentimento tem de vir adequado em igual à carga intensa dessa pessoa não tão leve assim. Todavia independendo dessa pessoa ser leve ou pesada, esse sentimento chamado Amor é mesmo foda e ponto final. Pois bem: Tecei estas primeiras linhas para escrever sobre um filme que acabei de assistir, e por a visceralidade da fita está ainda “bem na fita” da minha mente, deixa