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Mostrando postagens de outubro, 2015

Estatua !

A medusa contemporânea. Estatua! , de Gabriela Amaral Almeida,com ótima atuação da mirim carismática atriz Cecília Toledo, Brasil, 2012. A diretora enxergou a potencia imagética de uma brincadeira de criança, e consegue com êxito unir as imagens com um horror proposital visto no curta. Temos uma criança de nove anos recém completados, Joana, filha de uma aeromoça que a trata como uma estranha, ou melhor, percebe-se já no inicio do curta um certo medo das atitudes estranhas da filha, fazendo com que a mãe, quando está em casa, a trate ou mencione sua filhinha como uma criatura estranhíssima, embora sua carinha diga o contrário. Em mais um voo a aeromoça contrata uma empregada grávida para cuidar da Joana. O jogo de horror se dá inicio quando a empregada vê que aquela criancinha bonitinha poderia ser um potencial perigo para ela e para sua filha dentro da barriga. A Joana vai se mostrando aos poucos como uma criança sádica onde gostava de dar as cartas do jogo. Com uma inteligência fora

E

O progresso sem limites E . O curta paulistano mostra a especulação imobiliária no ramo de estacionamentos privados e caros. Também aborda um aspecto interessante desses tais estacionamentos: Os de serem futuristas, com direito a chegarem até literalmente as portas das suas casas. Exageros a parte, ou talvez também por isso, o curta se torna bastante pobre no sentido dessa estória dos estacionamentos ter uma continuidade que consiga nos seduzir. Apesar de ser um curta metragem com 17 minutos, mas a real é que dá vontade de desertá-lo antes dos seus 10 minutos, por ser demasiadamente maçante em suas imagens e fazer sempre a volta perante a mesma curva, ou seja, não abordar uma solução para tal especulação imobiliária, que inclusive derruba algumas salas de cinema também. Por esse e outros motivos ( som direto péssima qualidade) o curta deixa a desejar em todos os aspectos. O trio de diretores paulistanos que realizaram a produção deveria rever seus valores, e talvez numa próxima jornada

O menino do cinco

A formação dos nossos. O menino do cinco , de Marcelo Matos de Oliveira, Brasil/Bahia, 2012. O curta foi o ganhador do festival de Gramado do seu ano de produção. Antes de qualquer argumento a obra fílmica tem a pretensão, e de fato consegue, mostrar que as relações de poder se estabelecem desde muito cedo entre nós humanos. A causa desse comportamento está arraigada ou linkada em nossa sociedade, que pede, ou melhor, que nos obriga a termos determinados tipos de padrão de comportamento para um ser superior ao outro, e não importa a conseqüência que isso acarrete. É perceptível notar também que desde muito cedo o “bicho urbano”, além da necessidade do poder, já convive com a sensação de isolamento, de solidão, fruto também desta própria sociedade que dá uma falsa sensação de poder, e ao mesmo tempo nos castra justamente por essa inesgotável busca pela autoridade absoluta. Acho que estamos indo no caminho errado nos nossos conceitos fundamentais, e isto de fato é preocupante.

Sanã

A angústia descontrolada. Sanã , de Marcos Pimentel, Brasil ,2013. Correrei o risco em ser redundante, mas é que não dá para escrever sobre o curta sem comentar sua bela fotografia. Acho que obras fílmicas produzidas a céu aberto e com tamanha natureza exuberante faz com que o trabalho do diretor de fotografia seja menos estressante do que um diretor de produção, por exemplo, pois a natureza dá uma baita força para captar as imagens. Sendo filmado nos belíssimos lençóis maranhenses este curta metragem nos conta o estranhamento de vida ou da vida de um menino Albino. Este se sente estranho devido a sua cor de pele, extremamente branca, porém castigada pelos raios ultravioletas do nordeste brasileiro. Como não consegue achar ninguém igual a ele, percebemos e acompanhamos seus passos solitários em meio aquele areal sem fim do Maranhão. Chega a ser angustiante o seu enclausuramento social contrapondo-se a faixa territorial que o garoto vivia, ou seja, aos grandes areais daquele local. Toda

Em Trânsito

Um país para poucos. Em Trânsito , dirigido por Marcelo Pedroso, com Elias Santos da Silva,2013,Pernambuco/Recife. O curta mostra a vida de um excluído brasileiro que tem a sua casa de madeira (favela) literalmente colocada abaixo para instalar no local mais uma fabrica automobilística. O curta é inteligente porque além de mostrar a vida de um excluído em plena época de eleições municipais, no caso do Recife, enxergamos de uma maneira bastante nítida uma baita sátira ao sistema capitalista, onde o único personagem da obra fílmica flerta com a loucura ou o esquizofrênismo quando recebe uma mensagem de um candidato a prefeitura. Calhou-se de ser um político que já “bateu as botas”, e até hoje não sabemos de fato o porquê do avião caíra onde se encontrava Eduardo Campos, na época uma terceira força ao cargo da presidência da república, morte esta crucial para o resultado da reeleição de Dilma por mais quatro anos. Entretanto focando-se ao curta ouvimos a voz da presidenta discursando ou

Party Girl

O tempo não para. Party Girl , dirigido e roteirizado pelo trio Samuel Theis, Marie Amachoukeli e Claire Burger, no elenco com Angélique Litzenburger e Joseph Bour, França, 2014. Há uma “meia que nova tendência” em voga na sétima arte que são os tais de filmes híbridos; “Meia nova tendência”, pois não trata-se de tão nova assim, principalmente em festivais, entretanto para os leigos ou cinéfilos descompromissados o gênero do hibridismo é uma super novidade. Quando afirmamos que uma obra fílmica é híbrida ou esta vem nomeada pelo nome, é somente porque não é possível fazer algum tipo de classificação ou distinção ao qual gênero cinematográfico tal filme pertence, pois os “híbridos” abrangem ou misturam-se vários gêneros fílmicos na mesma obra, como suspense ou drama com documentário. Todavia a melhor classificação que podemos fazer de filmes ditos como híbridos é a sua mistura do real com o fictício, trocando em miúdos, da ficção com o documentário. Tendo-se a percepção desta nova forma

Respire

Não vacile. Respire , dirigido pela estreante Mélanie Laurent, França, 2015. A melhor ilustração que podemos ter desta obra fílmica seria o jargão popular: “De quem com ferro fere, com ferro será ferido”. Entretanto seria um crítico Spoiler se mostrasse o porquê de tal jargão ser ideal para resumir o filme; E como quero que todos vão ao cinema, não contarei o seu final, apenas darei algumas opiniões para motivá-los a saírem de suas casas e irem ao cinema mais próximo. Seguinte: Hipocrisia de lado, todos sabemos que existem pessoas boas e ruins, raivosas e caridosas, invejosas ou apenas relapsas. Sim, dentro de cada um de nós existem vários seres bons e ruins ao mesmo tempo, pois o ser humano é complexo por natureza; Todavia podemos fazer a distinção de quem quer só sacanear o tempo inteiro, e de quem sacaneia só de vez em quando; Pois bem, com esta introdução apresentamos a duas protagonistas da obra fílmica tipicamente francesa; Duas adolescentes: Sarah (Lou de Laâge), a canalha, e Ch