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Mostrando postagens de julho, 2011

O homem que não dormia e o festival de cinema

Filme nacional surreal e bom ainda existe, acreditem: refiro-me ao O homem que não dormia, de Edgard Navarro, 2011, fechando o VII seminário internacional de cinema no teatro Castro Alves em Salvador.Com uma belíssima fotografia, rodado na Chapada Diamantina( Igatu, a Machu-Pichu baiana), Navarro consegue “ecoar”todos as suas angustias existenciais com maestria e magia desde o seu primeiro longa : O Superoutro, fechando assim um ciclo que demorou mais de duas décadas. O que vi desse desfecho foi a busca existencial alcançada, tornando assim a sua liberdade como plenitude suprema e agora, de uma vez por todas, o Superoutro esquizofrênico se “curou” e transcendeu, e sim: conseguiu o seu desejado vôo , como um super-homem. Como o diretor disse em discurso antes de rodar a sua criação: “Pra fazer este filme, tive que ler bastante Freud, Young e outros mais com muita maconha, claro”, fica sacramentada a era antes e pós Navarro do cinema baiano, onde quem ainda duvidava de seu talento e ou

Bruxinho, a falta que nos move e daquele instante em diante

A falta que nos move, de Christiane Jatahy. Com Cristiana Amadeo, Daniela Fortes, Kiko Mascarenhas, Marina Vianna e Pedro Brício . Brasil/2011, é um filme nacional diferente . É um pouco documentário, um pouco reality show e mais um só um pouco filme propriamente. O mais legal que esse mix se tornou um bom produto de entretenimento. Esse “mix” conta a estória de um bando de amigos que marcam um bate-papo cabeça na casa de um deles do Rio de Janeiro com visão privilegiada da lagoa Rodrigo de Freitas. Com o passar das horas, ou com os vários tipos de cigarros fumados e vinhos bebidos, os ânimos vão ficando mais “portenhosos” e as verdades de uns para com outros são literalmente cuspidas nos seus rostos com muita viscelaridade e boas atuações dos atores e atrizes. Um filme cabeça, onde crises existenciais dos personagens e relações com as outras pessoas são bem explicadas, tornando o filme interessante com o passar do tempo, e posso dizer que vi uma coisa boa, nova, porém com qualidade. Q

Incêndios, muito bom!

Já tomastes um soco no estômago? Pois então é esta a sensação ao assistir a Incêndios, do Denis Villeneuve. Com Lubna Azabal, Mélissa Désormeaux-Poulin. Canadá/ 2010. O Filme mexe com tudo e mais um pouco: de religião a política, imigração, poder, verdades, mentiras, enfim com a existência humana. Um baita filme, daqueles que se saí do cinema com Ásia, de tão ácido que o é, mas sensacional. Com a intricada equação de que um mais um é igual a um, o roteiro viaja em 1970 ao oriente médio, metido em todas as circunstâncias que se estabelecem naquele período daquele lugar, e se desenrola no Canadá aos dias de hoje. O Incêndios está em sua nona semana em cartaz, e antes, na primeira semana, indaguei a um amigo cinéfilo para comentar a película. Ele pronta e secamente rebateu: “Vá assistir e logo debateremos”. Faltou argumentos pra ele falar da porrada que tinha visto, se limitando a dizer que era um filme em relação aos problemas do oriente médio. Ledo engano desse conhecido, pois fala m

Todo dia é dia do Rock Roll

Quem diria que um dia o Rock Roll, que foi desgraçadamente endiabrado em tempos atrás,hoje é pop, é contemporâneo, tá na moda, hoje é glamoroso ser roqueiro. Apesar de ser visto com bons olhos para a sociedade, apesar disso, o Rock Roll continua sendo transgressor, transformador, anárquico. Não existe melhor remédio pra cuca de qualqu...er um depois de um dia exaustaste de trampo, com inúmeras engolidas de sapo do seu chefe, que escutar um bom e agudo som de uma guitarra as melodias do velho Rock Roll. Parece que todo o perrengue que passastes durante o dia, se evapora, como mágica, pois nesse momento você limpa sua alma do dia exaustaste e irritante. Intitula-se hoje, 13 de julho, o dia do Rock, mas que nada, todo dia é dia do Rock, pelo menos pra mim e pra muitos que conheço também, Viva a rebeldia do Rock Roll hoje e sempre, e, por favor, sem Restart ou coisas do gênero. Rock apesar de ser Pop ( no sentido popular ) tem a obrigação de lavar nossas almas e encher nossos corações de b

Potiche - a esposa troféu

Durante a década de 70 do século passado, a economia francesa passava-se por um crescimento de 33% das suas indústrias. O filme Potiche, a esposa troféu passa-se nessa época. A película conta a estória de uma indústria do ramo de guarda-chuvas que tem um carrasco como mandatário supremo e autoritário perante os seus colaboradores. Até que um dia cria-se um motim de seus “empregados-escravos” para seqüestrá-lo a fim de conseguir melhores condições trabalhistas para estes ditos cujos. Com a falta de direção na indústria, entra em cena a protagonista da estória, a esposa traída e maltratada (Catherine Deneuve) ,mas que já tinha em sua juventude traído muito também e feito a suas traquinagens: a própria esposa troféu, que antes só servia pra cuidar da casa e dos filhos, e agora se revela uma grande empresária resolvendo os problemas da empresa de seu marido e seus funcionários com bastante elegância e maestria. Não contente, e até de certo modo achando entediante, ela acaba desistindo dos

Novela

Tenho assistido à novela Insensato coração. Assisto porque apesar de ser da classe média, não sei como ela pensa e elabora suas ações. E a novela mostra de forma visceral como essa minha classe pensa, e está sendo uma descoberta, pois sou um classe média metido em cinema, literatura, acho que de certo ponto, até pra fugir deles. Por isso não sei como pensam, mas com essa novela agora a vendo, vi que fiz a melhor opção em fugir dela mesmo, porque é barril mesmo! O modo de como resolvem suas coisas é coisa de gente muito ingênua mesmo. Fico abismado de como sou dessa classe e de que, como não sabia de nada dela. Salve, salve as válvulas de escape das promoções de cinema, teatro e livros, que de certo modo, procurar promoções é coisa de classe média, então viva a “crase” média!