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Mostrando postagens de agosto, 2015

A festa e os cães

A festa e os cães , de Leonardo Mouramateus, Ceará/Brasil, 2015. Diretamente do festival de documentários de Cachoeira, este crítico aposta neste curta metragem para ser o vencedor do Cachoeiradoc em sua VI edição na histórica cidade do recôncavo baiano. Entretanto vamos a uma breve análise da obra fílmica. Inicialmente é importante frisar que é um tanto difícil e também perigoso misturar poesia com cinema, pois trata-se de uma tarefa dificílima em ser realizada devido as suas diferentes linguagens. Todavia certos diretores conseguem dosar bem as duas coisas, entretanto é importante salientar que tal tarefa serve para pouquíssimos, somente aos que tem o dom de separar a poesia de uma obra fílmica e a poesia em papel, pois são coisas totalmente diferentes. O curta em questão foi até agora o principal ganhador de prêmios nos festivais nacionais, e não somente por seu diretor mesclar cinema com poesia, mas também por inserir fotografia na obra fílmica e transformá-la em algo totalmente i

A dama dourada

A dama dourada , dirigido por Simon Curtis, EUA, UK, 2015. O filme narra trajetória real na década de 1980 da judia austríaca Maria Altmann, única sobrevivente da sua família, vitimada pela nazista Gestapo. Após mais de trinta anos esta mesma senhora, agora uma cidadã estadunidense fugida de sua terra natal, percebe que em plena capital austríaca ainda existe um bem da sua família. E não trata-se de uma coisinha qualquer, o que estava em questão ou nas mãos do governo austríaco era nada menos que considerado o quadro nacional daquele país, apelidado somente como : “A Monalisa austríaca” e feito pelo famoso pintor Gustav Klimt, trocando em miúdos a senhora judia sabia que podia conseguir alguns milhões de dólares se aquele quadro fosse parar em suas mãos, entretanto ela sabia que tal circunstância seria quase impossível de acontecer, pois como mencionamos , tratava-se de um bem nacional e a Áustria faria de tudo para que a sua “Monalisa” não saísse de lá. Pois bem, sem muita expectativa

O Porto (Le Havre)

O Porto (Le Havre) do diretor Aki Kaurismäki, protagonizado por André Wilms, 2012, França/ Alemanha/ Finlândia. Acho no mínimo interessante à angústia gaulesa em demostrar arrependimento pelos seus feitos passados em prol de descobrir e explorar novos lugares, em especial no continente africano. Não observo tanta preocupação assim por parte de ingleses e portugueses que o mesmo fizeram fatiando em três partes desiguais o continente africano que, segundo a ciência, teve o primeiro homem do planeta. Ao menos no cinema os diretores franceses não se cansam de demostrarem o quanto foram sacanas, e de alguma maneira, tentam amenizar isto com filmes que tem como tema a imigração. Entretanto esta obra fílmica é diferente, pois além de abordar a tal sacanagem europeia para com os africanos, o filme destila poesia e simplicidade e nas linhas subsequentes espero que captem tais virtuosidades. É o seguinte: A produção investe em locações de um bairro periférico da Normandia, região litorânea e di

Minha querida dama

Minha querida dama , de Israël Horovitz, com Kevin Kline, Maggie Smith, Kristin Scott Thomas, EUA/França, 2015. Imagina você achar que tinha herdado um imóvel e quando chega ao recinto tem pessoas vivendo nele. E Não se tratava de nenhuma família sem teto, mas pessoas que estavam lá por direito. Na França existe um contrato de locação que podemos classifica-lo como no mínimo surreal. Qualquer um pode comprar um imóvel no regime de esperar que seus moradores morram para conseguir ter o direito de ter o imóvel. Dei uma olhadela no Google e de fato este específico tipo de locação é real e não pura ficção como imaginava quando assistia ao filme. Na obra fílmica um homem na faixa dos seus quase sessenta recebe como única herança do seu pai um apartamento em Paris, especificamente no bairro ainda residencial do Marré. Todavia o homem recebe junto com o imóvel suas duas ilustres moradoras: Uma mãe de noventa e dois anos e sua filha, que estava na casa dos sessenta. Como não sabia do atípico a

Uma nova amiga ( Une nouvelle ami )

Uma nova amiga ( Une nouvelle ami ), dirigido pelo monstro François Ozon( autor dos filmes: Jovem e Bela – 2013, Dentro de casa - 2012, Potiche - A esposa troféu - 2010 ), neste com Romais Duris e Anais Demoustier, França, 2014. Sem sombra de dúvida este foi o filme mais louco e genial que assisti esse ano. O filme aborda à questão que anda na moda ultimamente: A dos gêneros. A obra fílmica pode ser classificada como genial porque além de mexer e remexer com os gêneros masculino e feminino, ainda nos “confunde” com situações atípicas do masculino se misturar com o feminino e vice-versa. Não estou me referindo à trasgêneros, o que seria o mais obvio de se pensar. O diretor tem a felicidade em dar um passo adiante na questão de ser ou não um transgênero, tipo o cartunista Laerte. O filme geniosamente vai mais além acerca do tema nos indagando e colocando para pensar-nos se realmente temos moral para classificar aquele sujeito ou sujeita por ter aparências difusas socialmente aceitas. Mas

Que mal eu fiz a Deus?

Que mal eu fiz a Deus? ,dirigido e co-roteirizado por Philippe de Chauveron, França, 2015. A comédia tem o poder de abordar assuntos séiors de uma maneira sem que se perceba que estão colocando o dedo na ferida. A ferida em questão é a dos valores católicos – burgueses da classe média alta francesa. Abordar religião é sempre um risco enorme, então entra o gênero comediano para tentar disfarçar as pontadas acidas que diretores imprimem quando querem falar delas, as religiões. Nesta comédia temos um casal com quatro filhas onde as três mais velhas eram casadas respectivamente com um israelense judeu, um argelino muçulmano e um chinês budista. As pontadas acidas da obra fílmica iam na desconexão e incompatibilidade dos três sujeitos se entenderem e se darem por entendidos aos seus sogros: Um casal francês católico com preconceitos arreigados e velados. As risadas que podemos dar como público vem exatamente desse trato do casal de meia idade para com seus genros excêntrico; Mas não soment

Aliyah

Aliyah , na primeira direção de Elie Wajeman, França, 2011. O termo Aliyah significa voltar as origens os judeus que estão fora de Israel , mas não somente isto; Aliyah também tem a ver com uma elevação moral e espiritual, trocando em miúdos o termo judaico Aliyah não deixa de estabelecer uma relação de quem consegue obter o visto para morar em Israel como um tipo de medalha para quem quer ser espiritualmente elevado ou até serviria como um “pedágio” para Jesus enxergar de uma forma melhor a quem toma ou decide tomar esse rumo. No filme temos Alex, um homem de vinte e sete anos que sobrevive em Paris traficando maconha. Ele tem um bom carro, casa, uma boa vida, mas falta a tal espiritualidade superior, tendo, portanto poucos amigos, nenhuma namorada e um irmão mais velho que é um mala. Alex tinha de sustentar ele e o irmão, que só se metia em confusão e não era esperto como o caçula, este sempre que tendo entrar com muitos euros para safar a pele do sujeito sem talento. A dependência

O Enigma Chinês

O Enigma Chinês , de Cédric Klapisch com Romain Duris, 2014, França. Após dez anos os personagens do ótimo filme Albergue espanhol voltam às telas. Dessa vez, obviamente todos estão na casa dos quarenta, já com filhos e alguns bem resolvidos, outros nem tanto. Na segunda leva, ou seja, os que não estão ainda resolvidos encontra-se o protagonista tanto do Albergue Espanhol como desta continuação de O Enigma Chinês; Trata-se do escritor parisiense Xavier que agora tem dois filhos e mulher. Apesar das suas duas lindas crias o casamento passa por uma crise por não ter mais aquela chama de antigamente. A consequência disso é um par de chifres imposto pela sua esposa inglesa quando vai a um congresso de roteiro em Nova Iorque. O escritor faz pouco caso já que a gota d`’agua fora ele que tinha dado a seu casamento dando uma “mãozinha” para sua melhor amiga engravidar, casada com outra mulher. Confusões à parte a história gira o globo e saí da Europa a vai para os EUA, mas precisamente Nova Yo