Postagens

Mostrando postagens de agosto, 2012

Oceanos

Oceanos , dos diretores Jacques Perrin, Jacques Cluzaud, 2010, França. Depois de assistir pela terceira vez tive a percepção em que a fita quis passar. Com a grandeza de um oceano, este é apresentado pelo avô ao seu neto. Somente um povo que cultua o requinte do detalhe como uma coisa valiosa teria essa perspicácia para fazer documentário de tamanha grandeza em que os oceanos e seus habitantes marinhos merecem. Esse povo é o francês, lógico, que com a narrativa desse idioma a fita fica mais ainda cativante. Compararia o documentário como uma estrondosa ópera de duas horas de êxtase. Companheiros: são imagens que se não víssemos com os nossos olhos acharíamos que seria montagem tamanha a beleza dos peixes e seus “lares”. O documentário se expande como o nosso oceano a informar aos mais desavisados que estamos acabando com espécies de suma importância para nossa própria sobrevivência nesse único a ainda planeta habitável chamado Terra. Roteiro por roteiro não se tem nada: é um documentár

A minha versão do amor

·          A minha versão do amor, do Richard J. Lewis , Canadá , Itália , 2010, é uma lição de vida onde a entrega parcial e não total perante aos seus sentimentos só desletigima você mesmo. Com a irretocável atuação do seu protagonista, Paul Giamatti , a fita dá um banho de coragem há quem assiste. Esta coragem explicitada por um judeu produtor de TV em que não perde tempo quando o assunto é se entregar de corpo a alma para as mulheres e as paixões mundanas, como bebedeiras, risadas, amigos loucos e sinceros assim como ele. O sujeito gostava de casar bastante, e em uma cerimônia matrimoniosa sua conhece a mulher de sua vida. Ele não se faz de rogado e depois de muita insistência consegue a mulher de sua vida a seu lado, porém por um detalhe ele e ela não esperavam: que ele depois de tanto esforço em conseguir a mão da amada, a trai com uma qualquer que dá pra ele afim de pegar uma ponta de figurante em seu programa televisivo. A sua amada corna não suporta tamanha humilhação ou

Last night

Last night ou Apenas uma noite é um filme para casados desconfortáveis com esse status. Com direção do Massy Tadjedin e com a bela Keira Knightley no elenco, 2010 , EUA , França . Conta-se a estória de um casal que é formado por um homem de negócios e por isso viaja bastante, casado com uma escritora que vive em casa e precisa de silêncio. Silêncio esse externo e interno, coisa que ele não consegue dar a ela. Por isso, por uma noite os dois têm experiências com terceiros enquanto estão em cidades diferentes. O foco principal do filme é esse, o tal encontro ou desencontro desse casal com terceiros por o casamento não andar tão bem das pernas. A reboque vem o desafio de manter a relação sabendo agora quanto diferente são ao chegar ao ponto de se perguntarem o porquê estão juntos até agora. Parece que como um meteoro e com algumas garrafas de vinho eles percebem que não dá mais para continuarem juntos. A mensagem entendível da parte que vos escreve desse filme é a seguinte: A traição

Romance de formação

Romance de formação é um documentário da Julia De Simone, 2011, Brasil, conta estórias de jovens que se doam para os seus respectivos futuros ofícios em universidades espalhadas pelo mundo. Temos um pianista e regente que mora na Alemanha, um cientista que quer inventar a cura do câncer e uma estudante de letras na Inglaterra, onde quando tem tempo livre a última coisa que quer é ler algum livro. De suma é um documentário que mostra brasileiros de talento nas melhores universidades. As suas relações pessoais vem sempre a reboque: família, parceiros, amigos; tudo isso está em segundo plano e por incrível que pareça, eles mergulham tão profundamente em seus estudos que essas coisas como parceiros (as) e amigos viram superfulas. Para um primeiro filme a diretora e roteirista não se importou com números de mercado e espectadores, mas sim respondeu as questões internas dela própria. Belo documentário investigativo sobre o mundo acadêmico.

360

360 , do nosso nacional Fernando Meirelles, 2012 / EUA ; As escolhas na vida assim como as estradas são cheias de bifurcações. É com essas bifurcações que a nova fita do Meirelles nos prende com uma série de estórias de personagens distintos ao redor do mundo que em um momento ou outro se vê nessa encruzilhada, ou seja, escolher qual caminho a seguir ou não seguir. O filme começa e termina com a mesma frase: “no meio do caminho existe uma bifurcação, agora cabe a você decidir qual caminho seguir”. Nem ao luxo de não seguir nenhum caminho você poderá ter, ou seja, não pegar nem à direita nem à esquerda, pois o tempo acabará por te atropelar, então cabe a você escolher um caminho queira ou não, sabendo qual o melhor ou não. É nesse ritmo: os das escolhas, que a fita rola. Embora pareça que em alguns momentos as estórias não se concatenarem entre si, a toada como um todo, ou as estórias de uma maneira geral não se ligarem, a fita tem o mérito das estórias compartilhadas, mesmo sendo q

O Ditador

O Ditador , do Larry Charles, EUA, 2012, protagonizado pelo bem humorado Sacha Baron Cohen . Em tempos de politicamente correto e eleições a fita vai contra a maré dessas coisas mostrando uma caricatura do ditador de um país chamado Vadia. O tal ditador vai aos Estados Unidos da America do Norte a fim de salvar seu país da democracia, isto mesmo: salvar um país da democracia. A comédia mostra de forma despretenciosiosa os males que existe em um país democrático de direito, e vai mais além: usa o humor para mostrar que a democracia e a ditadura embora pareçam opostas nem sempre as são de fato, isto depende do governador, ou seja, podem existir muitos prefeitos eleitos pelo voto democrático bem mais“ditadores” do que ditadores de fato. De uma forma politicamente incorreta a fita nos leva as gargalhadas quando uma pessoa que tem literalmente o “rei na barriga” (no caso o ditador do país fictício chamado Vadia) é obrigada a viver como um civil cidadão comum em terras capitalistas como

À Beira do caminho

À Beira do caminho , do Breno Silveira, Brasil, 2012, é um filme que foi feito bem no meio do caminho mesmo quando o diretor filmava outro filme: o do Gonzagão, em homenagem ao seu centenário que será lançado em Outubro ainda desse ano. Pois bem À Beira do caminho é um filme que flerta com a solidão, as culpas, as limitações e fraquezas humanas, mas aborda-se também a coragem e a generosidade humana. Como protagonista temos João, um ex-músico que atormentado com uma perda vira caminhoneiro desse nosso Brasil Baronil. Entre uma carga de melões e outra, João encontra Duda, um esperto menino, porém sozinho a procura de um pai. João por sua vez é um ser atordoado, remoído pelo seu passado e por isso poderíamos o classificar como um bicho ferido e agreste dirigindo um caminhão velho. O menino, o Duda, acaba amolecendo o coração do caminhoneiro bruto e este por sua vez o ajuda a encontrar seu pai que vive em São Paulo. Lá vão eles então: João para entregar mais uma carga de melão e Duda

A Árvore da vida

A Árvore da vida , Terrence Malick , EUA, 2011 . Estupendo, porém difícil colocar em letras aquilo que me foi revisto, ou melhor, rediregido. Uma certeza sobre a abstrata e genial fita eu tenho: Estamos vendo colocações de diálogos e cenas que valoram o sentido da vida, de viver. E como isso não é fácil a fita vai nessa mesma toada; não de suma é um filme de difícil entendimento, mas de fato um entendimento assertivo, pessoal e intransferível. A minha percepção sobre sem duvidas a melhor obra desse diretor de mais de trinta anos de carreira a apenas cinco realizados, é que se narra a vida, que nunca foi fácil com todas suas nuances, dificuldades, porém em contrapartida abordam-se as coisas boas como o fato de “vir para o mundo”, ter o amor dos seus filhos, educá-los, etc. Esse filme é muito foda, confesso, e aí já pegando a   palavra   “confesso”como um pano de fundo para comentar sobre o lado religioso que o filme através de sua atriz esposa do Brad Pitt sempre citara que era: na

Se enlouquecer não se apaixone

Se enlouquecer não se apaixone, de Anna Boden, Ryan Fleck , EUA, 2010. Escreveria que se apaixone sim, esta foi à cura para o protagonista desse filme e modesta a parte acredito ser também para todos, por mais desconfortante inicialmente que ela seja. Subintitularam o filme como comédia: Não acho, está mais para um drama do que qualquer outro gênero. Drama este que conta a estória de um garoto que por pressões dos pais e da sociedade tem surtos suicidas e por isso se alista em um centro psiquiátrico a fim de salvar sua vida antes de fazer uma besteira com a própria. Lá fica cinco dias e encontra a maioria das perguntas que procurava, sai de lá não curado, mas sabendo o que fazer ou o que não fazer. Um filme nova-iorquino simples, aparentemente para o público adolescente como é o seu protagonista, porém simpático e com uma frase marcante de um personagem coadjuvante: “Se não estiver disposto a nascer vai acabar morrendo”.

E aí comeu?

E aí comeu? Com a pífia direção do Felipe Joffily , 2012, Brasil. Esta é uma típica comédia nacional que satisfaz em cheio o nosso produto consumidor, ou seja as populações das classes C, D e E. Com uma forte pegada machista do começo ao fim em seu roteiro o filme alista, ou melhor convoca três atores de ponta desse vulgo nicho: Bruno Mazzeo , Marcos Palmeira   e   Emílio Orciollo Neto   E o filme não diferente de seus protagonistas vai sempre nessa toada de conversa de botequim sobre o sexo oposto, quais deles são traídos, quantos deles traem , o que elas gostam na cama e eles por sua vez, ou seja um tremendo besteirol made in Brasil que apetece em cheio a maioria da população. Porém mesmo com um roteiro caótico e atores fazendo o que se esperavam dele: papéis de canastrões, a película tem suas tiradas de sarro, tais como a piada do oferecer um danoninho a uma adolescente sedenta por sexo, ou seja: querendo dar. E com essa deixa do “querendo dar” ou “querendo comer” e de certa form

Batman – O Cavaleiro das Trevas Ressurge

Batman – O Cavaleiro das Trevas Ressurge , dirigido por Christopher Nolan , Reino Unido , EUA , 2012 , fecha a trilogia da saga agora com um Batman amargurado e deprimido em suas lembranças de infância e perdas de entes queridos provindos dos dois primeiros filmes da trilogia, como a sua esposa, por exemplo. O que sub-entedem-se desse terceiro filme é que ele é completamente independente dos dois primeiros, ao menos no sentido entendível de roteiro. Agora além de deprimido por ter falhado em suas ações principalmente no segundo da saga, vemos um homem ( Batman ) escondido, sombrio por suas lembranças e por isso incapaz de colocar sua armadura para proteger Gotham City e o planeta de mais um algoz. Com um ritmo agradável e com boas passadas de cenas a trilogia se fecha com quase três horas de fita de boa qualidade mostrando agora o super herói ressurgindo das cinzas como uma Fênix para salvar nosso planeta mais uma vez e exorcizar medos e lembranças internas do seu protagonista.

Prometheus

Prometheus do sempre visionário Ridley Scott , EUA, 2012. Visionário pelo fato da superprodução colocar em “cheque” a origem da “origem humana”, sem pleonasmos, mas com reticências pertinentes e cabíveis. A ideia central do filme é que o homem fora oriundo de extraterrestres e não da teoria Darwiniana das evoluções das espécies. E estes por sua vez, os nossos “pais” extraterrestres, digamos que ficaram descontentes com o resultado final de sua “prole”, nós humanos; de modo que “nossos pais”resolvem nos exterminar de uma vez só ao invés de esperar matarmos um ao outro menos rapidamente. Nós, humanos e inteligentes, antevendo esse “problema” damos um pulo para fora do nosso planeta a fim de descobrirmos ou tentar “frustrar” os planos “maternos” de destruição da mãe Terra. Com esse enredo e bons atores o filme te puxa para baixo da poltrona e você fica ali vendo, percebendo e remoendo tudo aquilo que jurava ter sabido. Que nós somos seres evoluídos de espécies menos evoluídas, que a estór

Bel Ami – O sedutor

Bel Ami – O sedutor dos diretores Declan Donnellan / Nick Ormerod, Reino Unido/ França/ Itália, 2012   é com o comparativo da palavra um filme extraordinário. Tentei achar críticas construtivas espalhadas na internet, mas o que achei foram textos de cunhos pessoais dando mais ênfase aquele ou outro personagem. A partir de então e na medida do possível transcreverei aquilo que me foi conferido agora a pouco, pois acabo de sair de uma sala de cinema fedorenta e de gente mal-educada, um multiplex da vida, tentarei o máximo possível a imparcialidade. Pois então a estória antes de qualquer coisa fala sobre superação, e tentarei ser o mínimo de “piegas” possível para abordar delicado e sentimental tema. Superação sim, pois a estória se roda no seu personagem central: um ex-soldado de guerra desprovido de pouco intelecto e que tem um fim surpreendente. Mas por quê? Pela fuck superação dele. Vamos a ela então: O cara saí de uma guerra e chega a uma promissora capital francesa em pleno ano

Heleno

Heleno, dirigido e roteirizado pelo José Henrique Fonseca, Brasil, 2011 é um primor de filme nacional do qual devemos nos orgulhar, primeiro pela qualidade do filme e segundo por abordar uma personalidade brasileira praticamente desconhecida de nove entre dez brasileiros. Sabe aquele jogador porra louca que você já foi fã? Pois bem, todos eles são subprodutos de um cara que jogava nos anos 1930/40/50 no Botafogo. Heleno, protagonizado com maestria por Rodrigo Santoro, é um advogado e principalmente boa vida e simpatia, mais antes de qualquer coisa ele é jogador do Botafogo. Amor esse com uma interpretação quase que sensorial do ator vestindo as cores do time alvinegro e a personalidade do personagem que foi Heleno de Freitas, que injustamente não nos defendeu na copa realizada no Brasil em 1950 e arrisco-me a escrever que pelo que pesquisei e que vi da película, se tal boleiro estivesse na dita cuja azarada copa do mundo de futebol o resultado certamente seria outro, pois além de es

Crime e castigo

Marcante esse filme: Crime e castigo , do diretor Joseph Sargent , 1998, EUA . Obviamente não resenharemos o filme comparando este com o livro, pois seria uma temeridade tal coisa. O que vale ser resaltado aqui é a qualidade desse filme, que se não “mostra” o livro em tela como deveria ser, ao menos o diretor tenta, e com certos méritos até. O primeiro destaque fica pela carga dramática em que seu protagonista ( Patrick Dempsey ) descarrega em seu personagem mostrando com excelência as crises existênciais humanas ou até que ponto vale ser verdadeiro ou não. Em segundo plano citaria a bela fotografia mostrando a Rússia da época ( 1856 ). Porém voltando ao que mais me cativou, que fora a carga de seu protagonista se expandindo principalmente no que se diz respeito há valores de juízo, ou seja: até que ponto determinada pessoa ou sociedade tem a capacidade de falar-me o que é certo ou o que deixaria de ser. Assim como o livro, a fita instiga o espectador há inúmeros questionamentos