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Mostrando postagens de agosto, 2017

A Finada Mãe da Madame

A Finada Mãe da Madame,  dirigido por Bernard Attal, Brasil/BA, 2016. O diretor, apesar de ser francês, pode ser considerado um soteropolitano, já que vive aqui há muito tempo, e de certa maneira, não deixa de ser uma mola propulsora a fim de injetar aos diretores da terra um olhar mais europeu em suas obras, ou ao menos tentar fazer um mix do nossa latinidade tropicalista, adicionando o pragmatismo dos inventores do cinema. Pois bem, o filme em questão é do gênero da comédia. A ação temporal da obra fílmica ocorre por volta, ou talvez, durante os anos setenta, numa Salvador tranquilona, onde podia-se andar de madrugada pelas ruas, sem medo de assaltos ou crackeiros. Alias, o trabalho de figurino e cenografia de época do filme é impecável ( imagino que deve ter sido difícil achar tantos elementos de época sendo um filme de baixo orçamento..). Acerca do elenco, temos muitos atores a atrizes baianas talentosas, mas o chafariz da campanha publicitária foca-se em uma estrela global, a

Malasartes e o Duelo com a Morte

Malasartes e o Duelo com a Morte, ,  dirigido e roteirizado por Paulo Morelli, Brasil,  2017 . Quando começaram a sair às primeiras entrevistas dos atores sobre o filme que usaria, e usou mesmo, mais efeitos especiais do que todos os filmes já rodados nacionalmente, Pedro, ou melhor, o protagonista Jesuíta Barbosa, foi o primeiro a pronunciar-se o quão fora desafiador fazer o papel de um caipira da Serra do Jequitinhonha. Os mais céticos perguntariam o porquê ser difícil fazer um sujeito tão simples. Pedro, ou melhor, a grande promessa atorística brasileira Jesuíta Barbosa responde: “ Porque não sou um tipo de caipira do Mazzaroppi, nasci e criei-me no árido interior do Ceará, uma outra espécie de caipira: o sertanejo, e alinhar todos esses “ Pedros Malasartes “ de um país enorme , por natureza, como é o nosso é o que foi mais difícil, mas encantador ao mesmo tempo, bom: fiz o possível”, completa Jesuíta. Como obra fílmica, concordo com o crítico da Folha: o sábio Ignácio Araújo, i

Real – O Plano Por Trás da História

Real – O Plano Por Trás da História , dirigido por Rodrigo Bittencourt, Brasil, 2017. Cabe a este crítico salientar, logo inicialmente, que a história contada não implica, necessariamente, com a posição deste, mas sim de um outro jornalista, cujo nome é Guilherme Fiúza, o qual escrevera o livro, de mesmo título,  e este fora adaptado para as telonas. Escrito isto vamos aos fatos do filme, e isto já implica outrora interpretação: a do diretor da obra, e não mais do escritor e jornalista global citado. Pois bem: quando ligamos o plano real, associamos rapidamente, à FHC, ou seja, Fernando Henrique Cardoso. Todavia, e isto, segundo o filme, FHC não fora o único, ou até mesmo o principal pai do melhor plano econômico de todos os tempos do Brasil. Nomes como: Pérsio Arida, ex-presidente do Banco Central em 1993, André Lara Resende e Gustavo Franco também reivindicam serem o pai legítimo da “criança” ou moeda. Este último citado, Gustavo Franco, por sinal faz o protagonista da trama, interp

IRRLA3UFER

IRRLA3UFER , dirigido e roteirizado por Moritz Draheim , Alemanha, 2015, Tinha um baita trauma quando meu pai falava que era da "turma do mau". Garoto católico, com direito a primeira comunhão e tudo o mais, não entendia quando ele falava para mim isso com um sorriso enigmático entre as bochechas cobertas por sua barba longa. Já minha mãe dizia, todo dia, que era da "turma do bem". Aos oito anos de idade criei uma imagem de um certo monstro por parte do meu pai por ele ser da turma do mau. Na adolescência meus pais se separaram e fiquei mais distante ainda dele, de modo que ele já morreu e não conseguimos nos aproximar-nos da forma que poderíamos, ou não poderíamos mesmo, vai saber essas coisas de carma. Fato é que hoje sinto uma  enorme falta sua após sete anos de sua ida ao além. Dizem que sete anos é um sinal de fechamento de algum ciclo, e eu meio que sinto isso, só não descobrir qual ciclo é. Ainda sobre o tema paternidade, hoje sei que sou da turma do mau, is