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Mostrando postagens de setembro, 2014

O Lobo Atrás Da Porta

O Lobo Atrás Da Porta , de Fernando Coimbra, com Milhem Cortaz e Fabiula Nascimento, Brasil, 2014. Não tenho nenhuma dúvida em afirmar que mais um ano a ANCINE erra na escolha do filme nacional para concorrer ao Oscar. Muitos concordam com a tese de que o filme selecionado: Hoje eu quero voltar sozinho, fora uma aposta correta porque de certa forma é uma obra que fala de um adolescente deficiente visual que vai se descobrindo como homossexual; E por isso o filme “seria” uma aposta boa e/ou de "dar pena" para os padrões da careta escola de Hollywood. Discordo totalmente destes argumentos: Temos SEMPRE que levar aos principais festivais internacionais os melhores filmes produzidos no Brasil e não aqueles que tenham temas que possam sensibilizar os jurados desses festivais. Antes de tudo o respeito pela qualidade da obra fílmica tem de ser levado em conta, e em O lobo atrás da porta, na minha modesta opinião de crítico e cinéfilo, é que deveria ter sido escolhido como o filme br

O Doador de Memórias

O Doador de Memórias , de Phillip Noyce , EUA, 2014.O enredo da ficção cientifica é a seguinte: Uma pequena comunidade vive em um mundo aparentemente ideal, sem doenças nem guerras, mas também sem sentimentos. Uma pessoa é encarregada a armazenar estas memórias, de forma a poupar os demais habitantes do sofrimento e também guiá-los com sua sabedoria. De tempos em tempos esta tarefa muda de mãos e agora cabe ao jovem Jonas (Brenton Thwaites), que precisa passar por um duro treinamento para provar que é digno da responsabilidade. Em pleno ano de 2014, a adaptação literária sobre um adolescente lutando contra um governo totalitário necessariamente desperta comparações com outros filmes, tais como: Jogos Vorazes e Divergente, e O Doador de Memórias tem sofrido críticas por não possuir tanta ação ou quase nenhuma e não seria nenhum exagero se taxarmos como uma obra monótona e ainda por cima em preto e branco em sua maior parte, fato este que dá mais “marasmo” ao assistimento da obra. Todav

Ferrugem e Osso

Ferrugem e Osso , de Jacques Audiard e com atuações estupendas de Marion Cotillard, Matthias Schoenaerts , França, Bélgica, 2013; É de fato um nome bem sugestivo ao filme; Escreveria até que o título da obra fílmica seria uma metáfora dos dois personagens centrais da trama. Este filme foi premiadíssimo mundo afora em países como Canadá e obvio, na própria França, entre outros e tais prêmios não foram por acaso ou por questões comerciais; O filme mereceu todos os prêmios que ganhou mundo afora por seu uma obra que mexe na mais complexa (des) forma humana, ou seja, na incapacidade de um ser humano não conseguir ser dono do próprio nariz e vida; Todavia vamos por partes para que o filme se torne entendível. Em primeiro lugar, até antes de entrar na sinopse do filme, é imprescindível salientar o lado humano do filme, lado este mostrado pelos seus personagens centrais: Uma treinadora de Orcas de um parque aquático, e um ex-presidiário que trabalhava como Leão de Chácara em uma boate. O enco

Era uma vez em Nova York (The Immigrant)

Era uma vez em Nova York (The Immigrant ), dirigido e co-roteirizado por James Gray, EUA, 2013. Em 1920, as irmãs polonesas Magda e Ewa partem em direção a Nova York, em busca de uma vida melhor. Assim que chegam, Magda fica doente, e sem ter a quem recorrer, Ewa (Marion Cotillard) acaba nas mãos do cafetão Bruno (Joaquin Phoenix), que a explora em uma rede de prostituição. A chegada de Orlando (Jeremy Renner), um primo de Bruno, mexe com Ewa e traz um novo caminho para sua vida. É importante ressaltar a natureza da nossa protagonista Ewa. Antes de chegar à Nova York a fim de para realizar o “sonho americano”, ela exercia o cargo de enfermeira em seu país natal, ou seja, na fria Polônia. E tal traço de personalidade, ou seja, de querer ajudar o outro e esquecer até de si própria como toda enfermeira se comporta , acaba a levando a prostituição, por desemperro de ser a única saída de ficar em solo norte-americano para encontrar sua irmã em algum hospital daquele país por ela ter sido ba

Amores Inversos

Amores Inversos , dirigido pela Liza Johnson com Kristen Wiig e Guy Pearce , EUA, 2013. Não sei por que o filme não foi bem recebido pela crítica e “para variar” discordo da maioria da classe e dou no mínimo quatro estrelas ao filme, e não duas, como deram a maioria dos especialistas que tem o rabo preso aos grandes jornais e sites nacionais, caso que acarreta muitas vezes não poder escrever o que sente, mas sim o que o seu empregador quer que ele escreva. Comigo não tem essa: escrevo o que percebo e sinto dos filmes. Já neguei alguns trabalhos para justamente não ficar nessa mesma situação dos demais colegas de trabalho; Independência pra mim é igual à água, ou seja, sem ela eu morro. No tocante a diretora do filme é importante salientar que esta ganhou o prêmio Nobel de literatura no ano passado com outra obra, claro, e não filímica, mas sim literária, senão não poderia ganhar um prêmia destinado a literatura. Todavia em relação a seu longa Amores Inversos, este aborda principalment

Um Belo Domingo (Um Beau Dimenche)

Se queres, ou melhor, se desejas ver um filme genuinamente francês de corpo e alma, então nesse caso eu tenho uma boca dica para você: Trata-se de Um Belo Domingo (Um Beau Dimenche), dirigido e co-roteirizado pela Nicole Garcia, França, 2013. Quando me referi a um autêntico filme da escola francesa, leia-se que escrevo que é um filme que terás de entender o lado psicológico das personagens, e por isso o filme se torna denso por essa peculiaridade dos filmes franceses ( e essa característica do destaque do psicológico das personagens é “marcada” até nas comédias dos filmes deste país, criador do cinema, por sinal ). Entretanto Um Belo Domingo parece exagerar, ou melhor, o filme consegue ser mais denso do que “ os mais densos” dos filmes franceses que já vi, ao menos, os desse ano. Apesar da densidade exacerbada, o que ao ver é ótimo, mas tenho certeza que para maioria é um martírio; Mas o filme nos conquista por ser uma obra de fragmentos ou mistérios que vão “dando as caras” na sequênc

Lucy

Lucy , do francês cult Luc Besson, EUA, França, 2014. É importante frisar que trata-se de um filme do gênero ficção cientifica, entretanto este não aborda planetas outros, catástrofes naturais ou ambientais, extraterrestres ou coisas do gênero; Por isso podemos classificar Lucy sendo um filme que foge dos padrões do gênero da ficção cientifica, mas ainda assim o sendo, só que mostrando homens ou mulheres de carne e osso como quaisquer outros ou outras em uma experiência não exclusivamente humana ( acho que posso escrever dessa forma..); Mas vou deixar de suspense e apresentar um breve histórico do excelente filme. É o seguinte: Lucy ( que para quem não sabe foi o nome da primeira Homo Sapiens ou macaca do sexo feminino há milhares de anos atrás em nosso processo evolutivo, então de certa forma a “macaca” Lucy foi a primeira “mulher” do mundo ); Todavia a nossa protagonista, excelentemente interpretada pela bela Scarlett Johansson, como já mencionamos se chamava Lucy , a primeira vist

A Coleção Invisível

Não é porque o filme foi feito em meu estado que irei aliviar se este não for bom, pois bem, A Coleção Invisível , dirigido, produzido e co-roterizado por Bernard Attal, Brasil-Bahia, 2013; É uma obra com bastantes defeitos graves no tocante ao seu roteiro. Se fossemos comparar as áreas da anatomia humana com as áreas de uma obra fílmica, o roteiro seria seu cérebro, então há de convir que todos os órgãos meio que dependem do cérebro ou dos impulsos voluntários e involuntários desse para funcionarem. No cinema não é diferente: se o roteiro comete deslizes “infantis” todo o filme “paga o pato”, e isso por mais que a direção de arte ou produção tente salvar o filme, essas tentativas irão ser em vão, pois é através do roteiro de um filme que as outras áreas começam a funcionar, ou para ser mais especifico, é pelo somente roteiro que podemos afirmar: "Yes, agora temos um filme !"; Sem ele, nada de filme ou nada de um filme razoavelmente bom. Pois bem, fiz questão de fazer esse “

Um amor em Paris (La Ritournelle)

Um amor em Paris (La Ritournelle) , dirigido e co-roteirizado por Marc Fitoussi, França, 2014. As relações atuais andam tão sem graça que volta e meia uma ou ambas as partes do casal recorrem à traição para não morrerem de tédio. Há essa regra o filme não foge. Não que queira contar o filme, mas já no trailer isso fica escancarado. Fato é que a história conta a vida de um casal de fazendeiros na faixa dos seus cinqüenta anos que vivem e criam vacas para o abate interior da França, na região da Normândia, mais precisamente. A natureza do casal, apesar ou talvez por ambos serem agrônomos, era totalmente diferente. Enquanto a esposa Brigitte , muito bem interpretada por Isabelle Huppert , era inquieta e gostava de novidades, seu marido (Clément Métayer) por sua vez não largava o vício em ser pragmático em tudo, característica essa que lhe rendera um par de chifres quando sua bela jovem senhora resolve passar dois dias em Paris. O filme é lindo, pois mostra a “Cidade Luz” quase que por int

Magia ao Luar

Magia ao Luar (Magic in the Moonlight), escrito e dirigido por Woody Allen, EUA, 2014. As pessoas com quem conheço estão indo ver essa produção por se tratar de um filme espírita e logo percebem que não o é. O filme aborda justamente o contrário, ou seja, aborda e fala basicamente de uma não crença ou da escolha do ateísmo e de mais nenhuma outra crença ou religião específica, principalmente no que tange ao espiritismo, mas enganos esclarecidos a parte a história do filme "Wooodyaliano" é a seguinte: o tempo é o ano de 1927 em Londres, onde temos como principal ilusionista do planeta um ser descrente de tudo que a ciência não consiga provar, ou seja, um ateu convicto e por isso sabia manipular truques de mágica como por exemplo, um desaparecimento repentino de um elefante em um dos seus números nos seus shows de mágica. Este "modesto" mágico, além do ofício de entreter pessoas , tinha ainda uma singela obstinação, que era: desmascarar falsos profetas e assim conti