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Mostrando postagens de setembro, 2013

Inch’Allah

Inch’Allah , dirigido e escrito por Anais –Barbeau-Lavalette, com Evelyne Brochu protagonizando o fraco drama gaulês de 2012. A pretensão da estória a ser contada em si é louvável, pois aborda ou ao menos tenta abordar o que a mídia não cobre: ( por questões econômicas e até óbvias ) O lado mais “fraco” do conflito entre Palestina e Israel, onde o lado palestino é o mais fraco por não ter o apoio dos EUA, contrariamente a Israel. O drama se baseia na ida de uma médica francesa a uma vila palestina prestar serviços médicos para seus carentes moradores. Por a vila ser uma zona de guerra entre os dois países nada irmãos, sempre acontecia conflitos e mortes, obviamente do lado mais fraco, ou seja, dos habitantes da Palestina. Essa “injustiça” mexe com os brios da médica com seus ideais franceses, de modo que ela acaba por se relacionar “mais” do que deveria com seus pacientes vizinhos. Afinal de contas: será que alguém de carne e osso deixaria passar despercebido tal despautério conflitant

Dossiê Jango

Dossiê Jango , dirigido e roteirizado por Paulo Henrique Fontenelle, Brasil, 2012; Mostra de forma sublimar a morte do ex- vice presidente brasileiro Jango ou João Goulart ( vice de Jânio Quadros na década de 1960, antes do golpe militar ). O documentário tem a pretensão de provar de que Jango não fora morto por morte natural, mas sim por morte matada. Quem tem rixa ou raiva do colonialismo norte-americano imposto em praticamente todos os países da América do Sul esse é mais um documentário em que essa raiva se exponência e com verdades contundentes, escreva-se de passagem. A fita mostra como Jango, Carlos Lacerda( ex-governador da Guanabara, atual Rio de Janeiro ) e JK, que era o nosso presidente do extinto Estados Unidos do Brasil, morreram os três em um curtíssimo período de tempo entre dezembro de 1976 a agosto de 1977 em pleno período de ditadura militar ferrenha. O plano era simples: exterminar, e isso com apoio decisivo dos EUA, os principais nomes que poderiam vir a tomar a dem

O homem que mudou o jogo

O homem que mudou o jogo , baseado numa estória real, dirigido por Bennett Miller e com boa atuação do seu protagonista: Brad Pitt, EUA, 2012. Com um gerente dito como louco um pequeno time de beisebol faz história e não somente ganha o campeonato, como também entra no Guinessbook com o recorde de 20 vitórias consecutivas. Como o time não tinha chance de concorrer com os outros times grandes da liga o seu gerente ( Brad Pitt ) recorre a uma estratégia ousada e insana para muitos; Ele que dava broncas e ordens até no presidente do time decide apostar em contratações, digamos deixadas de lado pelos grandes times, como por exemplo, um arremessador que entortava o braço no ato do arremesso e só pelo feio gesto em que ele fazia para as câmeras ao arremessar era tido como um mau jogador, ou seja, por puro preconceito, digamos estilístico. A tese em que o protagonista se apóia fora de um livro antigo feito por um engenheiro mecânico nas suas horas vagas, onde tal livro analisava o esporte úni

A Família

A Família , dirigido e roteirizado por Luc Besson, França, EUA. Até que fim Robert de Niro fez um papel do tamanho do seu talento e consegue reviver os seus grandes personagens mafiosos. De alguns anos pra cá não conseguia entender o porquê de tal desporudamento do ator em aceitar tantos convites de filmes e personagens fáceis de fazer e porque não escrever, estúpidos também. Ele deve ter ligado o foda-se sabendo que não poderia mudar o lixo da indústria de Hollywood, se prestava então sarcasticamente a fazer papéis fúteis, assim como eram os filmes dando uma resposta ao meio: “ Se é somente pela grana, então vamos escrachar de vez”. Não foram duas nem três vezes que ouvi e li de críticos gabaritados nacionais e internacionais que o ator aceitava tais personagens por estar em profunda depressão e sua carreira estaria no final, e final deprimente. Nunca acreditei em tais críticos e achava, assim como ainda acho , que a intenção do ator era dar “um tapa na cara” da indústria do cinema

Depois de Maio

Depois de Maio , de Olivier Assayas, França, 2012; Foi o grande vencedor como melhor roteiro original no festival de Veneza em 2012 e isso de fato não acontece por acaso. Em 1971, aos arredores de Paris e na própria capital a efervescência política é latente. Temos como protagonista Gilles (Clément Métayer), estudante do ensino médio que vive um dilema em ser ativista político ou artista. Como ativista o pré-adulto deveria obrigatoriamente se relacionar com o mundo, lutando por este, mas como artista ele não precisava fazer nada disso: seria mais solitário que um paulistano ( parafraseando o grande Zeca Balero ), teria apenas a obrigação de auto conhecer-te e mergulhar em seus pensamentos e percepções de vida para produzir seus trabalhos como desenhista e pintor. Além do protagonista o elenco era ainda encabeçado por Christine (Lola Créton), Alain (Felix Armand) e Jean-Pierre (Hugo Conzelmann) – que militam num grupo que defendia idéias revolucionárias, porém depois que uma “ação” dá e

Camille Claudel 1915

Camille Claudel 1915, do Bruno Dumont, França, 2013. A atriz Juliette Binoche vive um dos maiores desafios de sua carreira ao interpretar a escultora Camille Claudel quando ela vivia isolada em um hospício. O detalhe mais interessante do filme é que nas gravações em um hospício de verdade somente a atriz e a produção sabiam quem eram loucos e quem era ditos como “normais”. Esse bate-bola da protagonista em meio a esse “segredo” com as loucas do recinto, é que de fato dá toda a visceralidade do filme, e isso sem contar com a atuação estupenda e corajosa da melhor atriz francesa em atividade, que sem dúvidas é a Juliette Binoche, que se entrega de corpo e alma a sua personagem incompreendida, já que a todo tempo tentava provar que estava no hospício por pura e maldosa inveja do seu ex-marido ( o famoso escultor Rodin ) por ela ser mais talentosa que ele, ao menos é isso que comentam até hoje por ela ter sido internada compulsoriamente. A única saía, porém frustrada, era tentar que seu

Elysium

Elysium , dirigido e roteirizado por Neill Blomkamp, EUA, 2013. Sei que a expectativa dos fãs brasileiros do ator Wagner Moura é grande para conferir a sua primeira atuação hollywoodiana. Sem querer ser desmancha prazer e de certa forma já sendo, não esperem nada desse filme e também da atuação do eterno Capitão Nascimento dos Tropas de Elite: I e II. E o pior que a culpa para sua atuação pífia não foi nem tanto por culpa dele, mas sim de um filme com um roteiro cheio de buracos, pra não escrever super mal-feito. A pretensão da estória a ser delineada em película é boa, a idéia de que no ano de 2158 ( ou seja, relativamente não muito distante do atual ano 2013) o planeta Terra é tipo favelão, cheio de gente doente e com robôs-guardas fazendo patrulhas por um planeta feio, caótico e totalmente desmoronado e sem recurso algum para sobreviver. A idéia de fazer menção de que o inferno seria aqui na Terra futuramente é interessante pelo modo de como o tratamos atualmente, porém como isso fo

Querida Voy a Comprar Cigarrilhos Y Vuelvo

Querida Vou Comprar Cigarros e Já Volto , dirigido pela dupla Gastón Duprat/Mariano Cohn, Argentina, 2013. Baseado no conto do escritor Alberto Laiseca e pegando a idéia principal da trilogia norte-americana “De volta para o futuro”, que dá a chance de voltar ao seu passado, a fita portenha mostra com peculiar criatividade a transformação de um homem mortal para imortal quando este é atingindo com um raio duas vezes. Na primeira “raiada” ele evidentemente morre, porém na segunda ele ressuscita como tivesse revivido de um infarto fulminante, mas que agora além de voltar a viver o simples homem se torna imortal ao longo dos anos. Com essa anormalidade esse homem começa a rodar o mundo a fim de fazer propostas a pessoas amarguradas por coisas que não fizeram ou fizeram errado em seus passados. O homem com poderes sobrenaturais tinha o dom de ouvir também as amarguras humanas alheias e assim escolhia suas cobaias para mandar de volta aos seus passados mau-resolvidos, ou seriam sortudos por

Rush- No limite da emoção

Rush- No limite da emoção , com direção do cultuado por Hollywood Ron Howard , Estados Unidos, Reino Unido , Alemanha, 2013; Nos conta os bastidores do esporte mais glamoroso do planeta que é A formula 1. Em especial temos como enredo principal a rivalidade entre dois pilotos: o austríaco Nick Lauda e o britânico James Hunt. Enquanto o austríaco ( e mais conhecido por ter tido mais títulos, mas isso não implica necessariamente em afirmarmos que ele era melhor que o seu rival) Nick Lauda era mais careta e metódico e por isso odiado por todos do meio; O britânico James Hunt era o seu oposto: festeiro, mulherengo, irresponsável ( inclusive nas pistas ) e querido no meio glamoroso da Formula 1. A rixa dos dois começa no começo dos anos 1970 quando estes ainda corriam na formula 2, uma espécie de porta de entrada para a formula 1. E quando os dois “compram” uma vaga para pilotar um formula 1 a rixa juvenil vira algo mais latente, beirando ao ódio, porém esse ódio é que faz os dois crescerem

JOBS

JOBS , dirigido por Joshua Michael Stern, com Ashton Kutcher como Steve Jobs, EUA, 2013. Somente os homens que ousam ser diferentes e somente estes tem o poder de mudar o mundo. Vejam um quadro de Picasso, as teorias de Einstein ou as músicas de Beethoven. Todos esses homens citados foram vanguardistas em suas áreas e seus tempos. Steven Jobs pode perfeitamente ser encaixado nesse seleto grupo de gênio por revolucionar o que hoje entendemos como o mundo da tecnologia da informação ou mais precisamente a criação dos nossos computadores de todos os tipos e tamanhos que usamos nos dias de hoje. A fita é uma bem contada cinebiografia desse cara que pensou além do seu tempo, alias essa uma característica de todos os gênios citados no inicio do texto. O filme tem a imparcialidade de contar a verdade sobre quem de fato foi o criador do primeiro embrião de micro-computador na década de 1970 em Los Angeles, e este não era Jobs, mas sim seu melhor amigo: um sujeito nerd e gordo que tinha a int

Olhos Azuis

Olhos Azuis é um documentário produzido, dirigido, escrito e roteirizado por sua própria protagonista Jane Elliott em 1995 e lançado no ano seguinte nos EUA que mostra um plano didático educacional dessa professora-protagonista super corajosa em que colocava vinte pessoas brancas de olhos azuis a serem tratadas como negros ou afro americanos por apenas 2,5 hs , e não a vida toda como os negros ou excluídos estavam acostumados a viver todos os dias.. De fato foi à fita que mais me emocionou este ano por compreender ( infelizmente porquausa desse nosso sistema castrador ) que faço parte desse jogo que excluem os excluídos, sejam estes negros, idosos, gays, lésbicas ou deficientes físicos. O documentário fora feito bem antes de 2001, ou seja, antes dos ataques terroristas e a queda das torres gêmeas em Mahathan e tampouco depois do primeiro presidente negro ser eleito no país mais poderoso do mundo. O filme é extremamente real e por isso tão difícil de ser visto e digerido após o

Hannah Arendt

Hannah Arendt , dirigido e produzido pela Margarethe Von Trotta,Alemanha/França, 2013. Quando o homem tem a inabilidade de pensar é que surgem as piores coisas feitas por eles. Com esse discurso ou lema uma professora universitária israelense refugiada nos EUA do holocausto compra literalmente uma briga quando é contratada por um renomado jornal americano a fim de cobrir o julgamento de um nazista em Israel. As discordâncias e os ideais da professora intelectual “judia” começam a partir do momento em que o funcionário nazista começa a discursar ou a se defender, afirmando que não se sentia culpado pelas centenas de morte dos judeus, pois o seu trabalho era somente colocá-los em um trem para a morte, ou seja, transferiam-nos do campo de concentração para os locais em que se matavam gente como se matam animais contaminados com gás lacrimogêneo. O suposto funcionário “inocente” dizia-se dormir bem e sem culpas, pois na cabeça dele fazia um trabalho meramente administrativo, ou seja, não d

A casa da mãe Joana 2

A casa da mãe Joana 2 , do operário da sétima arte nacional Hugo Carvana, 2013. É uma comédia bacana de ser vista por ser despretensiosa, ou seja, não pretende ser mais aquilo do se propôs a ser: um entretenimento de fácil entendimento, e talvez por isso, seja o filme propicio entre uma reunião chata de escritório e outra, para que então o espectador recarregue suas baterias a fim de conseguir encarar o final do período de trabalho ou a próxima reunião desconfortável. O diretor do filme Hugo Carvana deixa bem claro do que sabe e gosta de fazer: “A comédia é a minha praia, não me peçam para fazer dramas que certamente não sairão tão naturais como minhas comédias”. E de fato o diretor só fez comédias até hoje, e se elas não são uma unanimidade entre crítica e publico, certamente cumpre o seu papel principal que é: ter esses tipos de fitas para se assistir e esvaziar a cuca em um intervalo de um filme denso e outro, pois se trata de um filme mediano mesmo sem nenhum prêmio em sequer nenhu

Viajo porque preciso, volto porque te amo.

Viajo porque preciso, volto porque te amo , de Marcelo Gomes, Karim Aïnouz, Brasil, 2010; É um pouco de documentário com ficção. A ideia dos diretores é interessante mostrando a viagem de um geólogo de fortaleza até o interior cearense durante 30 dias. O Título do próprio filme fora tirado de uma placa durante as filmagens. Não vemos em momento algum a cara do protagonista, somente ouvimos a sua voz, que é em minha opinião do melhor ator brasileiro em atuação: o pernambucano Irandhir Santos, que com seu tom dramático e sotaque carregado dá mais visceralidade a trajetória do Geólogo que a todo o momento se lembra de sua amada: uma botânica que deixara em Fortaleza após uma briga e talvez por isso a viagem se torne pra ele prá lá de um ano e não um mês como realmente foi. Os diretores acertam no filme por ele ser despretensioso, ou seja, narra apenas uma viajem de um personagem e os protagonistas são na verdade a própria viagem e as situações das pessoas que encontramos nela. Um filme du