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Mostrando postagens de junho, 2014

O Homem Duplicado

O Homem Duplicado , de Denis Villeneuve, Espanha, Canadá, 2013. O filme é uma adaptação da obra literária homônima do escritor português José Saramago. Durante uma conversa com um amigo de trabalho, este amigo pergunta ao nosso primeiro protagonista: “ O que fazes como hobby?”. A resposta veio mais ou menos parecida como o filme, ou seja, inócua e vazia; “ nas minhas horas vagas eu não faço nada”. Como o próprio título do filme já nos diz O Homem Duplicado, temos dois personagens centrais. O primeiro é um professor de História que anda de saco cheio de sua vida pacata e sem graça e ao qual mencionava na conversa acima com outro professor que tinha uma vida pacata e sem sal como a do seu colega de profissão, porém este ao menos tem um hobby, que era ver filmes. O amigo então decide sugerir um titulo de filme para o professor de história depressivo e este então aceita a sugestão e loca o filme. O inesperado surge após o professor de história assisti ao filme. Ele vê um ator bastante pare

Inês de Portugal

Inês de Portugal , de José Carlos de Oliveira, Portugal, 1997. O filme é inspirado e baseado na obra Os Lusíadas do principal poeta português de todos os tempos: Luis Vaz de Camões. Inês é uma filha bastarda não reconhecida de um nobre da corte portuguesa. Por sua beleza chama atenção do até então príncipe da coroa portuguesa Dom Pedro; Príncipe este que já era casado com uma nobre baronesa da corte portuguesa, porém com laços espanhóis fazendo com que os filhos do casal nasçam com uma cara não típica e totalmente portuguesa, com certeza. O fato é que o príncipe Dom Pedro se apaixona ardentemente por Inês de Castro no primeiro encontro deles, é o que dizemos que é amor a primeira vista. Dom Sebastião, o rei de Portugal, logicamente não aceita que Dom Pedro abandone sua esposa nobre para cair em uma paixão pela bela Inês de Castro. Sendo assim então envia Inês para o norte de Portugal, afim de que ficasse bem longe de seu filho e não estragasse seu reinado. Apesar da distancia e dos gua

Eu, mamãe e os meninos

Eu, mamãe e os meninos , de Guillaume Gallienne, França, 2014. A comédia do ano na França. Alguns laços familiares são tão possessivos que podem estragar uma vida, e essa é a base central desse filme que ganhou cinco prêmios no César ( o Oscar francês ), incluindo melhor filme e ator, e não por acaso, pois se trata de uma comédia com C maiúsculo e não como tantas outras que só nos enganam. O enredo se passa entre uma família de três irmãos homens sendo que o caçula cresce grudado na mãe, adorando brincar de boneca e tem certeza que é mulher em um corpo de menino. Na sua adolescência, por sofrer tanto bullyng na escola, tem certeza que é homossexual, porém não mantém relações com outro homem, só imagina que seja. Já começando a fase adulta o caçula mimado por uma mãe ainda possessiva e insegura, se vê apaixonado por uma mulher e não sabe como lhe dar com essa nova situação. De um dia para outro, criado primeiro para ser a filha da sua mãe que só teve meninos, e ainda na adolescência por

Balada de um Homem Comum

Balada de um Homem Comum , dirigido e roteirizado pelos irmãos Joel e Ethan Coen, EUA, 2014. Assim como no futebol, no cinema também existe uma hierarquia. Filmes de certos diretores, somente pelo fato de serem feitos por esses “medalhões”, tem-se já por si só uma certa expectativa e aceitação de público e crítica especializada. Este introdução serve para apresentarmos o mais novo filme dos irmão Coen, que por sinal tece duas indicações ao Oscar esse ano, porém não levando nenhuma. Inside Llewyn Davis , no seu título original, nos conta uma estória de um músico comum; É importante salientar e até de certa maneira ser repetitivo, que não se tratava de nenhum gênio da música como Bob Dylan, entretanto era um cara esforçado que colocava sua viola e não tinha medo de trabalho. O filme permite que nos refletirmos a respeito de dons de vida; o protagonista logicamente não era nenhum “fora de série”, mas se a música o escolheu ( ou ao menos ele entendia isso), porque não sorrir para a arte de

Algumas horas de Primavera ( Quelques heures de Printemps )

Algumas horas de Primavera ( Quelques heures de Printemps ), de Stéphane Brizé, com Vicent Lindon, França, 2012. Se escrevesse que se trata de um filme fácil de assistir, logicamente estaria mentindo. Como o propósito não é esse ( de mentir ) quem estiver disposto a assistir ao filme sugiro antes que prepare seu estômago porque tal filme bate lá naquele lugar quando você sente algum desconforto, é exatamente lá que grita primeiro, ou seja, nas suas entranhas. O enredo começa com um protagonista que acaba de sair da prisão por colocar em seu caminhão coisas ilícitas, este sendo pego pela polícia entre uma viagem e outra. Após algum período enjaulado e já com uma idade avançada o homem tenta refazer sua vida, entretanto seu currículo de ex-presidiário não permite abrir muitas portas de mercado de trabalho. Por falta de trabalho o nosso protanista poderia muito bem voltar ao ramo das drogas, entretanto este não faz esta escolhe. O homem ainda asssm tenta em vão reconseguir sua vaga de cam

Godzilla

Godzilla , dirigido por Gareth Edwards, EUA, 2014. O pior inimigo do homem é ele próprio. Esta frase poderia resumir o blokboster, entretanto se deixarmos somente a resenha com esta frase correrei o risco ao ser indagado se de fato assisti tal filme. Para não correr esse perigoso risco resumirei mais um besteirol da terra do tio Sam. Há de frisar que a crise em Hollywood é tamanha que nem blockboster eles conseguem mais fazer atualmente. Em geral as grandes produções norte-americanas são adaptações de obras literárias “ blokbosters” ou remakes de filmes de sucesso de bilheteria. Godizila trata-se desse segundo grupo; Os dos remakes. O Godizila original é de origem sul coreana e da década de sessenta do século passado, mas vamos ao remake ou ao que o remake se propôs a destruir do original ou o que sobrou de bom dele. O filme começa de cara com uma descoberta de uma ossada de um dinossauro gigantesco na América do Sul em 1970. Com os estudos das ossadas percebe que trata-se de um autên

Jorge Mautner – “ O Filho do Holocausto”

Jorge Mautner – “ O Filho do Holocausto”, Pedro Bial, Brasil,2013. Para ser sincero sinto ojeriza pelo Pedro Bial, a sua cara representa a nefasta e cruel rede Globo, empresa onde trabalha. Essa multinacional das telecomunicações “odiotiza” toda uma nação e o Bial, juntamente com o mala do Galvão Bueno nos esportes, são os principais porta-vozes desta empresa que prega a enganação com a não informação ou a informação destoada/distorcida da verdade. Todavia tem-se de ressalvar a única coisa boa que este individuo fez em sua hipócrita vida, que foi justamente esta película. A fita que é uma biografia do cantor Jorge Mautner, conta nos mínimos detalhes como uma pessoa que já nasce com uma predisposição para ser artista e com o passar do tempo e das experiências vividas acaba se tornando um dos maiores artistas brasileiros, liderando inclusive um dos movimentos culturais mais importantes do Brasil: O tropicalista antropofágico da música brasileira nos anos 1960 e 1970, juntamente com outro

Karem Chora no ônibus

Karem Chora no ônibus , de Gabriel Rojas Vera, Colômbia, 2011. Certo dia uma mulher recém-casada descobre que está sendo traída. A dona de casa enlouquece, fica deprimida e toma uma atitude: se divorciar. Como a jovem esposa separada casou-se muito cedo e por isso não fez universidade e não tinha trabalho e nem onde cair morta, a mulher desesperadamente começa a morar nas ruas de Bogotá, capital da Colômbia. Existe um ditado em que diz que nada acontece por acaso, pois bem: isso sucede com a protagonista do filme. A traição do marido serviu para que ela se libertasse de um casamento infeliz com uma mulher sem perspectiva para nada e ainda por cima não apaixonada pelo ex-marido. A mulher agora nas ruas da perigosa Bogotá ( pois ela não admitia voltar a morar com a sua mãe por não ter uma relação amigável) tinha de se virar para sobreviver. De tudo ela fazia um pouco: tentou vender revistas de porta em porta, distribuiu anúncios publicitários entre os pedestres, roubava alimentos nos sup

Getulio

Getulio, de João Jardim, Brasil, 2014. A era Vargas ficou conhecida como um período de ditadura em que nada era permitido e o país meio que ficou parado devido a isso, porém não é verdade, além de ser um ditador tirano, Getulio contribuiu, e muito, para o desenvolvimento do país, apesar de ter rasgado duas constituições e por pouco não rasga uma terceira. A famosa CLT e outros benefícios empregatícios existem hoje somente porque Getulio criou. O filme do João Jardim narra os últimos dias de vida do ditador antes do suicídio. A trama se configura com uma suposta acusação de tentativa de assassinato do seu arco-inimigo: o jornalista Carlos Lacerda, vitimado este apenas com um suspeito e armado tiro no pé do jornalista popular e matando um brigadeiro de alta patente da aeronáutica com uma bala no peito. Fato é que com esta acusação a pressão pela renúncia do gaúcho Getulio permeia o filme até os seus créditos finais. Em entrevista a ator Tony Ramos, que incorpora a personagem presidencial

Séptimo

Séptimo ( Sétimo), Dirigido e co-roteirizado por Patxi Amezcua, Argentina, 2013. Fazia tempo que não via um filme portenho que me decepcionasse. Este infelizmente foge a regra de filmes argentinos de qualidade, e mesmo com o ator Ricardo Dárin no elenco, alias só assisti ao filme porquausa dele, todavia desta vez não tive tanta sorte se avaliando o filme como um todo. A história se passa entre uma família recém separada constituída por duas crianças, uma de cada sexo, um advogado argentino e uma perua-dondoca( sem ocupação) espanhola , esta que por sua vez ou astúcia, estava a fim de se picar para o seu país europeu devidamente com os filhos sem o pai argentino logicamente concordar nada com essa estória. A trama passa-se e inicia-se nas Buenos Aires atuais com um surpreso e repentino desaparecimento dos filhos desse casal em “pé de guerra”. O filme não agrada por tais motivos como, por exemplo, ter sido rodado em sua maior parte no prédio ao qual as crianças tinham supostamente desap

A melhor Oferta

A melhor Oferta , com direção e roteiro de Giuseppe Tornatore, Itália, 2013; Genial ! Esta palavra, com direito a uma exclamação no final, categoricamente resume bem esse filme. Todos nós temos pontos fracos, até mesmo as pessoas mais pragmáticas. O enredo do filme do renomado diretor italiano se passa com essas nuanças; Temos como protagonista um solitário e engenhoso leiloeiro de obras de arte que não tirava suas luvas nem para fazer suas refeições. Apesar de sentir asco de tudo e todos, tal personagem não se comportava politicamente correto, tendo um camarada para dar a melhor oferta em obras de arte que lhe interessariam para sua coleção pessoal ou para revender por um preço maior. A genialidade do roteiro acontece quando este culto e solitário homem tem como trabalho o leilão de um casarão com seus moveis de uma família desfeita por obra da morte, somente restando a família uma filha que sofria de pânico e vivia trancafiada em sue quarto nessa mansão a venda. A vida dessa jovem mu