Postagens

Mostrando postagens de novembro, 2015

A Real Beleza

A Real Beleza , com roteiro e direção assinados pelo gaúcho inverosímel Jorge Furtado, Brasil, 2015. O título do filme “A Real Beleza” já é em si um título nu, cru, e o filme como um todo é também assim: Nu e cru; sem rodeios como é a beleza, ou seja, o se tem ou não se tem “beleza” ou se é belo ou não é, mas ambos( o filme e a ideia que temos de beleza) são amplamente simples, embora às vezes a “beleza” não pareça tão simples assim, mas o filme é; simples e caceteiro. Mas vamos por partes, ou melhor, por cenas. Temos como protagonista um fotógrafo, interpretado pelo baiano Vladimir Brichta, frustrado que enxerga e apostas todas suas chances e fichas profissionais em encontrar uma nova Gisele Bundchen,inclusive na mesma região de serra da modelo no interior do Rio Grande do Sul, bem próximo à Argentina. Por sorte o fotógrafo acha uma menina de dezesseis anos com uma beleza única e tem certeza que ela é à modelo certa para ajudá-lo a sair daquela sua “pindaíba financeira” e dar uma chan

Jogos Vorazes – A Esperança Final

Jogos Vorazes – A Esperança Final , de Francis Lawrence, EUA, 2015. Certas vezes somos acometidos a imaginar que coisas importantes estão sendo levado mais sério, mas, no entanto é tudo fruto da imaginação e nada de fato muda. Por esta sinopse acima podemos já ter uma ideia de como foi à última produção da saga, e quão frustrante fora para os seus ávidos seguidores que leram os Best Sellers e por isso ficaram “empaspaquados” por ver o final dos “finais” da franquia. Após quatro anos e o mesmo número de filmes a saga Jogos Vorazes acaba-se. E esta veio com uma baita “responsa” em substituir nada mais ou menos que a franquia do bruxinho Harry Porter ( sete títulos ou sete anos ininterruptos ), franquia esta também originária de Best Sellers literários. Há quatro anos à expectativa era enorme para Jogos Vorazes, e este superou até os mais céticos, enfeitiçando rebanhos de tens, e com muita competência, diga-se de passagem. As primeiras duas produções da saga dos Jogos Vorazes foram excepc

Sem filhos (Sin Hijos)

Sem filhos (Sin Hijos) , de Ariel Winograd , Argentina, 2015.Esta é a comédia do ano na Argentina. Não irei ser redundante em escrever que as comédias argentinas, assim como outros gêneros fílmicos, dão um banho nos filmes nacionais porque isso não é novidade pra ninguém, entretanto é sempre bom lembrar como estamos para fugirmos dessa rota errônea, e se tratando das péssimas comédias nacionais então, não tenho sem o que escrever tamanho seu nível raso. Todavia sobre a comédia número um dos nossos geniais vizinhos, só tenho uma palavra para descrevê-la: Estupenda. Um pai, que tem uma loja de artigos musicais, fica divorciado e na fossa, não querendo se envolver mais com mulher nenhuma, ao menos durante um tempo. Seus amigos encorajam para ter encontros esporádicos com divorciadas, assim como ele, para trocar a fita e a vida continuar girando. Mas o cara anda meio cabisbaixo e nem com os empurrões dos amigos consegue imprimir a primeira marcha. Eis que um belo dia aparece em su

45 anos

45 anos , de Andrew Haigh, Reino Unido,2015. Com uma fotografia mais que espetacular de outono-inverno dos Alpes suíços, o filme aborda de forma categórica e magistral, que enquanto estamos vivos temos problemas existenciais. Fato este que pode ser entendido como uma forma de tributação para a existência humana. A trama começa quando um casal maduro ou da boa idade, recebe uma carta para reconhecer um corpo, que supostamente o marido do casal reconheceria. Tratava-se de uma ex-namorada do senhor que conhecera ainda muito jovem fugindo da segunda guerra mundial com sua família. Relacionamento este escondido, ou melhor, não falado para sua atual esposa senhora. E isto à beira da festa de 45 anos de casamento. Tal carta coloca em cheque uma relação tão longa, porém como mencionei no início da crítica, enquanto a vida à confusão e discórdia. O dia a dia vai colocando em cheque à relação e as "cartas" vão sendo colocadas à mesa até o dia da festa dos 45 anos de casam

O Olmo e a Gaivota

O Olmo e a Gaivota , co-dirigido pela brasileira Petra Costa (Elena) e pela francesa Lea Glob, Brasil-França,2015. A obra fílmica é de uma sensibilidade ímpar por mostrar, e até mesmo desmistificar de que tudo numa gestação seja um “mar de rosas”. Em determinada cena a atriz afirma que se sente carregando um “Alíen” dentro de si. Por essa afirmação podemos ter noção o tamanho desconforto que a bailarina sentia. Mas partindo do princípio acompanhamos a história real, então trata-se de um híbrido documentário-ficcional, de um casal de atores-bailarinos do famoso cirque du soleil, que na véspera de uma turnê descobrem que estão grávidos. O termo usado “grávidos” não foi escrito à toa, pois, do inicio ( desde o teste de gravidez fazendo xixi na caixinha no banheiro de casa) até o nascimento do bebê, no caso da bebê, o marido tenta se mostrar presente na vida da sua esposa. Porém o ator tem de ir à turnê com o cirque du soleil para conseguir dinheiro para as despesas da gravidez, deixando a

Parceiras eternas

Parceiras eternas , da diretora estreante Suzanna Fogel, EUA, 2015. Quando somos acometidos a adentrar em uma sala escura de cinema, em regra geral, levamos conosco um principio de expectativa para que a obra mostre um viés social ou mesmo nos instigue a sair da sessão um pouco mais leve. Para alguns, filmes, e me incluo neste grupo, são uma espécie de sessão de auto-análise. Entretanto determinadas obras fílmicas não necessariamente carregam consigo tal tarefa de alardear ou nos remeter a esta referida auto-análise, e isto incluo às comédias também, pois nelas você não só consegue se aliviar das tensões da rotina, mas também se "ver" em determinados momentos do filme. Mas o nosso filme de hoje não levanta nenhuma dessas bandeiras, é puro entretenimento, e não estou me referindo a uma comédia, mas sim um drama. O filme começa com uma suposta briga de trânsito entre duas mulheres. Aos figurantes, que fazem a cena tudo parece ser real e assustador, correm daquela briga, que, qu

Haram

Haram , de Max Gaggino, Brasil, 2015. Premiado em Gramado pelo júri principal e em Salvador com uma menção honrosa, o curta baiano mostra a estória atípica, porém atual, de um casal palestino que se muda para Salvador fugindo da guerra em seu país. De inicio temos uma câmera móvel captando a estranheza das pessoas, sem montagem alguma, vendo aquele casal estranho em pleno relógio de São Pedro. A mulher com uma burca preta, originária da sua religião muçulmana, indumentária esta que chama ainda mais atenção sobre o casal surreal em pleno centro de uma Salvador quente e cheia. Em uma outra tomada temos um diálogo entre janelas da mulher muçulmana com uma garota que enxergam suas diferenças de uma forma cômica e sem preconceitos, forma esta que acontece pelo olhar de uma criança do outro lado do apartamento, um olhar ingênuo, mas não bobo. Poderia ser mais um dia em um país estranho na vida da mulher muçulmana, mas devido a sua vizinha infante a sua tarde fica mais confortável, e ela por

História de uma pena

História de uma pena , dirigido e roteirizado por Leonardo Mouramateus, Brasil, 2015. Com um viés puramente catártico o filme mostra a sala de aula de um professor de poesia sem pulso, e por este motivo, desmotivando seus alunos a aprenderem a disciplina. Todavia ainda assim o filme consegue levantar muitas questões, tais como: Qual o papel do ensino na formação artística? Qual o limite entre o aprender e o fazer? Sem sombras de dúvidas o filme desse virtuoso diretor cearense é um tratado sobre limites em vários sentidos. Por um lado, a trama circunda uma situação, sem nunca interferir ou expor o cerne dela. Por outro, a obra trabalha o limiar entre diversos campos limítrofes: cinema e literatura; professor e aluno; dentro e fora; ontem e hoje. Não a toa que Leonardo Mouramateus meio que se despede do cinema para estudar belas artes em Portugal, e o filme, dá várias “deixas” desse desejo pictórico do diretor, seja em sua fotografia, nos figurinos amplamente claros dos personagens, e pr