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Mostrando postagens de fevereiro, 2013

Cascalho

Para quem não conhece ainda Igatu na Chapada Diamantina no centro do estado da Bahia, não sabe o que perde. A cidade é nomeada como a machu pichu brasileira por ser coberta de pedras. Quem foi sabe que a beleza é extraordinária. Pois bem, a fita de 2008 que resenharemos tem como nome  Cascalho , onde esta é dirigida pelo Tuni Espinheira, que tem como cenário justamente a beleza agreste e ainda de poucos visitantes, e que continue assim por um bom tempo por sinal, de Igatu , Andaraí e suas redondezas na parte chapada diamantina "obscura", ou seja: sem propagandas turísticas e por isso preservada com seus encantos sobrenaturais, pois reza a lenda que Igatu é a única cidade do mundo onde o santo padroeiro do local é o dito cujo capeta ou o coisa ruim, como preferirem, de modo que a cidade tem a lenda de ser a cidadela das bruxas também. Tive a sorte de conhecê-la e é de fato encantadora justa e principalmente primeiro pelo seu clima misteriosos quando se chega lá e depois pel

Era uma vez eu, Verônica.

"Tudo está padronizado” Karina Buh. Com este trecho da canção da cantora que atua no longa do mesmo diretor de Cinema, Aspirinas e Urubus( Marcelo Gomes, Pernambuco, 2012 ), resume bem essa produção orgulhosamente nacional, que é :     Era uma vez eu, Verônica, com Hermila Guedes ( vencedora como melhor atriz em 2012 pelo papel no APCA- Associação paulista dos críticos de arte, um dos principais prêmios nacionais , senão o maior prêmio devido a seu seleto e especial júri ). A fita foi vencedora do festival de Brasília ano passado e com todo mérito, escreva-se de passagem. Com não poderia deixar de ser, o filme do Marcelo é de uma poesia com uma sensibilidade humana que fica difícil colocar em palavras aquilo que foi visto. As produções de Pernambuco estão um degrau acima das demais atualmente. Antes o Rio Grande do Sul dava as cartas no quesito criatividade, hoje mais não. Os poetas cineastas recifenses não tem medo de mostrar o homem como ele mesmo: com todas suas nuances, revi

A Hora Mais Escura

A Hora Mais Escura (Zero Dark Thirty ), Kathryn Bigelow , EUA, 2013; Certamente não logrará êxito como melhor filme domingo agora no Oscar e se logrará será única e exclusivamente por cunho político e não artístico. E de fato não logrou êxito deixando a estatueta de melhor filme para Argo que puxa ainda mais o saco da Casa Branca, visto que a primeira dama foi quem fez o comunicado do prêmio, acirrando mais ainda a relação entre os EUA e o Irã. Ademais a isso para quem gosta de estratégias de guerra, torturas e redes de inteligência (que por muitas estórias, não só essa, se tornam nada inteligentes), gostará da Hora Mais Escura. A fita tem a peculiaridade em esmigalhar o suposto plano de “inteligência” a fim da captura do principal inimigo estadunidense: Osama Bin Laden. Suposto sim: pois a estória contada é vista pela visão da terra do tio Sam ou do tio Satã, puxando enormemente “a sardinha” para o lado deles, de forma que a fita apesar de longa e detalhistica não pode ser classif

Os Miseráveis

Os Miseráveis , Tom Hooper, Reino Unido, 2013; É uma obra de pujança pela sua estória e de que como fora contada. Por música: sim, um musical que está deveras e justamente no pareo ao Oscar de melhor desse ano, ainda nesse mês de fevereiro. Por um pedaço de pão um homem é feito prisioneiro por muitos anos, quase duas décadas ou quase dois invernos como o seu protagonista prefere. Nesses invernos nada vindouros vem a descoberta do ódio e a desconfiança ( mas que isso, convicção ) de que Deus não existe,pois se existisse não permitiria que tal filho dele vivesse naquelas condições. Arrepiado é de ficar a atuação da atriz Anne Hathaway : ela se teletransporta genialmente para a época e deve abocanhar a estatueta de atriz coadjuvante se justiça for feita, e será porque além do mais ela é bem bonitinha. Ser homem ou ser santo: essa questão é respondida pelo sofrimento, assim como aquele de Jesus na cruz. Não existe outro meio de evolução humana que não seja penar por esse plano, e isso a

As aventuras de Tadeo em 3D

O ramo da animação cinematográfica vem ganhando cada vez mais espaços nas salas comerciais. Isso se deve ao fato da lógica procura para tal gênero, senão esse não se expandiria como acontece. Um falso conceito de que animação é coisa de criança a cada dia se desbota com produções pra lá de cabeças, com roteiros concisos e sofisticados. Toda essa introdução se deve para elogiar mais uma animação: As aventuras de Tadeo em 3D , Enrique Gato, Espanha, 2013; que é nada mais ou nada menos um plágio a idéia central dos filmes do Indiana Jones de Spielberg. Agora temos Tadeo: um ajudante de pedreiro que a se deparar com sua inesperada demissão do canteiro de obras, se aventura na jornada de ser arqueólogo viajando para nosso vizinho Peru a fim de achar uma pedra sagrada pelos Incas, pedra esta que é competido por um conglomerado grupo corrupto do ramo da arqueologia para fazer fortuna. Tadeo e seu simpático cãozinho sem perceber e por achar primeiro a tal pedra frustram a empresa afim e se met

Liv & Ingmar - Uma História de Amor

Liv & Ingmar - Uma História de Amor , de Dheeraj Akolkar ,2012, Reino Unido , Índia , Noruega ; É um documentário narrado ficcionalmente para nos contar a estória do romance entre a atriz norueguesa  Liv Ullmann   e um dos maiores cineastas de todos os tempos: o sueco Ingmar Bergman, cuja sua principal obra foi o filme O sétimo selo de 1956 em sua vasta filmografia . A fita é densa, pois aborda e adentra no mundo de cabeças privilegiadas pensantes, e como todo talento tem seus castigos, pois nada vem de graça no mundo, nem mesmo a inteligência, os dois sofrem tremendos e longos dramas existenciais. Os resultados dessas experiências involuntárias estão no filme do diretor e nas interpretações da atriz narrando seu romance com o falecido cineasta. Na medida em que a fita se desenrola um fato é colocado em xeque, fato este que ocasionou a separação do casal, que em dado momento Liv lê uma carta do cineasta. “ Liv, somos cúmplices de sermos diferentes, e nesse pensar e não pensar 

Precisamos Falar Sobre o Kevin.

Precisamos Falar Sobre o Kevin , de Lynne Ramsay , 2012, EUA , Reino Unido   Como nasce um mostro? Talvez pelo tratamento que dão a eles, comprovando que o homem nasce bom ( de caráter, natureza) e o meio o corrompe ( sociedade, pessoas, religiões ). Com esta pequena introdução temos a naturalidade e antes de tudo a imparcialidade para resenhar uma fita que mexe com valores humanos morais e principalmente a falta desses tais valores. O início da fita mostra uma mãe curtindo a famosa festa dos tomates em uma cidadezinha na Espanha, festa da qual acho um baita desperdício com tanta gente morrendo de fome na África , escreva-se de passagem. Pois bem: essa mãe curte a tal festa dos tomates e com muitas doses de tequila acaba ficando grávida de alguém que nem sabe quem foi, tamanha foram as aventuras naquele dia alcólico.Dessa bebedeira nasce involuntariamente um bebê sem pai e com uma mãe que realmente não estava afim desse ofício. Se cria então com esse ambiente materno hostil , um ga

A paixão traiçoeira

Quando se está apaixonado um sintoma é certo: a cegueira. Nos anos 2002 e 2003 me enrabichei por uma moça interiorana. Fora uma paixão acachapante de modo que todo mês pegava uma lotação para ir visitá-la em sua longuíssima cidade que ficava a sete horas de bus da capital baiana. Quando ela se mudou para Salvador foi morar na cidade baixa enquanto eu morava na cidade alta. Pegava meu carro recém presenteado por ter passado na faculdade e ia vê-la todas as noites num bairro suburbano. Os perigos do subúrbio, os olhares desaprovadores quando passeávamos no shopping por eu ser branco e ela negra, nada disso sucumbia a minha paixão avassaladora. Com o tempo fui me tornando mais morador suburbano do que qualquer outra coisa com direito a banhos de mar na praia do Cantagalo e a jogar bola no bairro do Uruguai. Tudo ia muito bem, estávamos felizes da vida e curtindo cada momento juntos. Porém como o tempo é sabedor das coisas, a relação foi-se desgastando com brigas infantis de ciúmes ou fal

A descoberta da verdadeira boca do estômago

Um homem sem estória é um homem sem identidade. Chegou a hora de uma estória doida, mas que deve ser revelada. O bairro do qual estou vivendo desde meus 3 anos de idade, ou seja, a vida toda com uma passada de hum ano morando em São Paulo-Capital; Entretanto nesse bairro soteropolitano me criei, aprendi e deixei de aprender muita coisa. O bairro fora feito na década de 1970 para abrigar os funcionários da Petrobras, ou seja, ficava próximo da sede da empresa. Stiep quer dizer algo como: sindicatos dos trabalhadores de petróleo. Nesse bairro aprendi a jogar bola com a galera da Boca do Rio, pegar onda ( em todos os sentidos ) e a dançar e namorar. Portanto é um bairro muito especial para mim, apesar de sua maioria ser composta de pais de famílias oriundos de trabalhadores braçais da Petrobrás, o que na época era o que a multinacional necessitava. Os meus melhores amigos tinha pai analfabeto, mas estudavam em escola particular e tinham tudo do bom e do melhor, mais do que eu inclusive.

A manga chupada

O dia era propício para uma praia: o céu estava azul, o sol brilhava intensamente e com bastante mormaço para variar. Alguns brothers já tinham voltado da praia e confirmaram que o mar estava liso, o vento era terao, enfim: um dia típico daqueles que chamamos na linguagem do surf como clássico. Um grande swell tinha entrado na terrinha e a alegria estava estampada no rosto dos “madrugadores das ondas” que logo quando amanhecia já estavam dentro d` água alvoroçados. Trata-se de uma galera mais velha com hábitos saudáveis como dormir e acordar cedo, se alimentar bem, se cuidar acima de tudo, pois sentem que a idade chega e esta não dá mole para ninguém. Como garoto cheio de adrenalina com meus 14 pra 15 anos que tinha quando olhei para os olhos dos coroas e os vi brilhando de uma forma que nunca tivera visto antes, percebi então que era mesmo um dia clássico de surf. Imediata foi, como não poderia deixar de ser, a minha vontade de pegar o caminho mais curto para chegar na praia e no pic

Um sábado inesquecível

Com a puberdade vêm as descobertas, às vezes boas e às vezes nem tanto. A estória que tenho hoje se encaixa nas nem tão boas assim, pois bem vamos a ela então. Tinha esse em vos escreve uns 16 ou 17 anos de idade, era um puta atleta já despontando como uma promessa no ramo futebolístico, mas especificamente no ramo de colocar a gorduchinha na rede, ou seja, como dizem aqui pelos lados do norte brasileiro: um brocador nato ou centroavante oportunista. Os babas ( peladas ou partidas de futebol ) com os garotos de minha idade já não era suficiente, estava além de meus colegas de idade em sentido de categoria futebolística e sempre dava uma maior confusão quando se era para escolher os times, sempre eu sendo disputado por vezes a tapas pelos capitães das equipes. Na medida que fui me alongando ou crescendo, fui me tornando cada vez mais veloz e habilidoso, modesta parte, visto que chutava com as duas pernas e cabeceava bem. Os babas dos amigos já não eram suficientes tanto pelo teor técn

João e Maria: Caçadores de Bruxas ou Hansel and Gretel: Witch Hunters

João e Maria: Caçadores de Bruxas ou Hansel and Gretel: Witch Hunters , EUA, Alemanha, 2013. Com a atual posição de maior bilheteria norte-americana a fita nos traz um conto de fadas e heróis ao avesso. Refiro-me a um João já crescido e uma Maria pra lá de atlética, com uma mira no arco e flecha: definitivamente para poucos. Eles depois de crescidos não se parecem em nada com os mesmos que aprendemos a conhecer e admirarmos quando também éramos pequenos. De crianças ingênuas os dois passam a serem jovens adultos caçadores de recompensas. Caçavam bruxas e por alguns motivos: primeiramente pela recompensa, ou seja, pela grana que na época era paga com moedas de ouro ou o próprio ouro maciço em tabletes. Sem querer contar o filme, mas somente antecipando alguns detalhes que não tirará a vontade da suposta ida ao cinema de quem queira, mas existia um outro fator ou objetivo para que os agora já descolados e porque não dizer sanguinários João e Maria gostarem e correrem ainda mais atrás de

O lado bom da vida

O lado bom da vida , David O. Russell, EUA, 2012. Por abordar um tema que ainda é tabu, que é a bipolaridade, a comédia dramática tem seus méritos não pela escolha desse tema, mas como este foi abordado e explorado. A fita é mais uma selecionada ao prêmio de melhor filme ao Oscar. Não sei se é pra tanto, e possivelmente não ganhará a estatueta, porém a estória como foi contada, essa sim vale alguns aplausos. De todas as críticas que li a respeito do filme: todas são unânimes em concordar que a pessoa depois de ver a fita sai mais leve do cinema, e isto é fato. O filme cativa porque apesar de termos todos os ingredientes para um filme pesado e triste assistimos justamente o contrário, ou seja, um cara com bipolaridade que com seu otimismo e disciplina consegue se redescobrir depois de uma traição da esposa quando o mesmo surta matando o amante e parando em um hospital psiquiátrico. De alta do manicômio o protagonista tem de começar do zero e provar para todos e para ele mesmo que é um s

Em uma manhã qualquer

Era alguma manhã de algum mês do ano de 2003 ou 2002 ou até quem sabe 2004. Faz algum tempo e não sou bom com datas, ao menos as pouco importantes. Porém cá estou vendo uma luta pela TV e tenho uma estória pra contar. Então, estava eu nessa manhã desse tal ano,indo fazer uma sauna para curar uma ressaca. Coisa da qual indico, pois tira as impurezas etílicas com bastante eficácia, ou seja, você fica pronto pra outra logo. Estava eu dentro da sauna me purificando ou anti-destilando quando abriu-se a pequena portinha metálica da sauna. Pois bem não estava sozinho, tinha companhia para o banho “saunal” embora não fizesse muita questão disso. Ok, gostaria de curar minha ressaca sozinho sem nenhuma respiração de terceiros e ainda mais que só poderia ser terceiros mesmo, não “terceiras”,pois a sauna era masculina. Então vá lá: como a fumaça era muito grande não dava pra ver quem era, então foda-se , quem queira que fosse estava pouco ligando e mal humorado também. Ficamos 30 minutos naquela