Tateio-me
Tateio-me,
de Lis Schwabacher, um filme selecionado para o festival de Praga/República Tcheca,
2021. Neste especifico curta, abrimos o texto de uma maneira incomum, o
chamando de experiência fílmica, não obra fílmica como de costume, devido à
característica peculiar do seu tema: a pandemia e o isolamento social. Formada
em artes cênicas, Lis faz da sua sala, um palco de poesia, expressões corporais,
e principalmente sentimentos. 137 dias de enclausura mento a faz perceber
ruídos que dantes ela não ouvira, e por vezes desconfortáveis, por sua situação
de solidão. Lis sugere, ou melhor, diz que o melhor que temos de fazer neste
momento é ouvir-nos: mergulhar pra dentro de nós mesmos, embora tal mergulho
seja extremamente perigoso, todavia nas circunstâncias atuais, nada pode ficar
pior. Entretanto o que Lis argumenta é extremamente o contrário ou quase isso:
que mergulhamos em nós mesmos, e isto com o direito ao “caos” que nos é cabido
e carregado, e a partir da experiência do sentir “você” na sua internalidade
integral, e então tatear-se, para não compreender o que está acontecendo
externamente, pois a pandemia não tem entendimento plausível algum, mas com a intenção
de se “robustar”, de ter mais casca para conseguir sobreviver, ou melhor, viver
de forma digna durante o período pandêmico. Sentir-se , tatear-se é perder-se,
para depois achar-se.
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