Fevereiros
Fevereiros, escrito, dirigido e produzido por Márcio Debellian, Brasil, 2018. O documentário investiga esse
ser instigante que é Maria Bethânia, e a fundo, em pleno ano ao qual a cantora
fora homenageada em 2016 na sua escola de samba: A Mangueira, entretanto para
que a homenagem se suceda temos que voltar ao inicio de tudo pra ela: Santo
Amaro da Purificação, no recôncavo baiano. Desde muita nova a artista entrara
ao mundo das batucadas do candomblé, e como não podia ser diferente, o filme
consome parte significativa de sua rodagem na relação da artista com sua
religião, esta mesma religião que também abocanharia boa parte do desfile
vencedor da Mangueira daquele ano, a verde e rosa. Todavia o doc. , bem
ensejado em muitos festivais de cinema nacionais e internacionais, não se
restringe pela questão espiritual e religiosa de Betânia, mas abrange também a sua
formação artística, e tratando-se desse quesito o seu maior incentivador e
referência era a sua alma gêmea, e ainda é, Caetano Veloso, seu irmão. Chega a
ser metafísico a semelhança dos irmãos ao ponto de um jornalista francês
realizar um ensaio defendendo a tese de que Caetano e Betânia seriam a mesma
pessoa. A semelhança de ambos gira em torno do enigmático, e se aumenta ainda
mais quando os dois alcançavam os seus vinte e poucos anos: a fala, o cabelo, o
discurso dos dois era idêntico, de modo que dá pra dizer que Betânia é o
Caetano mulher ou vice-versa. Sou ateu, porém quando vejo tamanha semelhança
começo a acreditar em reencarnação e outras cositas mais. No tocante ao documentário, fora a questão da
semelhança com Caetano, é bem fraco. Ou seja: tem que gostar muito da cantora
para embarcar nos mais de 90 minutos da obra.
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