The O.A.
The O. A., da NetFlix, 2016, EUA. Este será o meu presente de
natal para os vossos assíduos leitores. A série estreou na NetFlix em 15 de
dezembro e já uma das queridinhas do serviço de streaming sendo a líder de seu
segmento no período da sua estreia até hoje, e certamente essa liderança
perdurará até o fim de Janeiro, ao menos. Entretanto vamos primeiro aos
detalhes técnicos; trata-se de uma série composta de oito capítulos
constituídos por uma hora, hora e vinte cada um, sendo que um é fio condutor
para assistir o seguinte, de modo que a série cativa e é viciante mesmo. Pra
vocês terem uma ideia “matei” todos os oito episódios em um dia , começando de
manhã e acabando tarde da noite. Não é difícil ler e assistir dos cinéfilos críticos youtuber que a produção da obra seriada é feita pelo ator Brad Pit, isto não
é verdade. A produtora do ator é que fez a série e não necessariamente o ator hollywoodiano
colocou a mão na massa pra fazê-la. Detalhes técnicos colocados em letras à
parte, vamos agora a uma crítica geral e fresca ( já que acabei de ver ontem)
da nova queridinha da NetFlix. O primeiro episódio, que é também seu piloto, começa
com uma mulher tentando se jogar de uma ponte e logo após é internada e salva.
No hospital sabemos que trata-se de uma pessoa que tinha desaparecido há sete
anos atrás e era cega, e após sete anos ela volta enxergando. A polícia surge
tentando desvendar o caso mas a mulher não expõe muita coisa do seu passado e
somente com o passar dos capítulos é que ficamos familiarizados com o seu
passado e também presente. Já adianto aqui que é impossível escrever algo da
série sem spoiler algum, mas acredito que minhas linhas sejam mais incentivadores
que propriamente contadoras do que ocorre na série. Mas voltemos ao enredo: Já
no capítulo dois , e é importante salientar que todos os capítulos ocorrem de
forma simultânea no passado e no presente e logo explicarei o por quê; mas já
no capítulo dois conhecemos os cinco personagens, que de certo modo, ajudarão a
protagonista, que é também co-roteirista, a seguir seu destino pra lá de “cabuloso”.
Os quatro personagens são escolhidos de forma totalmente aleatória pela
internet através de um sinal da protagonista no episódio piloto , isto é, no
capítulo hum. Trata-se então de : uma
professora super humana e solitária; um adolescente-adulto brigão e socialmente
desequilibrado; um guri órfão de pai e mãe que só tem a irmã mais velha e esta
só vive fumando maconha com ele; um jovem super cérebro que tem dois filhos que
estava prestes a ganhar uma bolsa integral em uma prestigiada universidade no
estado do Michigan, e além disso tinha uma mãe bêbada “pé no saco”, quer dizer,
no saco dele. Estes quatro personagens totalmente diferentes um do outro são
convidados por nossa protagonista para ouvir sua história de vida e como ela
tinha voltado a enxergar, mas para chegar neste ponto eles teriam que ouvir a
estória toda dela. Como mencionado, é impossível não cometer spoilers, mas não
atrapalharão em assistir a série, assim espero. Pois bem, entra mais uma hora e
pouco do episódio três e começamos e saber da estória da misteriosa
protagonista: a moça era russa e teve uma experiência pós-morte ainda criança
no seu país de origem quando despenca para o lago de outra ponte quando o seu
ônibus-furgão a levava para a escola , assim como todos os filhos primogênitos dos
mafiosos russos do ramo de minérios. No acidente todos morrem e somente nossa
criancinha protagonista sobrevive quando tem um papo cabeça com uma espécie de
bruxa e anjo ao mesmo tempo; esta que salva sua vida, porém tira sua visão para
mantê-la viva. Ainda pequena a menina é enviada aos Estados Unidos para fugir
de outros atentados dos inimigos do seu pai, indo morar com sua tia em uma
cidade relativamente pequena. Lá a menina cega é criada pela tia até que alguns
anos depois é dada ou vendida a preço de banana para um casal relativamente
idoso. Esta era a nova menininha russa que não cansava em ter a esperança em
voltar a ver o seu pai, este que nessa altura já deveria estar morto pelos
outros gangsters russos no inicio da década de noventa do século passado. A
menina cresce com esta nova família de pai, mãe e sem irmãos, sendo dopada por
treze longos anos por ter pesadelos pra lá de bizarros , mas que estes teriam
toda a explicação no último capítulo da primeira temporada ada série. Os
pesadelos tinham a ver com a esperança em ver novamente seu pai e sua experiência
pós-morte ainda criança na Rússia. Os médicos diagnosticavam que tais sonhos “ruins”
seriam um início de esquizofrenia, já que crianças cegas tendem a ter muita
imaginação. Após esses treze anos de inúmeros remédios a moça agora fica
disposta a fugir da casa de seus pais adotivos para encontrar seu pai, e claro,
se livrar das drogas que lhe eram colocados boca adentro em sua escuridão
existencial, ao menos uma escuridão física já que era cega. A ficha cai que não
encontraria novamente seu pai em frente à estátua da liberdade quando foge para
Nova Iorque. Pergunto-me, mas porque logo nesse local de cartão postal
estadunidense? Certamente pela série ser norte-americana, mas isso não
interessa muito e temos que ser realistas e reconhecer que em matéria de entretenimento
eles são os melhores e ponto final. Como escrevi a série “brinca” com o tempo
presente físico que estamos vivendo e aborda muitas outras dimensões que não
sabemos que existe, e estas podem ser portas para dimensões em que a vida
poderia ser eterna em portais próximos ao planeta Saturno, por exemplo, mas isto
explicarei mais adiante. Pois bem, como a série é composta do passado e do
presente da nossa protagonista, os eventos mostram-na ora ela no presente
contando seus feitos e desfeitos no passado, assim como seu presente nas
sessões de análise com seu psicanalista ou em família com seus pais adotivos, e
claro, seus encontros com os quatro personagens citados anteriormente que foram
escolhidos pela internet, e que se encontravam toda noite em uma casa
abandonada para ouvir a sua história cada vez mais cativante. No quarto capítulo,
mais ou menos, somos avisados que os sete anos ausentes da protagonista foram
fruto de um sequestro quando a personagem tentava achar seu pai no metrô de
Nova Iorque tocando violino, mas na verdade seu som chamou seu sequestrador: um
médico que se interessava em pessoas que tiveram experiências de morte e
continuaram vivas. O médico a sequestra e a leva a uma mina grande abandonada,
lembrança da segunda guerra mundial. Lá era o cativeiro do nosso cientista que,
através de pessoas que tiveram essa experiência de pós-morte ( lá na mina antes
da cega chegar já existia outros cobaias presos em uma espécie de jaula, que
tiveram a mesma experiência que ela). Segundo ele, tais pessoas que já passaram
por isso teriam uma maior chance em ser útil para seus experimentos que se
consistiam em analisar o que se passava quando eles, as cobaias, estavam quase
morrendo, para descobrir a formula da vida eterna. Sei que escrevendo assim soa
estranho, mas a série tem essa pegada de tentar desvendar o pós-morte, isto é,
o que acontece depois da dita cuja, quais as dimensões possíveis para depois do
além, de fato tudo acaba? Estas perguntas são a chave mestra para que nosso
médico e cientista “maluco” tente por anos e anos, mais precisamente sete, a
formula da vida eterna. Mas não me esqueci que nossa protagonista era cega e
sete anos após volta a enxergar logo no capitulo piloto e primeiro da
interessante série. A volta da missão da protagonista acontece quando ela toma
uma porrada na cabeça quando tenta fugir do cativeiro e seu estado fica de
pós-morte, isto é, ela volta a reencontrar com aquela espécie de anjo e bruxa
que viu quando criança no seu primeiro acidente ainda na Rússia. O anjo ou a
bruxa diz: “ Agora você conhece o sofrimento: então você que ir ao encontro do
seu pai ou prefere voltar a vida agora enxergando?” A moça prontamente diz que
o pai teria que esperar um pouco mais no além e preferiria voltar a vida após
mais um experimento de vida pós-morte. É importantíssimo salientar os laços de amizade,
e até de amor incondicional, que os presos do cativeiro estabelecem entre si,
causando ao longo dos anos um elo tão grande e até inexplicável que todos os sequestrados
juntos formulam uma espécie de dança que faria as pessoas ressuscitarem ou
reviverem com a dança conhecida pelo nome de Os Cinco Elementos. Tal dança ou
energia naquele presídio em prol “da ciência” ou de experimentos que
futuramente nos proporcionassem a vida eterna, tinha também uma espécie de
poder sobrenatural de formar dimensões alternativas para que as pessoas
escolham em qual dimensão queira viver. Para ser mais específico, e isso na
medida do possível que a cabulosa série permite, a questão abordada aqui não é
somente tentar descobrir o que existe “ do outro lado”, mas também termos “ciência”
de que existe inúmeras realidades paralelas que a ciência apenas ainda engatinha
com a ajuda da física e química quântica. Na modesta opinião deste crítico que
já teve uma experiência de vida pós-morte em um banco de areia quando surfava
adolescente na praia de Jaguaribe em Salvador, e quando cansei de lutar contra
o afogamento uma mão me puxou pra cima e disse que ainda não era minha hora e então
revivi novamente; mas para este crítico muitas coisas da vidas paralelas e o
que vem depois do além ainda serão descobertas pela ciência. Certeza é que o Universo
é muito grande e nosso planeta é um grão de areia dentro dele, então é bem
possível que existam vidas paralelas em outras galáxias e planetas, como nos
filmes de Star Wars ou mais ou menos assim. Série bem produzida e que
certamente te deixará “boladão”; boas festas leitores nesta ou em outra
dimensão.
Comentários