O Táxi de Escher

O Táxi de Escher, de Aleksei Abib e Flavio Botelho, Brasil, 2015. O curta é ambicioso no sentido em colocar e até brincar com a capacidade de percepção do espectador; explico-lhes: A micro obra fílmica tem o sentido desconfigurado de roteiro, ou para ser mais específico ainda, o roteiro não obedece os fatos cronológicos das personagens. Trocando em miúdos: Existe idas e vindas dos personagens que por vezes podem comprometer a compreensão da mensagem final do curta metragem. Mas pelo que se percebe é que o diretor , no final das contas ou do filme, quer taxar uma pegadinha para quem assiste. O enredo é o seguinte: Um casal entra no mercado municipal de São Paulo, recém chegados de Buenos Aires. O homem mais astuto, vê uma carteira de bobeira e dá "um shiraya" nela. Ou seja, pega-a e sai correndo; e sua companheira, sem outra opção, corre atrás dele. Após a correria os dois se encontram do lado de fora do mercado e combinam de se encontrarem no outro quarteirão ao lado dentro de em um táxi.O homem chega no local combinado com sua cúmplice e fala ao taxista: " Para Buenos Aires, por favor". Em uma cena de total trascendentamento do diretor o taxista grita com o cara: " Para lá é, porque você mesmo não dirige esse carro velho e vai até lá, tome essa lata velha , ela é sua agora!" . O ladrão, achando que o taxista era policia por paranoia, sai do táxi e tenta pegar outro agora juntamente com sua mulher, pois antes queria dar um "vazari" na argentina também. Quando o casal entra no novo táxi, percebem que quem dirige o carro é o sujeito que fora roubado por eles, e por ironia o sujeito era argentino e estava indo para Buenos Aires também; então pergunta: " Porque Buenos Aires?". Isto é o suficiente para o casal abandonar o táxi deixando a carteira roubada no bando de trás. O sujeito então pega novamente sua carteira e insinua um sorriso de canto de boca, pensando: " Como foi fácil atrair esses caras para roubarem minha carteira e após dá um susto que se lembraram pelos restos das suas vidas". Não queira explicações plausíveis para a estória, pois o seu trunfo é permitir-se que nós embarquemos nessa trama inusitada que nos prende até o seu final.

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