Marcas da vida

Marcas da vida ( Sunlight Jr. No original ), dirigido e roteirizado por Laurie Collyer, com Naomi Watts e Matt Dillon, EUA, 2013. O filme é humano, emotivo, autentico e pesado; Mas não deixa de ser um retrato, meio diferente um pouco, das nossas relações atuais. O filme nos mostra a estória de um casal completamente normal, se pessoas de fato ditas como normais existissem realmente: Não: elas não existem, pois de perto ninguém é normal, como já diz o jargão popular. A peculiaridade do casal que dá corpo a obra fílmica, além de não serem normais obviamente, é de o homem ser um paraplégico por conta de um acidente de trabalho no ramo da construção civil, pedreiro mesmo, e este viver precariamente com o auxílio do governo por sua inaptabilidade para o trabalho, e para completar sua renda contava ainda com uns trocados da sua namorada: Uma típica estadunidense que não ligou para seus estudos e por isso trabalhava como caixa de uma loja de conveniências. Quando mencionei que o filme retrata nossas inquietações contemporâneas quis me referir à situação financeira onde estamos sempre correndo para nos sustentar, e com o casal do filme não é diferente; Trocando em miúdos o filme tem como assunto norteador a sobrevivência financeira, afetiva, psica e emocional do casal, onde só uma pessoa trabalhava e a outra vivia como podia até que determinado dia a única fonte de renda do casal acabara, ou seja, a mulher fora despedida do caixa da loja de conveniências, e sem dinheiro para pagar o aluguel o casal é despejado e obrigado a morar com a mãe da caixa. Residência esta bancada pelo ex-namorado da mulher, interpretada por Naomi Watts, e ainda apaixonado por ela. O sustento do seu ex-companheiro vinha de pequenos negócios ilícitos no ramo das drogas sintéticas. Se o filme é duro? Sim, de fato é, todavia também é real e até visceral, principalmente quando o casal tem de submeter-se a ser bancado pelo traficantizinho. Com um roteiro super-redondo e encaixado e atuações conviventes dos seus dois principais personagens o filme convence e nos consegue mostrar que “a América” pode ser O sonho ou O inferno, e o filme foca na segunda opção mencionada com méritos.

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