O Doador de Memórias

O Doador de Memórias , de Phillip Noyce , EUA, 2014.O enredo da ficção cientifica é a seguinte: Uma pequena comunidade vive em um mundo aparentemente ideal, sem doenças nem guerras, mas também sem sentimentos. Uma pessoa é encarregada a armazenar estas memórias, de forma a poupar os demais habitantes do sofrimento e também guiá-los com sua sabedoria. De tempos em tempos esta tarefa muda de mãos e agora cabe ao jovem Jonas (Brenton Thwaites), que precisa passar por um duro treinamento para provar que é digno da responsabilidade. Em pleno ano de 2014, a adaptação literária sobre um adolescente lutando contra um governo totalitário necessariamente desperta comparações com outros filmes, tais como: Jogos Vorazes e Divergente, e O Doador de Memórias tem sofrido críticas por não possuir tanta ação ou quase nenhuma e não seria nenhum exagero se taxarmos como uma obra monótona e ainda por cima em preto e branco em sua maior parte, fato este que dá mais “marasmo” ao assistimento da obra. Todavia o filme tem o mérito por não ter tantas cenas de romance. Afirmaria que a trama do livro “ O Doador”, de Lois Lowry , e não necessariamente o filme, está muito mais próxima da literatura de “1984” e do “Admirável Mundo Novo” do que das tramas pop e rápidas concebidas para nova geração. Mais uma vez enfatizando o romance e as cenas de ação, o filme deixa bem a desejar, pois praticamente não existe cenas com tais características, fato este que prejudica e abala qualquer obra fílmica no sentido de não seduzir seu espectador; Seria a mesma coisa de assistirmos a uma novela sem um casal feliz ou sem um vilão, por exemplo.Tratando a obra fílmica nesse sentido de falta de elementos que seduzam as pessoas , podemos caracterizar O Doador de Memórias como um filme que tem uma idéia bacana, revolucionária até, porém falta-lhe pulso do seu diretor para que a obra se torna mais agradável, mesmo que tal obra apresente aspirações filosóficas densas, abordando o papel do Estado na sociedade de uma certa maneira como um acalanto ou proteção do indivíduo contra si mesmo, ou seja, contra a sua própria natureza destrutiva. Claramente, o filme tem intenções nobres, e jamais este se torna um nebuloso debate de idéias, mas sem dúvidas o seu maior êxito está em enxergar seus personagens centrais com um excêntrico respeito, ou seja, Na ficção científica não existem vilões tradicionais, existem apenas seres que tomam decisões questionáveis, do ponto de vista de um estado totalitário ou de um “Chavismo Venezuelano”, por exemplo, por justamente acreditarem que tal governo totalitário não seria a melhor escolha para essa sociedade futurista do nosso planeta Terra em um tempo não muito distante do que vivemos.

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