Elefante Branco

Elefante Branco, de Pablo Trapero, Argentina/Espanha, 2012. Se achas que as favelas do Rio de Janeiro e São Paulo são barras-pesadas, és porque não conhecestes ainda as favelas paraguaias e este filme mostra exatamente isso com a adesão ao lado ruim dessas favelas, que é o seu tráfico de drogas. A história é a seguinte: Um padre Belga e outro argentino adentram na favela mais casca grossa das redondezas da capital do Paraguai, Assunção, a fim de evangelizar os moradores para a “santa” igreja católica. Todavia antes disso, ou seja, da chegada dos padres, um desses tinha um passado covarde com outra favela casca grossa na própria América do Sul, porém em outro país. O tal padre belga vê seus principais ajudantes de quermesse ser assassinados por bandidos das redondezas, e se esconde para fugir da morte. Este trauma segue o padre em todo o filme, tendo as suas piores conseqüências em sua parte final. Fato é que os padres adentram na favela paraguaia e começam a se envolver em problemas pessoais dos moradores, causando assim um mal - estar danado entre as facções de drogas da favela. O resultado é o esperado, ou seja, mais cedo ou tarde as facções acabam por se encontrarem e se digladiarem em busca de território ou vingança de membros mortos em batalha. Os padres, mas que envolvidos na situação acabam por esquecer suas missões evangelizadoras e adotam uma política de proteger seus supostos amigos, estes envolvidos no tráfico ou não. E o bonito do filme é exatamente isto, a atitude dos padres padronizados pela igreja católica se “despadronizarem” para buscar um lado na guerra do tráfico na favela paraguaia. Escolha esta que lhes trazem algumas conseqüências fortes, afinal guerra é guerra; quando se escolhe um lado tem-se de matar e morrer por ele. No tocante a atuações o ator argentino Ricardo Darin mais uma vez dá show e de certa forma carrega a fita com a interpretação de um padre autoritário e carismático. No mais temos um elenco e roteiro razoáveis que tem como trunfo principal de mostrar as outras favelas sul-americanas não tão conhecidas, mas tão ou mais violentas que as já conhecidas do Rio e Sampa no cinema. Mais uma aula do cinema argentino para o nosso pomposo cinema nacional, mostrando que até em temas como: Favelas, desigualdade social, tráfico de drogas e corrupção; Nossos hermanos portenhos são melhores que nós em se tratando de sétima arte. Tomara que não cheguem ao pico no futebol também, caso isso acontecesse em pleno solo Brasilis, seria o fim da picada.

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