Jorge Mautner – “ O Filho do Holocausto”

Jorge Mautner – “ O Filho do Holocausto”, Pedro Bial, Brasil,2013. Para ser sincero sinto ojeriza pelo Pedro Bial, a sua cara representa a nefasta e cruel rede Globo, empresa onde trabalha. Essa multinacional das telecomunicações “odiotiza” toda uma nação e o Bial, juntamente com o mala do Galvão Bueno nos esportes, são os principais porta-vozes desta empresa que prega a enganação com a não informação ou a informação destoada/distorcida da verdade. Todavia tem-se de ressalvar a única coisa boa que este individuo fez em sua hipócrita vida, que foi justamente esta película. A fita que é uma biografia do cantor Jorge Mautner, conta nos mínimos detalhes como uma pessoa que já nasce com uma predisposição para ser artista e com o passar do tempo e das experiências vividas acaba se tornando um dos maiores artistas brasileiros, liderando inclusive um dos movimentos culturais mais importantes do Brasil: O tropicalista antropofágico da música brasileira nos anos 1960 e 1970, juntamente com outros artistas como Tom Zé, Caetano Veloso e Gilberto Gil, entre outros. O filme é bacana porque é seco e simples: não existem rodeios nem perdas de tempo narradas nas estórias de vida do músico em questão. Tudo é falado na “lata”, e de uma compreensão rápida, de modo que com esse ritmo o filme se torna de certa maneira um entretenimento agradável e até raro nas cinebiografias nacionais, pois entendemos sem firulas o que um artista tem de passar para tornar-se um de fato influente e importante para o cenário cultural. Em certo trecho Mautner narra seu primeiro “despautério” perante a sociedade. Certa vez com uns oito anos ele assistia com um amigo o jogo do Corinthians, seu time de coração, contra o São Paulo. Com seu time perdendo e seu amigo gozando sua cara, Jorge Mautner não agüenta tamanho desrespeito e apunhala na barriga seu amigo são- paulino com seu canivete suíço que sempre guardava no bolso. Segundo Jorge depois do ocorrido ele nunca mais veria o amigo de infância, por questões óbvias. O filme ainda conta com a bela participação de sua filha e diretora de novelas da Globo: Amora Mautner. A filha conta como foi importante a criação que teve deste pai “maluco”, sempre a incentivando a ler ao invés de ver televisão. Outro relato interessante narrado por ela era quando o músico ia pegá-la na escola apenas de sunga molhado ainda da praia, enquanto os outros pais engravatados chegavam. Esta lembrança, junto com outras tantas por ser criada por um pai artista e tendo ainda por cima avós que passaram pela câmera de gás nos campos de concentração nazista, custastes à filha há algumas décadas de análise. Todavia Amora não tem dúvida em declarar que apesar de tudo não teria com ter tido um pai melhor que Jorge Mautner. Apesar das histórias fortes do cantor e de seus próximos, o filme é surpreendentemente leve, bom e agradável de ver. Com um filme bem feito o Pedro Bial acertou dessa vez, embora seja ele sendo quem o é.

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