Balada de um Homem Comum

Balada de um Homem Comum, dirigido e roteirizado pelos irmãos Joel e Ethan Coen, EUA, 2014. Assim como no futebol, no cinema também existe uma hierarquia. Filmes de certos diretores, somente pelo fato de serem feitos por esses “medalhões”, tem-se já por si só uma certa expectativa e aceitação de público e crítica especializada. Este introdução serve para apresentarmos o mais novo filme dos irmão Coen, que por sinal tece duas indicações ao Oscar esse ano, porém não levando nenhuma. Inside Llewyn Davis , no seu título original, nos conta uma estória de um músico comum; É importante salientar e até de certa maneira ser repetitivo, que não se tratava de nenhum gênio da música como Bob Dylan, entretanto era um cara esforçado que colocava sua viola e não tinha medo de trabalho. O filme permite que nos refletirmos a respeito de dons de vida; o protagonista logicamente não era nenhum “fora de série”, mas se a música o escolheu ( ou ao menos ele entendia isso), porque não sorrir para a arte de volta? A história em si do músico batalhador e um tanto quanto excêntrico de fato não tem muito sorrisos. O filme é ambientado em um rigoroso inverno norte-americano onde nosso protagonista vive de favor dormindo em um sofá na casa de outros amigos músicos e ganha a vida tocando em pequenos bares ou ruas próximas a estações de metrô das redondezas seu estilo de música preferido: o Folk ( uma vertente do Jaz que tem como principal nome Bob Dylan) na nevoada cidade de Nova York de 1961. Sem muita oportunidade e totalmente por acaso, certo dia nosso músico relapso, como todas as noites do seu final de expediente, pedia carona para voltar para o seu sofá da casa de amigos, porém um dia ele consegue uma carona diferente com dois cidadãos bastante estranho que estava indo para Chicago. Como nosso músico sem muito talento ou pouco compreendido não tinha nada a perder, aceita a carona a entra no carro rumo a Chicago em uma viagem de alguns dias ( nessa cena da viagem conseguimos distinguir de fato trata-se de um filme dos irmãos Coen , e não filmes de diretores quaisquer, daí a comparação com hierarquia do futebol no inicio do texto, ou seja, nesta determinada cena da viagem de carro vemos tipo uma marca registrada do filme, a mesma coisa que uma assinatura pessoal que só uma pessoa a faz daquele jeito, e aí se enxerga nitidamente a genialidade dos Cohen em sua nova obra com seu carimbo de qualidade que poucos cineastas têm). Todavia voltemos à história do filme e comentemos um pouco mais dessa viagem rumo a Chicago de Nova York. A viagem é quase toda calada, onde no final foi que o músico viajava com gangsteres, mas como ele doidão logo se esqueceu do risco que correu com aqueles “silêncios gritantes” durante o trajeto. Chegando a Chicago são e salvo o músico compra um jornal e vê que está rolando um concurso musical para formar uma nova banda. Ele prontamente toma um café para espantar a “friaca” e se dirige ao teste que podia lhe um emprego em uma banda com patrocínio de uma boa gravadora para época. Como mencionamos não se tratava de nenhum Bob Dylan o tal musico peregrino, mas também ele tinha seu valor, seu suingue e ritmo. Entretanto sua tal carga suinguística de Folk não agrada e ele perde no teste tendo que voltar para Nova York sem grana e com uma decepção que só os artistas podem imaginar, pois tinha certeza que passaria no teste e entraria na nova banda. Trata-se de um filme bonito, primeiro por ser dos irmãos Coen, e em segundo lugar porque conta uma história de uma pessoa totalmente comum, desprovida de nenhum Q.I. elevado, assim como são a maioria das pessoas do mundo, e talvez por esses fatores o filme se torne tão agradável e cativante de assistir.

Comentários

RitaKBarreto disse…
Muito legal, Diogo Barreto Berni!
RitaKBarreto disse…
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