Trem noturno para Lisboa

Trem noturno para Lisboa, de Bille August, Alemanha, 2013. Como um filme adaptado através de uma obra literária portuguesa quer fazer sucesso sendo falado em língua inglesa e ainda por cima em uma determinada data importante, a revolução dos Cravos de 1974, para o país lusitano? Poderia enrolar e só escrever que o filme é péssimo somente no final da resenha, mas é que fiquei intrigado com tamanha burrice das pessoas que fizeram o filme. Até um cego enxergaria que esse filme tinha que ser narrado em língua portuguesa, com certeza. Por esse desvio de idioma a obra cinematográfica se compromete totalmente e por mais que seus atores tentem salvar o filme, este não se sustenta pelo diretor investir em uma carga dramática excessiva em seu protagonista, um professor universitário solitário que vai a busca de um místico livro por trens rodando a Europa até chegar a Portugal ( que fica na Europa também ). Na verdade o diretor dinamarquês Bille August quis dar essa carga dramática ao professor porque no livro acontece exatamente isso: um professor em crise existencial e depressiva que busca algo para mudar sua vidinha sem graça. Eis que surge o tal livro mágico na mão de uma garota que estava prestes a suicidar-se com o livro na mão em uma ponte de Viena, capital da Áustria, onde o professor lecionava na melhor universidade da cidade. O professor então salva essa garota, que após desaparece do filme, e esta garota conta a história do livro, e porquausa deste livro a garota quis se matar tamanho o poder desse tal livro. Quando o professor sabe da história, ele pira de vez e vai atrás dos personagens do livro até chegar a Portugal, como já fora mencionado. Como já mencionamos também, tínhamos um protagonista descontente com sua vida e angustiado pela história do misterioso livro, assim como era o personagem principal escrito pelo francês Pascal Mercier em sua obra literária de titulo homônimo.Todavia isso é principal problema do filme e por isso o classifiquei como fraquinho, por o diretor dinamarquês Bille August insistir em colocar em cena um ator igual a da obra literária, e é aí que não dá certo, pois certas emoções são intransponíveis de um livro para a tela grande. Como diria Gil: “Cada macaco no seu galho”, entretanto parece que certos diretores não conseguem entender isso, paciência.

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