Tatuagem

Tatuagem , Hilton Lacerda, Brasil, 2013. Se a pretensão do filme foi colocar uma pulga atrás da orelha a quem vê e questionar nossos valores: a fita acerta em cheio e fica nesse sentido merecedora como a principal vencedora dos principais festivais brasileiros ganhando como melhor filme esse ano ( PE, SP, RJ,BA, Brasília e Gramado ). Porém não por esse principal sentido do filme, que é o de chocar o pré-estabelecido e não segui-lo, o filme fica demasiado autoral de seu diretor e roteirista. Fica nítido que estamos conferindo uma visão radical de rompimentos, principalmente no que tange a questão da arte sem limites, ou seja, quem faz teatro não pode fazer música ou circo, etc. O renomado roteirista dos filmes do Cláudio Assis, que agora estreia seu primeiro longa com grande sucesso da critica especializada e parece que nem tanto de público ( infelizmente nosso povo não tem educação para apreciar tal filme ), consegue colocar numa mesma estória tudo que existe de utópico e bonito ( arte, amizade, liberdade e felicidade infinita ). Ainda não vi uma critica negativa do filme papador de prêmios nacionais deste ano, e parece que não merece mesmo critica negativa nenhuma, pois apesar do filme ser quase uma exorcização de Hilton Lacerda, ou seja, um cuspe que ele tinha e queria jogar pra fora. E tal cuspe, muitos compactuam, e Hilton meio que representa uma gama de pessoas descontentes com as convenções socioculturais atuais. Sem dúvida é um puta filmaço com um tom contestatório profundo e que bate em praticamente em todos os valores morais que estamos acostumados a conviver. Como disse o próprio diretor: “Esse filme não veio pra levantar bandeiras do que é certo ou errado, o que é bom ou ruim, o que é correto ou incorreto. O principal papel do filme é debater a onde nós estamos indo e de que forma isso acontece”. Um filme que fica em você por um longo tempo ( e que bom que é assim ), e sem dúvida alguma é o melhor filme nacional do ano.

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