Uma garrafa no mar de Gaza(Une Bouteille à la Mer)
Nada
fácil é resenhar sobre um conflito que se passa ao longo das últimas décadas por
questões religiosas e políticas. Sobre as questões políticas isso se torna de
forma macro, visto que temos os EUA apoiando um dos lados. Refiro-me ao que
parece inacabável conflito de terras entre Israel e Palestina no filme Uma garrafa no mar de Gaza(Une
Bouteille à la Mer), Thierry Binisti, França, 2011. Apesar de seus
personagens centrais serem juvenis e até mesmo por isso talvez explique o
conflito com um certo distanciamento raivoso que dá o tom em outras produções
que pretenderam falar sobre o tema. De um lado uma Israelense criada em Paris que
quando volta para morar em sua cidade natal, Tel-aviv, vê alguns dos seus parentes serem
mortos por homens-bomba da outra faixa de Gaza. E por outro lado temos um homem
que respeita, mas não tão a "regra" tudo o que a religião muçulmana, embora
não gostasse de judeus, bem como quase todo muçulmano não goste por razões óbivas. A história começa no mar de Gaza em
margem israelita onde o irmão, que era um soldado de Israel, da personagem
central feminina joga uma garrafa com uma carta dentro ( escrita pela menina israelense e judia ) para que essa se vá ao
outro lado da margem do mar de gaza, ou seja, da Palestina. O outro personagem
central da história, o palestino, encontra a tal garrafa com amigos, e ele por
ser o único, a saber, ler inglês fica com a carta a vai se correspondendo com a
israelense. A carta continha apenas uma pergunta: “Porque vocês se explodem e
matam tanta gente aqui em meu país?”. Através da pergunta adentramos nas
facetas do conflito, do porque ambas as partes agem assim e como dificilmente
isso mudaria. Nessa troca de e-mails o palestino começa a estudar francês,
estudo esse que gera conflito em sua família por não aceitar que ele vá
conhecer Paris para encontrar agora a sua amiga judia. De uma maneira peculiar
o casal lembra Romeu e Julieta. O desfecho do filme nos mostra que este longínquo
conflito de interesses e terras está longe de terminar, mas que pode ser
compreendido mais agradavelmente.
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