O mar e suas manhas.

Não sou pescador, mas por morar em frente a praia, a freqüento diariamente. Quando tenho a sorte de assistir a programas de TV a cabo de surfistas de ondas grandes, geralmente me pegunto: “ como esses caras conseguem descer essas ondas?”. Eles respondem: “ com o tempo e a assiduidade em água a proporção do perigo se torna menor do que as pessoas pensam pelos tamanhos das ondas, a pessoa acaba pegando a manha e o psicológico não se amendrota tanto assim”. De fato é verdade: quando se fica muito tempo no mar, este fica seu “amigo”, mesmo sabendo que este é uma força da natureza traiçoeira e por isso deve ser respeitada sempre. Hoje vou à praia para tirar a “zica” que só um banho de mar tira, é quase como uma religião pra mim tomar um banho de mar e dar umas braçadas diariamente, assim como crentes vão a seus cultos ou católicos vão as missas. Fato é que o mar tem uma energia que tem o poder de revalidar sua força interior e física também. Porém para isso é necessário que a pessoa tenha uma afinidade natural com o mar para que então  depois o veja, não como um monstro por seu tamanho e força, mas como “ um ser familiar”, conhecível e na medida do possível altamente confiável. É como os surfistas de ondas grandes falam: Você acaba pegando a manha, e viver com “zica”: ninguém merece.

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