O broche metaleiro


Não sou o tipo de pessoa nostálgica que guarda objetos materiais, talvez somente as coisas imateriais, que no fim das contas são as únicas que valem. Mas tem um broche da banda Sepultura que tenho comigo desde meus 15 anos, ou seja, há 20 anos está comigo este suvenir que fora trocado por uma camiseta dessa própria banda quando descobri o som do metal e do punk rock. Está comigo esse broche por mera e pura sorte visto que só fui achá-lo depois de alguns anos atrás remexendo em coisas antigas. Então de fato não me ligo muito nisso de guardar coisas. Quando acabo de ler um livro ou ver um DVD e alguém pede emprestado prontamente entrego e sem cobrar muito a volta, pois já conferi o que tinha nele e que se passe para o maior número de pessoas possíveis, pois pra mim livros, roupas, DVDs entre outras supérfluas coisas foram feitas para circular mesmo. Porém sobre o broche do Sepultura não rolava de emprestar, vender ou dar. Fora uma época de começar a pegar onda, calçar coturnos, pichar alguns banheiros escolares e furar a orelha esquerda, pois quem furasse a direita era considerado veado e não metaleiro. E o tal broche simbolizava essa descoberta do mundo do rock pesado, do ser dono do nariz ( mesmo não sendo ), ou seja aos 15 anos , de criança virei machinho cheio de roupas pretas e coturnos longos de solados aterrorizadores. Com meu novo visual à moda grunge influenciado pelo Kurt Kobain e Nivarna junto com Sepultura, Ratos de porão e Garotos podres, adentrei-me no meu curso de quinta série ginasial cheio de certezas juvenis. De cara fui apresentado às matérias: biologia, química e física. Não gostei da Biologia. No primário tínhamos Ciências que de certa forma era essas 3 juntas. Pois bem, fato é que além de não gostar dos assuntos da matéria de biologia, não ia com a cara do professor também pelo fato de chutar com meu super coturno a carteira de um colega e este revidar e dando fim a uma aula da matéria e início a uma briga que logo depois viemos a nos tornar grandes amigos ( o famoso pichador Fábio Seqüela, do Drummond do Rio vermelho em Salvador, que infelizmente já não está entre nós por envolvimento com drogas e seu tráfico ). Fato é que depois do acontecido aturei o professor até o fim do ano com inúmeras discussões com dedo em riste por ambas as partes, porém passando em sua matéria e de ano e prontamente me mudando para o colégio Drummond mais próximo e único, que era o do bairro da Pituba. O não entender e conseqüentemente não gostar da biologia se resistia com o passar das séries e anos e fato é que no meu segundo ano colegial acabei perdendo a matéria e de ano juntamente com outra materia que odiava também: que era o inglês.
Para me formar recorri a um colégio que aceitasse alunos que tinham perdido em 2 matérias para fazer a famosa dependência do ano anterior. Pois bem, a fiz e passei no 2 e 3 ano colegial em um ano só e já prestando vestibular nesse mesmo ano, que era 1996 para educação física. Hoje voltei mexendo em coisas antigas e dei de cara com o lendário broche ( que hoje não tem mais esse nome, não sei nome que se dá hoje ou se ainda usam ), mas quero guardá-lo como recordação para um filho, pois afinal de contas fora a única coisa que me lembro de ter guardado por tanto tempo, e ademais ainda curto o Sepultura.

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