Barbara

Barbara, dirigido e roteirizado por Christian Petzold, Alemanha, 2013, premiado como melhor filme e direção pelo júri no sexagésimo segundo festival de Wettbewerb ( o principal festival de cinema independente da Alemanha, o “ Sundance alemão” ), poderia muito bem ter outro título: Barbaridade, tamanho seu grau de “sequidão” por nada parecer claro, entregue com um roteiro redondo com conclusões precipitadas e/ou antecipadas. Estamos em uma cidade pequena do lado oriental da Alemanha comunista. De lá acompanhamos a pouco explicativa estória da sua protagonista: uma médica que se mudou obrigatoriamente porquausa do regime a fim de não fugir do país oriental e comunista da época. Os personagens assim como sua protagonista têm um ar sempre misterioso, tudo é bastante pouco diluído para quem assiste absorva quais as pretensões verdadeiras dessa médica promíscua e enigmática. O que se dá para perceber ou intuir é que ela é perseguida e controlada pelo governo, ainda que não esteja desobedecendo às leis comunistas. No filme tudo é torto: as relações que a médica faz em seu trabalho com outros companheiros de trabalho médicos no centro de pediatria intensiva, a sua relação com enigmática com outro médico, relação esta que ficamos na dúvida se o tal médico a flerta com ela ou é um agente do governo disfarçado. Um filme que tenta e consegue transpor o sentimento do que é viver sob um regime comunista, mas que não obtém sucesso na clareza das idéias do seu roteiro talvez pelo fato de não perder a essência fria germânica, porém frieza tem limites, ao menos em se tratando de filmes, senão como entendê-los?

De qualquer forma ou falta dela de seu roteiro nada explicativo e confuso por vezes, o filme tem a marca registrada germânica de obras meticulosamente engendradas em seus detalhes e diálogos secos entre seus personagens que em momento algum conseguem sorrir. Fato é que esse é o jeito alemão de fazer cinema e devemos respeitá-los, pois de certa forma senão explica o comportamento e a cultura do seu povo, ao menos tenta fazer isso; Não é a toa que o alemão é tido como o povo mais sem graça do mundo.

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