A luz do Tom

A luz do Tom, Nelson Pereira dos Santos, Brasileiríssimo, 2013; No elenco com as três mulheres de sua vida: Ana Lontra Jobim, Helena Jobim e Thereza Hermanny. Meticulosa e agradavelmente o documentário sobre o lendário músico brasileiro Tom Jobim, o aborda de uma leveza com uma qualidade em seu roteiro que os seus noventas minutos de projeção passassem rapidamente, bem mais rápido do que deveria. O filme é agradável, pois sempre tem um clima positivo em relação às lembranças do músico, sem qualquer tipo de forçagem de barra para a nostalgia. Inicialmente narrada por sua irmã e a posteriori por suas duas esposas o documentário é rico em detalhes que de fato agregam valor a pessoa do artista contando suas vivencias de sabores e dissabores de ser um gênio da música brasileira, e já ter nascido assim com essa missão ou dom. A fotografia do filme é belíssima e mostra muitas cenas de água, sejam estas paradas em um lago ou se escorrendo entre cachoeiras ou rios corridos. Com tantas imagens de H 2 0 remetir-me a uma das suas mais bonitas canções que é “águas de março”, onde esta fora feita de uma maneira tão peculiar, prosaica e simples que fica impossível não comparar com a natureza boêmia de Tom Jobim. Pelo enredo e como este foi contado pela sua irmã e suas duas esposas, o filme é agradabilíssimo de ver. Parece que estamos presenciando uma boa conversa entre amigos próximos nossos pela informalidade de como as estórias são contadas pelas principais mulheres da vida do músico. As noites regadas a chopes e uísques com seu principal parceiro e compadre Vinicius de Moraes as composições inesquecíveis feitas com ele, e depois o “ rompimento” dos dois por motivos de distancia e também por ciúmes do Toquinho com o Vinicius, visto que Vinicius viera morar na Bahia e ele com sua segunda esposa e seus dois filhos nos EUA. A posteriori vieram às parcerias com a Miúcha e Chico Buarque fazendo co que mais canções belas fossem escritas e cantadas. O documentário de caráter e roteiro informal pode ser resumido em uma frase em que a tia do Tom falara quando este ainda era criançinha e ficava a ver o quintal da sua casa sozinho em seus pensamentos: “ Queria sentir o que o Tom sente “. A luz do Tom realmente nos faz com que saímos da sessão com mais luz: principalmente luz interior para nossas vidas: Uma verdadeira obra “colírio para nossos olhos”.

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