Cascalho


Para quem não conhece ainda Igatu na Chapada Diamantina no centro do estado da Bahia, não sabe o que perde. A cidade é nomeada como a machu pichu brasileira por ser coberta de pedras. Quem foi sabe que a beleza é extraordinária. Pois bem, a fita de 2008 que resenharemos tem como nome Cascalho , onde esta é dirigida pelo Tuni Espinheira, que tem como cenário justamente a beleza agreste e ainda de poucos visitantes, e que continue assim por um bom tempo por sinal, de Igatu , Andaraí e suas redondezas na parte chapada diamantina "obscura", ou seja: sem propagandas turísticas e por isso preservada com seus encantos sobrenaturais, pois reza a lenda que Igatu é a única cidade do mundo onde o santo padroeiro do local é o dito cujo capeta ou o coisa ruim, como preferirem, de modo que a cidade tem a lenda de ser a cidadela das bruxas também. Tive a sorte de conhecê-la e é de fato encantadora justa e principalmente primeiro pelo seu clima misteriosos quando se chega lá e depois pelos mistérios de suas lendas de capeta e bruxas, além de sua exuberante e exótica beleza incomum. Porém não podemos esquecer de resenhar e deixar os encatos de sua fotografia por um tempo.A fita é encabeçada no elenco por dinossauros do teatro brasileiro , como : Othon Bastos, fazendo papel do coronel mais poderosos e ladrão da região e seu cúmplice Haroldo Deda: famosa lenda do teatro baiano. O enredo da estória é simples , porém bonito como é a sua puta fotografia da chapada diamantina; Conta-se a estória do tempo que existia por lá diamantes preciosos. Dessa forma ou por esse motivo uma grande demanda de  garimpeiros "se alistaram" por aquelas hostis localidades de coronéis donos das terras, afim das pedras preciosas submetidos ao clima inóspito meticuloso, miserável e escaldantente pelo seu sol a pino. A estória é de época e se passa no sec. XVII na seca nordestina, onde surpreendentemente tomei conhecimento que um dos vários garipeiros que se aventuraram por aquelas bandas era o meu bisavõ materno, onde reza a lenda e as resenhas , que era um lunático por achar essas pedras preciosas, largando minha bisavô com uma caralhada de filhos para se virar "Deus sabe como" . Por ser uma produção de época gravada em 2008 o cineasta baiano Tuni Espinheira fez mais que um filme raro contando a estória de uma região do seu estado, fez uma homenagem as suas raízes. E o mais importante que essa homenagem fora feita de forma totalmente independente de idéias e patrocínios ou falta deles, o que legitima e abrilhanta ainda mais a sua obra. Sinto-me na missão de sempre levantar a bandeira do cinema nacional independente pelo simples porém convicto motivo de que os melhores filmes produzidos estão nesse nicho marginal onde a liberdade de expressão é mais permitida e por isso saem filmes bem mais interessantes de se ver do que a maioria. E acresento mais: os filmes independentes são os mais completos no sentido intectuale humano aqui ou em qualquer outro país, pois filmes independentes em sua essência e maioria são e sempre serão os que tem algo a contar com teor mais contestador, contundente , inteligente e politicamente incorreto acima de tudo e por isso são os mais bacanas a serem conferidos.

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