No


No, Pablo Larrain, Chile, 2012 . Como uma campanha publicitária pode mudar o rumo de uma nação e tirá-la de uma ditadura? Muitos acreditam que publicidade está ligada ao capitalismo e a fazer a cabeça dos outros a comprar determinado produto ou serviço. Raras são as pessoas que enxergam a propaganda desvinculada a ideia do capital sem limites e insano. Essa fita mostra um pouco isso, ou seja a propaganda cuja função é melhorar as vidas das pessoas, e por isso mostra os bastidores de uma campanha política sem políticos, pelo fato de ser um plebiscito contra ou a favor da continuação de um governo militar ocorrido no Chile em 1988 do General Augusto Pinnochet. Não é porque o filme concorre esse ano ao Oscar de melhor filme estrangeiro que ele seja bom, ele é bom por si próprio independente da indicação, pois é um filme ágil e que te prende a bunda na poltrona, e muitas vezes sem conseguir respirar pelo clima eleitoral. A tensão da turma da campanha do NO é acompanhada e vivida de tal maneira que parece que estamos nela própria, com todos os seus perigos e alegrias. Enfim, se deseja enxergar a propaganda com uma coisa boa para sociedade o filme a ser conferido a este. Obviamente que tal plebiscito só ocorreu por pressão internacional ao Chile, este que já na época e ainda hoje continua a ser o país mais europeu da América do Sul. Título este que queiram ou não se deve ao regime ditadorial da época referida na película. Com números assustadores como: 200.000 exilados contra o regime, o Chile por fim se livra da ditadura e da estabilidade econômica também, tendo de se construir desde os meados da década de 1990. Uma estória não muito distante do Brasil no sentido da ditadura, mas muito diferente nos resultados de crescimento nesse período dos dois países mencionados. No não ganhará como melhor filme estrangeiro ao Oscar certamente, deixando para Amor a estatueta. Outro ponto relevante é presenciar a safra de filmes bons que o Chile produz de uns três ou quatro anos pra cá, se emparelhando de quase igual para igual com a Argentina, mas certamente com um segundo lugar soberano nesse ramo.

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