Amor


Amor, Michael Haneke, França, Alemanha e Áustria, 2013. Este será o filme estrangeiro escolhido pelo Oscar esse ano e só não será eleito como o melhor filme entre todos por questões norte-americanas, ou seja, políticas, visto que temos em concorrência Lincom, Django livre, A hora mais escura e outros produzidos naquele solo. O filme do austríaco Haneke surpreende e angustia do inicio ao fim por tratar de um tema tamanho delicado que é uma doença degenerativa. Ademais ao roteiro soma-se a estória do ator principal (Jean-Louis Trintignant) : um ser humano que tentou o suicídio várias vezes e se está aqui ainda nesse plano e feito esse exímio trabalho que temos a obrigação e acima de tudo o prazer em presenciar, se deve ao fato do convite do diretor austríaco, visto que ele estava tentando se suicidar novamente antes do convite para o filme. Com praticamente a feitura do filme ocorrida em um apartamento e com longos enquadramentos dos personagens do drama, Haneke consegue nos incomodar de fato, e faz-nos pensar o que é o amor verdadeiro, ou seja, o que você pensava que era nobre ou louvável como ser humano vai por água abaixo te dando um soco no estomago e falando ocultamente: O ser humano é um erro, pois amor de verdade é para muito poucos previligiados ou fadados a isso. Imperdível fita, sem dúvidas a melhor de todas as concorrentes do Oscar sem mesmo sequer ter visto todas, mas afirmo isso já sem medo de errar e se justiça for feita a estatueta de melhor atriz esse ano irá para Emmanuelle Riva , pois fazer o papel de uma pessoa com uma doença degenerativa com tamanha sensibilidade não é para qualquer uma, somente para aquelas que se entregam a afastam os medos sobre o tema, e isso ela faz como nunca vi antes, parecia uma idosa doente de fato tamanha a carga de sua personagem, coisa da qual só legitima ainda a bela fita poética que aborda a vida e a morte: os dois extremos com tamanha visceralidade: Estas ( a vida e a morte) mostradas ainda que ocultamente nos silêncios dos seus protagonistas.

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