Gonzaga - De Pai para Filho



Gonzaga - De Pai para Filho (2012), Brasil, Breno Silveira. Acima de tudo será um ato de coragem comentar sobre esplendorosa fita. Concordo com todas as críticas que li a respeito do filme: que ganhará a maioria dos prêmios nacionais e será concorrente ao Oscar 2014. Porém há tempo de uma ressalva ainda: Xingu era para ter sido o selecionado esse ano ao “oscarmerda”,não o palhaço como foi feito. Mas vamos ao que interessa que é o filme do Breno. Antes de tudo como mencionei será um ato de coragem resenhar o filme, pois como nordestino me encontrei por vezes como uma “estória duplicada”, ou seja, por estória vivida, em maior ou menor grau. Sou nordestino: filho de paulista com baiana, o oposto a Gonzaguinha: filho de nordestino com mãe carioca. Talvez por isso a fita me tocou tanto. Entendo que o filme, mas que qualquer outra coisa fora feito como um tipo exorcismo por parte do diretor, não se importando com bilheteria ou se iria fazer mais sucesso que o filme Os filhos de Francisco, coisa que certamente não irá fazer mesmo, visto que a estória é mais dramática que popular. Acima de contar desentendimentos entre pai e filho à fita quis homenagear dois grandes nomes da música popular brasileira, sendo assim classifico tal filme mais como um documentário musical e cultural do qualquer outro gênero. O filme aborda o Brasil desconhecido e pouco prestigiado chamado nordeste da sua região. Mostra a trajetória do mito e criador dos ritmos musicais: xaxado e baião ( Luis Gonzaga ), paralelamente com a estória do seu filho já criado e alfabetizado: Gonzaguinha, no Rio de Janeiro. O alfabetizado veio bem a calhar para comentar tal película, pois o sonho do rei do baião era ser doutor, coisa que o filho Gonzaguinha conseguiu, apesar de muitos contratempos. Porém, ainda assim a relação dos dois nunca foi das melhores com os seus gênios diferentes: um da escola da vida e do “passar fome”                        ( Gonzagão ),e o outro com a consequência da angústia de tudo isso passado pelo “pai”, alinhado as suas vivências e experiências pessoais. Realmente não sei quem sofreu mais; tanto é que depois de um ano e nove meses do  pai falecer o filho foi ao mesmo caminho em um acidente de carro. Filho este que nunca fora de fato, por isso tamanha dificuldade no relacionamento. Gonzaguinha se apoiara muito na estória de vida de sua vida mãe: cantora e dançarina bela que morrera ainda nova pela tuberculose, Se apoiava na estória da sua mãe que pouco tinha lembranças pelo motivo que  não tinha o apoio do pai, o que se faça justiça nunca deixou faltar nada para o filho, apesar da falta de amor paterno, coisa aliais que o Gonzagão não sabia o que era por ter tido um pai chamado Januário que respondia toda vez que ele lhe pedia benção: “de que deus te faça homem” e a posterior: de que deus te faça feliz”, quando o Gonzagão ingressará nas forças armadas brasileiras. Não pretendo fazer qualquer tipo de propaganda ao filme, mas o mesmo me mexeu. E você sendo nordestino ou não poderá mexer também, pois além da relação ou conflito abordado de pai-filho, é acima de tudo uma homenagem cultural desse continental país chamado Brasil.

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

Livros do Joca

Cangaço Novo

Mussum, O Films