C*R*A*Z*Y* - Loucos de amor


C*R*A*Z*Y* - Loucos de amor, do diretor Jean-Marc Vallée , com o elenco de  Marc-André Grondin e o próprio diretor Jean-Marc Vallée, 2005, é um drama familiar canadense ambientado na Quebec dos anos 60 que compôs a mostra internacional de cinema de tevê cultura desse ano. Os asteríticos no título do filme não são pura viadagem minha, tem um sentido que é: cada letra representa a inicial do nome de cada irmão do protagonista e narrador da densa película.Quando me comprometo a escrever bem de um país que se chama França, faço sem medo de errar, pois vejo coisas e valores que podem servir como exemplo de lá para o desenvolvimento em vários setores e sentidos a outros países, principalmente ao nosso querido Brasil, país dos mensalões e obras superfaturadas. Mas disso deixemos para outra hora, pois agora quero escrever sobre desenvolvimento e evolução e não de coisas que tirem meu humor. Pois bem , apesar de Crazi – Loucos de amor ser um filme canadense, porém da parte francesa daquele país, do estado do Quebec.
E por isso a França tem influência direta na película. Quero destacar antes de resenhar o belo filme canadense a “chuva de confeites” que faço para o país europeu gaulês, pelo seguinte motivo; Foi o primeiro país e ainda por incrível que pareça em pleno século XXI o único que trata a questão da transexualidade não como doença, mas sim como uma opção pessoal. Isso mesmo meus caros: em todos os outros países desse planetão chamado Terra os transexuais tem direitos iguais aos dos doentes mentais, ou seja, que não possuem capacidade de responder por seus atos e por isso classificados e taxados marginalmente como incapazes. Há quem for assistir ao Crazi-loucos de amor entenderá essa volta que estou dando, pois o tema da homossexualidade e não o da transexualidade é visto também como doença, mas agora não somente pela igreja e sociedade dos anos 60 do século passado, mas como em sua própria família naqueles tempos de sexo, drogas e Rock Roll. Veja meus caros: não é questão minha defender movimento homo, trans ou heterossexual, mas sim ser lúcido ao defender direitos humanos, onde cada um faz o que quiser com seu corpo e suas vidas. O tempo de “assistimento” da fita até a força em escrevê-la demorou aproxidamente quatro horas, em que nessas quatro horas digeri um pouco do que vi. Conta-se a estória desde o nascimento de um menino que já tinha outros três irmãos nos anos 1960 em Quebec. O mais velho desde pequeno era um filho da puta com todo teor do xingamento sem escrúpulos, porém com um coração que só grandes almas têm. O segundo era um nerd que lia tudo que estava a sua frente, dando raiva até na compreensiva e leiteira sua mãe. O terceiro era o atleta: o tipo troglodita que só sabia flatular e rir da sua própria incapacidade de só ter força física e a mental: zero. Assim então nasce o protagonista do filme: um bêbê que já na maternidade, logo quando nasce o irmão filho da puta mais velho deixa cair no chão na hora em foi segurá-lo, de modo que o deixa em coma por três meses nos primeiros respirares do seu nascimento. O tal do bebe e protagonista do filme sobrevive e convive com o tal irmão “assassino” já com “o pé atrás” da índole do irmão mais velho. Com seis anos o tal do Zacary, o protagonista, se vê pintando de boneca, aos dezesseis acontece sua primeira bronha com o sexo do mesmo gênero visto pelo pai em seu carro. Disso a transformá-lo em um mostro socialmente não aceito e levá-lo até a um psiquiatra é um pulo. A partir daí e com o garoto se transformando em homem a vida de pai e o filho gay, junto com o irmão mais velho viciado em cocaína e heroína viram um inferno. Inferno este exponenciado sempre nos dias de natal onde o protagonista fazia aniversário. A cada ano que passava e a cada transformação do pai perante ao comportamento e até se sentir culpado dos filho gay não assumido e atordoado por isso, e o mais velho de coração grande e cada vez mais viciado em heroína ao ponto de ficar preso por um ano, a família desmorona-se assim com uma fileira de dominós verticalmente postos. A película cativa emociona, pois mais do que levantar bandeiras do que é “certo ou errado”, a fita tem o mérito de mostrar dramas familiares, onde estes todos temos, com maior ou menor grau obviamente ou com outras distintas situações apresentadas. Da parte que vos escreve, busco sempre e na medida do possível um limiar de lucidez para a resolução dos problemas humanos, pois somos seres evoluídos de cérebros avançados e polegares firmes capazes de construirmos tudo que construímos até agora, mas pelo visto menos a tolerância às diferenças. Quero deixar claro aqui que o filme me cativou não por tratar o assunto da homossexualidade, até mesmo porque sempre tive a minha opção sexual bem definida como heterossexual (e demais até). O que não acho tolerável nos tempos de hoje é tamanho preconceito abordado pelo filme. Afinal de contas somos animais racionais e temos cérebro ou não?

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