Para Roma, com amor

Para Roma, com amor. Itália/ Espanha/ Estados Unidos, 2012, de Woody Allen. Me atrevo a escrever e sei que muitos discordarão, mas considero esse último filme melhor que o seu prestigiado penúltimo: Meia-noite em Paris e pior do o seu antepenúltimo Vick, Cristina  e Barcelona. Corre boatos que a próxima cidade contemplada pelo diretor seria o Rio de Janeiro. Agora então cabe a nós esperarmos que estória venha para o Rio, porém já pudemos prospectar possibilidades. Que terá personagens interessantes isso não tenho dúvidas por se tratar de Woody Allen, mas como ele irá apresentar eles é que fica minha dúvida: Como favelados ou bandidos boas praças, trabalhadores sonhadores ou riquinhos da zona sul dando uma de “Papa”, querendo ajudar os favelados? Sem dúvidas e como é sua marca registrada a ironia estará presente nesse novo filme no Rio em prol da divulgação das olimpíadas de 2016, assim como foi em todos os seus filmes. A pergunta é se a ironia destilada ao filme do Rio de fato seria demasiada irônica ao ponto de sujar sua imagem porquausa da violência urbana e a cidade ainda pertencer ao terceiro mundo em desenvolvimento ou de fato a fita ajudaria a “cidade maravilhosa” a angariação de mais turistas para a sua inédita olimpíada? Mas, voltando a: Para Roma, com amor, achei de uma felicidade e ambiguidade a estória pelos seguintes motivos; primeiro: Logo no inicio da fita vemos o próprio Woody Allen fazendo o papel dele próprio em um avião afirmando que é ateu, pois bem, essa foi à primeira deixa que pra bom entendedor meia palavra basta, como já diz o ditado. Ou seja, ele meio que se pergunta também o porquê de ter sido convidado a fazer um filme sobre uma cidade tão católica ou um país tão religioso. Com esta afirmação: “sou ateu”, percebemos que o filme foi feito sob encomenda e má vontade. Mas sabe que às vezes fazer filme com má vontade dá certo? E acho que esse foi o caso por se tratar de estórias leves, engraçadas e com a principal característica do diretor: a acidez educada, nos momentos e nas horas certas, que de certo modo instiga a cultura daquele país , mas não chega em momento algum ao desrespeito das suas crenças. O diretor sabe brincar nesse limiar como poucos entre a ironia e a verdade ou a falta dela. Quando, no inicio escrevi que achei Para Roma, com amor melhor que Meia-noite em Paris, pelo fato de o roteiro e as estórias não serem tão encaixadas e com sentido como o filme sob encomenda de Paris, porém com mais cativância e elegância, que se exemplifica com os personagens: O tenor que só sabia cantar incrivelmente bem no chuveiro e no palco travava ou da atriz americana que arrebentava corações por seu carisma. Obviamente Para Roma, com amor não foi nenhuma obra-prima, mas ainda assim com a assinatura de um dos melhores diretores de cinema ainda vivo, o que faz toda diferença e sobressai de outras fitas em cartaz.




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